Resenha Igualdade e Desigualdade.
Por: Patricia Farias • 24/4/2021 • Trabalho acadêmico • 1.248 Palavras (5 Páginas) • 208 Visualizações
A obra Direita e Esquerda: Razões e Significados de uma Distinção Política”, produzida pelo renomado escritor Norberto Bobbio, apesar de ser publicada no ano de 1995, configura uma pequena mas densa discussão da díade direita e esquerda. Sendo dessa forma, extremamente importância diante do atual cenário político brasileiro que está saturado de discursos ilógicos a cerca dessa temática.
Ademais, o filósofo e escritor Italiano Norberto Bobbio nascido na cidade de Turim na Itália no dia 18 de outubro de 1909 e faleceu em 9 de janeiro de 2004, aos 94 anos de idade na sua cidade natal. No que diz respeito ao status acadêmicos, formou-se em direito e filosofia pela Universidade de Turim. Além disso, era defensor da democracia, dos direitos humanos e participou ativamente durante a Segunda Guerra da resistência a Mussolini.
Nesse contexto, foi preso por integrar um grupo esquerdista “Justiça e liberdade” em meio ao governo fascista. Após o fim da Guerra Fria, publica 1994 o livro “Direita e Esquerda: Razões e Significados de uma Distinção Política. Visto que retrata no livro a disparidade entre o conceito de esquerda e direita no âmbito político, onde há divergência não só nos ideais, mas também nos interesses econômicos e aqueles que diz respeito à sociedade.
Nesse cenário, no capítulo VI cujo titulo é igualdade e desigualdade, Bobbio inicia a discussão afirmando que “o critério mais frequentemente adotado para distinguir a direita da esquerda é a diversa postura que os homens organizados em sociedade assumem diante do ideal da igualdade” (1995,p.95 ). Nesse contexto, o autor nos leva a pensar a respeito do próprio conceito de igualdade, que se mostra algo relativo e não absoluto. Visto que, destaca três variáveis para essa ideia. Sendo a primeira, onde o sujeito repartiu os bens e os ônus; a segunda, os bens e os outros serem repartidos e por ultimo o critério com base no qual os repartir.
Nesse contexto, o autor nos leva a pensar a respeito do próprio conceito de igualdade, que se mostra algo relativo e não absoluto. Visto que, indaga sobre entre quem seria essa igualdade, sua base e os seus respectivos critérios. Tornando possível notar uma variedade enorme a respeito de ser atribuído de igualitário. Visto que, os sujeitos podem ser muitos ou poucos, os bens também possui variantes sendo, por exemplo, facilidades econômicas, direito, posições de poder ou vantagens. Já os critérios podem ser a necessidade, capacidade, mérito ou a posição do individuo. Visto que, “a ausência de qualquer critério pode ser chamado de “igualitarista”: “A todos a mesma coisa.” (BOBBIO, 1995, p.97).
Além disso, de acordo com o contexto esses critérios podem ou não variar. Segundo Bobbio, em uma sociedade familiar, por exemplo, a distribuição de recursos é mais necessidade do que o mérito. Nesse sentido, o autor aborda que para Marx no final da sociedade comunista também seguiria esse mesmo modelo. Já nas instituições de ensino, concursos e empregos o critério se baseia no mérito. Nesse contexto, exemplifica também “uma sociedade política visto que os assentos parlamentares são atribuídos com base nos votos por meio das forças políticas embora variam segundo a lei eleitoral.” (BOBBIO, 1995, p.98).
Segundo BOBBIO (1995, p.99), “em relação aos bens, a democracia social que estende a todos os cidadãos, direito de liberdade, também os direito sociais e mais igualitária do que a democracia liberal. ”. Nesse sentido, o autor aborda que esse principio torna-se relevante visto que ao afirmar que a esquerda é igualitária e a direita inigualitária não é necessariamente apontar que os idéias da esquerda é que independente de qualquer critério os homens seja que todos devem ser iguais em tudo. Visto que esse pensar representa uma visão utópica, pois ao dizer que “a esquerda é igualitária não que dizer que ela também seja igualitárista.”(BOBBIO 1995, p.100).
Nesse sentido, para o autor a uma diferença entre a doutrina igualitária ou um movimento inspirado e o igualitarismo. Visto que ao contrario do igualitarismo que visa uma igualdade para todas as doutrinas procuram reduzir as desigualdade sociais e tornar menos difíceis as desigualdades naturais. Nesse contexto, parafraseando uma passagem da obra de Dostoievski publicada em 1871 intitulada Os Demônios, comenta que a sociedade observa na obra é ideal e que “teria inventado não a igualdade mas uma aplicação especial da ideia de igualdade ou seja, o igualitarismo.” (BOBBIO 1995, p.100).
Além disso, o autor aborda que “a igualdade é o traço comum das cidades ideiais
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