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Relatório Sobre a Visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara e ao Museu do Homem Americano

Por:   •  10/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  814 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ- UFPI

CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS- CSHNB

Rua Cícero Eduardo S/N – Bairro Junco- 64.600-000- Picos- PI.

DISCIPLINA: Arqueologia

Relatório sobre a visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara e ao Museu do Homem Americano

Marcos Moura Menezes

PICOS- PI

2017


Este presente trabalho trata-se de um relato de experiência, cujo objetivo é descrever e relatar a viagem, buscando mostrar dados acerca da viagem a ao Parque Nacional Serra da capivara e ao Museu do Homem Americano. No sudoeste do Piauí, a cerca de 500 km da capital Teresina, o Parque Nacional da Serra da Capivara é um vasto museu a céu aberto, tanto do ponto de vista de tudo que se refere ao clima e à geografia do semi-árido nordestino, como no aspecto da fauna e da flora específicas da caatinga. A reserva foi criada em 1979 graças ao incentivo da pesquisadora francesa com descendência brasileira Niede Guidon. O parque compõe uma área de total preservação da fauna e flora contando com a utilização da sustentabilidade. O parque nacional da serra da capivara é administrado pela Fundação museu do Homem Americano (FUMDHAM).

Primeiramente no dia sete de setembro de dois mil e dezessete, assim que chegamos ao Albergue de acolhida, aconteceu a visita a Fábrica de Cerâmicas, onde fomos recebidos por os artesãos que mostraram como funciona todo o processo de produção e acabamento da cerâmica. A produção das já famosas peças de cerâmica da Serra da Capivara é uma das maiores fontes de renda das comunidades locais. A atividade é parte do projeto de desenvolvimento da região idealizado pela pesquisadora Dra. Niède Guidon. Entre as tantas peças há canecas, cumbucas, copos e pratos, cada um com uma figura rupestre que reproduz o rico patrimônio arqueológico guardado no parque. Na loja, ao lado da oficina, elas custam bem menos do que nas outras lojas do país.

[pic 1]

Imagens: Objetos da fábrica de cerâmica Serra da Capivara


Após a ida a fábrica de cerâmica ocorreu a visita ao Parque Nacional Serra da Capivara, onde estávamos acompanhados do Guia Mario Afonso que nós auxiliou durante todo o percurso do parque. O primeiro lugar que visitamos foi o Sítio do Meio, esse sítio, foi descoberto em 1973 e esta localizado na bacia sedimentar do local conhecido como Serra Talhada, trata-se de um abrigo sobre rochas rodeado pela caatinga arbustiva, esse sítio, possui um painel de pinturas rupestres extremamente rico, foram realizadas varias escavações frente a essa concentração de pinturas e foram encontraram amostra de carvões, restos de fogueiras, com datações entre 12.440 a 14.300 anos antes do presente. Também foram encontraras restos de ocre (tinta vermelha), pedras lascadas e ossos de animais caçados, além de um colar, em exposição no Museu do Homem Americano.

[pic 2]

Imagem: Pinturas rupestres no Sítio do Meio

Também foi encontrada uma machadinha de pedra polida, a mais antiga do continente americano, datada de 9.200 anos BP; além de cerâmica, também a mais antiga de toda a América, datada de 8.960 anos.

As pinturas rupestres deste sítio, trazem datações que superam os 12 mil anos, chegando a quase, e incríveis, 14 mil anos. A mais famosa é uma contendo cervídeos e figuras humanas formando diversos conjuntos que fazem parte de uma mesma cena.


De acordo com o guia que nós acompanhou, o sitio do meio passa por escavações até os dias atuais, onde uma equipe de arqueólogos que compõem a Missão Franco Brasileira estão reavaliando as datações feitas por a Dra. Niède Guidon nas décadas de 70 e 80 através do carbono 14. Todas as datações que estão sendo obtidas através de equipamentos modernos de alta tecnologia por a Missão Franco Brasileira estão coincidindo com as datações da Dra. Niède.

. Além da visita ao Sítio do Meio, conhecemos mais alguns sítios arqueológicos como Boqueirão do Pedro Rodrigues e fizemos uma trilha para apreciar a natureza intocada. O parque possui uma fauna rica e bastante variada, com presença de tatus verdadeiros, tatus bola, tamanduás, jaguaratiricas, jacus, cotias, veados-catingueiros, porcos-do mato, macacos-prego e até onças. além de variada avifauna, lagartos e serpentes. Alguns desses animais são facilmente visualizados. A paisagem geológica do Parque também merece destaque, com presença de formações areníticas, cânions, e boqueirões, formando vistas panorâmicas.

[pic 3]

Imagem: Pinturas rupestres no sítio Boqueirão de Pedro Rodrigues

Ao longo do percurso escolhido ainda visitamos o sítio Boqueirão da Pedra Furada, o mais famoso e importante do parque. No boqueirão da pedra furada, existem mais de 1.000 pinturas rupestres, datadas em até 11.500 anos, que nos permitem identificar os animais que viviam na região, o cotidiano, os costumes e os rituais dos antigos habitantes da América. Devido à quantidade de pinturas rupestres


identificadas em um só local, o Boqueirão se tornou o sítio arqueológico mais importante do continente americano. Foram encontraram no Boqueirão da Pedra Furada, fragmentos de carvão – os quais evidenciam a presença de fogueiras iniciadas por homens – datados em até 50 mil anos. Ao lado dos fragmentos, foram encontradas pedras lascadas, que seriam ferramentas fabricadas pelos antigos habitantes.

[pic 4]

Imagem: Pinturas rupestres no sítio Boqueirão da Pedra Furada

Descobertas arqueológicas na região detectaram a presença humana mais antiga das Américas, o que provocou dúvidas a respeito das consolidadas teorias de povoamento do continente.

Até as descobertas arqueológicas da Serra da Capivara, a Teoria do Estreito de Bering era praticamente inquestionável pela comunidade científica. Conhecida também como Teoria de Clóvis, ela explica que os seres humanos conquistaram as Américas há apenas 12 mil anos, atravessando o Estreito que estava congelado no fim de um período de glaciação. Por este motivo, os vestígios que evidenciam a presença de homens há mais tempo no Brasil, causaram euforia e atritos entre arqueólogos de todo o mundo principalmente nos arqueólogos norte americanos.

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