RESENHA DO LIVRO APOLOGIA DA HISTÓRIA
Por: Danielle Lisket • 29/7/2019 • Trabalho acadêmico • 1.068 Palavras (5 Páginas) • 332 Visualizações
RESENHA DO LIVRO APOLOGIA DA HISTÓRIA
(OU OFÍCIO DO HISTORIADOR) - MARC BLOCH
Niterói, Rio de Janeiro
26 de outubro de 2018
Nasceu em 6 de julho de 1886, em Lyon, na França, um dos pais da historiografia que hoje utilizamos: Marc Bloch. O historiador medievalista, autor de obras como: Os Reis Taumaturgos (1924), A Sociedade Feudal (1939) e Apologia da História (1949), estudou na École Normale Supérieure, na Fundação Thiers em Paris e estudou também em Berlim e em Leipzig. Teve uma exímia carreira universitária, tanto quanto aluno, como professor.
Parou suas atividades enquanto estudioso para batalhar na Primeira Guerra Mundial e é logo após este período que inicia, de fato, sua carreira, auxiliando na fundação da revista “Annales d’Histoire Économique et Sociale”, em 1929. Bloch atua também na resistência francesa e é capturado pela Gestapo, morrendo fuzilado em 1944, enquanto ainda terminava de escrever o livro que aqui trataremos, Apologia da História.
O Ofício de Historiador é um livro que trata de metodologia da história. Para começar a costura do enredo, Bloch parte da indagação de seu próprio filho "Papai, então me explica para que serve a história." (Bloch, 2001, p.41), buscando mostrar a relação entre ciência história e já introduzindo sua visão sobre este objeto de estudo, apresentando seus métodos (identificação, observação, teoria etc.) e defendendo que esta é a mais difícil entre as ciências, por estar em constante descoberta, movimentando-se em conformidade com o tempo.
Já no primeiro capítulo o autor refuta a ideia enraizada de que a história é o estudo do passado. Pensando desta forma, estamos nos permitindo vaguear por acontecimentos que talvez não tenham relação com a matéria. Bloch nos traz um exemplo de fácil entendimento: “No século X de nossa era, um golfo profundo, o Zwin, recortava a costa flamenga. Depois foi tomado pela areia.” (Bloch, 2001, p.53). Este trecho trata de geologia, mesmo que expondo um fato passado. Porém, quando pensamos nos motivos deste assoreamento, podemos vir a considerar transformações humanas, e a partir daí, trata-se de história. Como o próprio Marc Bloch fala, o bom historiador é como o ogro da lenda: sua caça é o homem. Juntando a reflexão iniciada na introdução, ele completa dizendo que a história é a ciência dos homens no tempo.
Continuando nesta linha de pensamento, Bloch reflete na ideia de tempo em história. Seria o objeto de estudo o passado ou o presente? Ele nega ambas as afirmativas. É necessário que o historiador seja sensível ao compreender que há uma relação muito tênue entre estes dois tempos, é praticamente indefinido onde termina o passado e começa o presente. Para o autor, mesmo o exercício de compreender a história de épocas anteriores parte da observação do presente indo em encontro ao passado: “Para interpretar os raros documentos que nos permitem penetrar nessa brumosa gênese, para formular corretamente os problemas, para até mesmo fazer uma idéia deles, uma primeira condição teve que ser cumprida: observar, analisar a paisagem de hoje.” (Bloch, 2001, p.67). Ele também considera a verdadeira reflexão dos estudiosos a de que a cada tempo histórico cabe uma investigação diferente.
A ideia do livro é mostrar uma outra via de redigir história e de fazer entender esta ciência. Destarte, Bloch traz a ideia de produzir um estudo interdisciplinar desta matéria e longe de constituir padrão (modelo defendido pelos historiadores de antes da fundação da Escola dos Annales). “A nomenclatura de uma ciência dos homens terá sempre seus traços específicos. [...] Palavras como sucesso ou acaso, inabilidade ou habilidade [...] pertencem ao vocabulário normal da história.” (Bloch, 2001, p.127), ou seja, é impossível que este objeto seja estudado da mesma forma que outras matérias, ou que se espere dele a imparcialidade.
E após este debate de cunho mais subjetivo, que passa entrelaçando o texto, Bloch analisa as evidências do historiador e as classifica. Enquanto pensamos haver apenas um tipo de documento estudo, ele reflete sobre os explícitos, que são fabricados para a razão da pesquisa, e os implícitos, que não nascem deste objetivo. É necessário que o historiador compreenda que uma de suas maiores tarefas é saber indagar o texto “ Pois
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