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REINO DE GANA

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Por:   •  5/6/2013  •  1.334 Palavras (6 Páginas)  •  1.041 Visualizações

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Gana foi um dos maiores impérios formados no continente africano que se desenvolveu para fora das regiões litorâneas ou da África muçulmana. Sua área correspondia às atuais regiões de Mali e da Mauritânia, fazendo divisa com o imenso deserto do Saara. Desde já, percebemos a instigante história de um reino que prosperou mesmo não possuindo saídas para o mar e estando próximo a uma região considerada economicamente inviável.

As dificuldades geográficas explícitas da região começaram a ser superadas quando as populações da África Subsaariana (ou África negra) passaram a ter contato com a porção norte do continente. Graças à domesticação do camelo, foi possível que comunidades pastoris próximas do Deserto do Saara começassem a empreender novas atividades econômicas. Nas épocas de seca, os pastores berberes deslocavam-se para a região do Sael para realizar trocas comerciais com os povos da região.

Entre essas populações se destacavam os soniquês, que ocupavam uma região próxima às margens dos rios Senegal e Níger. Esse povo começou a se organizar em comunidades agricultoras estáveis que se uniram, principalmente, por conta dos ataques de tribos nômades. A região que era rica em ouro aliou sua produção agrícola ao comércio na região para empreender a formação do Reino de Gana. Dessa forma, estabelecia-se uma monarquia no interior da África.

Sua organização política é motivo de controvérsia entre os historiadores que estudam o assunto. Mesmo possuindo um amplo território e uma organização política típica dos governos imperiais, Gana não possuía uma cultura militarizada ou expansionista. O Estado era mantido através de um eficiente sistema de cobrança de impostos localizados nos principais entrepostos comerciais de um território não muito bem definido.

A economia comercial de Gana atingiu seu auge no século VIII, ao interligar as regiões do Norte da África, Egito e Sudão. Entre os principais produtos comercializados estavam o sal, tecidos, cavalos, tâmaras, escravos e ouro. Esses dois últimos itens eram de fundamental importância para a expansão econômica do reino de Gana e o considerável aumento da força de trabalho disponível. Entre os mais importantes centros urbano-comerciais desse período destacamos a cidade de Bambuque.

O ouro era escoado principalmente para a região do Mar Mediterrâneo, onde os árabes utilizavam na cunhagem de moedas. Para controlar as regiões de exploração aurífera, o rei era responsável direto pelo controle produtivo. Para proteger a região aurífera, o uso de lendas sobre criaturas fantásticas era utilizado para afastar a cobiça de outros povos. O sal também tinha grande valor mediante sua importância para a conservação de alimentos e a retenção de líquido para os povos que vagueavam no deserto.

O reino de Gana começou a sentir os primeiros sinais de sua crise com o esgotamento das minas de ouro que sustentavam a sua economia. Além disso, após o século VIII, a expansão islâmica ameaçou a estrutura centralizada do governo. Os chamados almorávidas teriam empreendido os conflitos que, em nome de Alá, desestruturaram o Reino de Gana. A partir de então, os reinos de Mali, Sosso e Songai disputariam a região.

O Reino de Gana ficava na região oeste da África, na área que compreende hoje o Mali e o sul da Mauritânia, alcançou seu ápice entre os séculos VII e XI. Através da captação dos recursos naturais, principalmente ouro e metais preciosos dos territórios dominados pelo reino, transformou-se na principal autoridade econômica da região.

O Reino Ganense foi fundado no século IV. Quando se encontrava em ascensão política e econômica, no século X, foi dominado pelos soninques, que estenderam o poder de Gana sobre as regiões auríferas do Senegal - da curva do rio Níger ao deserto do Saara. Essa dominação durou quase um século, enquanto isso os povos que ali viviam eram obrigados a pagar tributos sobre o comércio de mercadorias e a produção de metais preciosos. Por conta desse comércio, ocorriam constantes ataques nômades nas regiões, com isso os soninques se organizaram politicamente e formaram um poderoso exército.

O poder do rei de Gana provinha da enorme quantidade de ouro produzida em seu reino. Este monopólio permitiu aos Soninques construir e manter enormes cidades, além de uma capital com uma população estimada entre 15.000 e 20.000 habitantes. A produção do ouro era usada, também, para desenvolver outras atividades econômicas, tais como a tecelagem, a ferraria e a produção agrícola.

As cidades mais importantes comercialmente e politicamente a partir do século XI eram Kumbi Saleh (capital), 340 km ao norte da atual Bamako, no Mali. Outra grande cidade foi Audagoste. Com a concorrência de outras potências no comércio do ouro, o Reino de Gana começou a declinar.

Em nome do Islamismo, os berberes, da dinastia dos almorávidas, vindos do Magrebe, atacaram e conquistaram Kumbi Saleh, rompendo a unidade do reino que a partir de então ficou dividido numa parte Norte muçulmana, comandada pelos almorávidas, e uma parte Sul, comandada pelos soninques, onde

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