Resenha do livro a luta pelo Direito

A ideia central do livro A Luta pelo Direito de Rudolf Von Ihering, consiste justamente no que explicita o título, na luta pelo direito. Ao ler assim nos parece redundante, mas não é, já que pondera que a luta pelo direito está enraizado no ser humano, pois, compara o direito com a linguagem. Temos a capacidade da linguagem e com isso ocorre o desenvolvimento no decorrer dos estágios de vida e com ela carregamos uma língua materna.

Essa comparação do direito com a linguagem se justificam pelo direito estar também enraizado em nós e também ter a capacidade de desenvolvimento. Contudo, apresentamos nesse texto quatro argumentos meramente relevantes para que o direito seja uma prática-ciência social.

Um dos fatores abordados no texto de extrema relevância é o tema da justiça empregado na obra, pois, para Ihering o senso de justiça deve manter nos homens, mas somente o sentimento de justiça não basta. É necessário mais do que isso, é preciso haver ação por parte dos homens. E com a justiça temos as leis, porém, o autor defende de que nada adianta se os cidadãos não deter de ações que façam justiça. E com isso, as várias leis não são válidas se não lutarmos pelos nossos direitos, no entanto, deve-se pensar e repensar nesse tema, que é de extrema relevância para nossa prática social. A justiça na antiguidade era justa, havia penas e punições, porém, o que ocorre atualmente é que observamos inúmeras leis sendo criadas todos os dias, mas que não servem para nada porque não há justiça necessária.

Outro fator que é imprescindível na obra é sobre a luta, o dever de lutar pelos nossos direitos, segundo o autor todas as grandes conquistas foram conquistadas através de muitas lutas como abolição da escravidão, liberdade da consciência entre outras. Afirma que o dever da luta deve estar enraizado em cada um de nós, pois, ao lutar pelos nossos direitos estamos também lutando pelo direito da sociedade. Podemos comparar essas lutas com lutas existentes atualmente no Brasil, como as grandes manifestações ocorridas no país. Isso é um exemplo de que cada vez mais, as pessoas estão em busca de lutar pelos seus direitos.

O terceiro tema importante tratado na obra é a concepção de lutar pela moral, não somente pelo material.  A luta pelo direito é um trabalho árduo, muitos podem dizer que não vale a pena lutar contra o sistema, e logo ceder, mas se isso fizermos perderemos não só os direitos, mas também nossa moral. E para obter esses direitos haverá muito sacrifício a fazer, ou sacrificará o direito à paz ou a paz ao direito. Na Idade Média ao contrário de hoje, podia-se ver claramente que não se lutava apenas pela questão material, mas sim por sua honra. O autor defende que resistir a injustiça é um dever do indivíduo para consigo mesmo. Ou seja, não nos devemos permitir que burlem nossos direitos e saiam ilesos, fazendo assim, só seremos mais um omisso na sociedade.

E por último trata o direito como ideia de força, pois, a espada e a balança que simbolizam o direito se completam. Com isso, o direito é um dever e trabalho de todo o povo e ligado a isso está a luta, pois, se quisemos a paz há primeiramente que nos esforçarmos e lutarmos, para que nossos direitos e de toda sociedade sejam conquistados.

Contudo, os quatros argumentos apresentados aqui como o senso de justiça que deve permanecer nos homens; o dever de lutarmos por nossos direitos e pela sociedade; lutar pela nossa moral primeiramente e por último lutar para que a paz seja gerada. São fatores que consideramos relevantes para que o direito seja uma prática-ciência social a partir da tese do autor. As questões apresentadas nos orientam no porque de lutarmos pelos nossos direitos, de cunho sensato e em busca pela paz. Mas infelizmente não é o que ocorre atualmente, no entanto, a obra é muito rica, e nós como estudantes de direito devemos refletir com as ideias brilhantemente expostas do autor Ihering.