Resenha do Texto O símio de Deus
Por: Gabriel Ventura • 30/12/2022 • Resenha • 557 Palavras (3 Páginas) • 180 Visualizações
Primeiramente, é interessante analisarmos o termo “Símio de Deus”, usado pelos espanhóis
mais especificamente católicos, a partir do momento em que temos a Igreja Católica
sentenciando severamente práticas de incorporar através símbolos ou objetos artísticos
originários ao catolicismo a partir dos indígenas andinios, ao longo do processo de
“catequização” no século XVII.
A partir das ideias de Juan Carlos Estenssoro, pode-se entender que os indígenas jamais
alcançaram o lugar de cristianizados, na realidade é possível pensar que os mesmos
simulavam, para poder permanecer “as escondidas” com suas práticas tidas como “pagãs”
pelos católicos. Apesar de que, o autor também nos mostra que mesmo que tenha tido esta
vertente de raciocínio, não se poderia esquecer que existiria uma nítida divisão entre o
ameríndio e o cristão espanhol, ou seja, se o mesmo fosse totalmente cristianizado, estariam
colonizadores e colonizados no mesmo nível, onde a partir dos escritos não se poderia aceitar.
O autor demonstra a partir do texto uma interessante linha de raciocínio em que a Igreja na
realidade, a partir de seu controle inflexível com relação a religiosidade dos indígenas,
lidando paralelamente com a resistência dos mesmos, nada mais tinha por objetivo se não os
controlar, ao mesmo tempo em que catequizava, se constituíam limites. Dessa forma, no final
os índios nunca se tornariam totalmente cristãos.
Estenssoro, também aborda a questão dos tipos de aproximação dos Espanhóis católicos para
com os indígenas: A de assimilação em que os evangelizadores buscam se aproximar da
cultura dos nativos, para gerar interesse nos mesmos na nova religião; e o método de rejeição
em que se parte de uma premissa de negação por parte dos conquistadores da ritualística
indígena. Uma das formas em que a rejeição que é tratada é institucional, por meio da
legislação eclesiástica, que impede que o indígena propague a fé católica, negando-lhes os
sacramentos e o sacerdócio, partindo da idéia em que os nativos não são plenamente cristãos.
Ademais, ele afirma que mesmo essas duas aproximações trouxessem os nativos para mais
proximo da Igreja, elas também aproximavam aspectos da idolatria com um sincretismo.
O momento em que se origina a cristianização é qualificado incialmente pela auto-gestão de
cada ordem religiosa, e de seus sacerdotes, cada um
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