Resenha - A Cabanagem
Por: Jefferson Melo • 31/3/2021 • Resenha • 941 Palavras (4 Páginas) • 509 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
RESENHA
História do Brasil II Professora: Cláudia Freitas de Oliveira
ALUNO: Francisco Jefferson de Melo Souza
Fortaleza – Ceará 2021
A Cabanagem, a terra, os rios, homens na Amazônia – o outro lado de uma revolução.
A Cabanagem foi uma revolta popular social, que ocorreu durante o período regencial do Brasil Império e que dizimou a população amazônica, principalmente os povos mais esquecidos desta região. No texto “A Cabanagem, a terra, os rios, homens na Amazônia - o outro lado de uma revolução (1835 – 40)” a autora Magda Ricci retrata um estudo mais incisivo sobre os Cabanos, diante disto, faz críticas ao pensamento de alguns autores como o de Euclides na Cunha, pois ele descrevia a Amazônia como um povo atrasado, como uma região vazia e em contraponto, Ricci, expõe que o povo não era como Euclides da Cunha descrevia com seu conhecimento distante sobre a realidade, pois ele era do Rio de Janeiro.
A autora justifica sua crítica expondo que a cidade de Belém era a maior da região e que possuía um grande fluxo de negócios e transações, e que na verdade o que existiu para a má interpretação da região, foi que as relações históricas, econômicas e políticas eram frágeis com relação ao centro sul em especial com o Rio de Janeiro, deixando clara a falta de unidade nacional. A autora usou como perspectiva teórica nos seus estudos o filósofo Foucault, e de forma mais plural sai de Belém e foca no interior, criticando até as fontes locais.
A Cabanagem quase sempre foi considerada uma revolução de classes (Escravos, Negros, Indígenas) e de raça (mestiços) contra o controle opressor do Estado. A autora propõe que é preciso compreender de forma multifacetada (Foucault), em que a relação de poder esteja diluída em outras instancias sociais e culturais. Ricci questiona em seu texto obras que concentram os Cabanos em uma única realidade e elogia autores que diversificam seus estudos abrangendo outros lados. Outra questão feita pela autora é que é difícil identificar os Cabanos a partir de um perfil “tipológico” e um dos seus objetivos é retratar os Cabanos a partir de seu próprio universo, ou seja, através dos seus laços de trabalho e família, entrando para dentro das regiões interioranas em que os Cabanos viviam.
Diante do exposto até agora, a autora faz um trabalho plural, ela explora outros ambientes, outros povos, desmistifica a visão de autores que não conheciam nem a província do Grão Pará, problematiza aa próprias fontes locais que abordavam a Cabanagem como mais hegemônica na cidade de Belém, busca o cotidiano do povo, procura revelar as suas identidades, citar outras lideranças, outros movimentos do Cabanos e busca validar essa diversidade. A autora vai explorar no texto a relação dos Cabanos e dos Anticabanos, definindo estes como tropas provinciais e imperiais e aqueles como o povo trabalhador, o povo da região, nessa perspectiva ela sai da linha de frente do embate, para o que ocorria fora do campo de batalha, ela explora as tréguas e busca os cotidianos dessas pessoas, principalmente as dos interiores.
A autora aponta dois momentos importantes na revolta que são: Um primeiro, no qual os Cabanos conseguem dominar a cidade de Belém, através de batalhas sangrentas com a província, neste momento eles conseguem alforria para os escravizados que participaram da batalha, diante dos fatos veio a repressão do estado e os cabanos foram expulsos de Belém pelas tropas provinciais e imperiais. A autora destaca o “Assalto ao trem da guerra”, como um marco na revolta no qual houve o sequestro de um trem com munição que resultou na morte de mais de 30 mil pessoas, inclusive de um dos principais líderes do movimento Cabano, Vinagre,
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