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Resumo 1822, Cap. D. Pedro I E A Princesa Triste

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Por:   •  1/3/2014  •  1.706 Palavras (7 Páginas)  •  1.520 Visualizações

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D. Pedro I

PRIMEIIRO IMPERADOR DO BRASIL e 29º rei de Portugal, D. Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon foi um meteoro que cruzou os céus da História numa noite turbulenta. Deixou para trás um rastro de luz que ainda hoje os estudiosos se esforção por decifrar. Viveu pouco, apenas 35 anos, mas seu enigma permanece nos livros e nas obras populares que inspirou. Raros personagens passaram para a posteridade de forma tão controversa. Ao longo de dois séculos, sua imagem vem sendo moldada, polida ou desfigurada de acordo com as conveniências politicas de cada momento.

D. Pedro nasceu em 12 de outubro de 1798 no palácio de Queluz, 15 quilômetros ao norte de Lisboa, no mesmo quarto em que haveria de morrer apenas 35 anos mais tarde.

D. Pedro fez a independência do Brasil com 23 anos, idade em que hoje a maioria dos jovens brasileiros e portugueses ainda frequenta os bancos escolares. Dez anos mais tarde, estava em Portugal colhendo os loros da vitória contra o irmão, D. Miguel, que havia usurpado o trono e mergulhado o país em longo período de terror e perseguições. Nesse meio tempo, abdicou de duas coroas _ a portuguesa, em 1826, e a brasileira, em 1831. E recusou outras duas: a da Espanha e a da Grécia.

Considerava Napoleão Bonaparte _ o homem que havia forçado se pai a fugir de Portugal, em 1807 _ o “maior herói da História”.

D. Pedro era um homem moreno, alto, de estatura acime da média, ombros largos, cabelos encaracolados, bigodes e costelas fartas No rosto se destacavam os olhos negros e brilhantes. A pele era levemente marcada pelos sinais da varíola, doença á qual sobrevivera na infância.

Hiperativo, acordava á seis horas da manhã e ia dormir só depois das 11 da noite. Devoto de Nossa Senhora, Galopava de manhã de São Cristovão á igreja da Glória só para ouvi a missa. De volta ao palácio almoçava ás 9h e jantava ás 14h. Gastava menos de vinte minutos em cada refeição. Tinha o apetite voraz, mas hábitos gastronômicos simplórios. Como detestava delegar poderes aos ministros e auxiliares, fazia quase tudo sozinho: inspecionava os navios no porto, visitava as fortalezas, percorria as repartições públicas para conferir se os funcionários trabalhavam direito, ia ao teatro ver os preparativos para os espetáculos, supervisionava as cavalariças do palácio e se imiscuía em questões pequenas diante da importância do cargo que ocupava. Ás sextas- feiras, dava audiências publicas nas quais ouvia queixas, pedidos e sugestões de qualquer pessoa que se dispusesse a entrar na fila. Resolvia tudo ali mesmo ou, quando não fosse possível, dava três dias de prazo para que os ministros encontrassem uma solução. Apesar da agenda lotada, ainda tinha tempo para dar suas famosas escapadas amorosas, que muitas vezes invadiam as madrugadas.

D. Pedro teve pelo menos seis ataques epilépticos até os 18 anos.

A troca de cartas com o pai nas vésperas da Independência revela a rápida evolução política do príncipe. No começo, mostra-se titubeante em relação á causa brasileira e até contrário á ela. Em 4 de outubro de 1821, menos d um ano antes do Grito do Ipiranga, ainda jurava fidelidade ao pai e a Portugal, como se a Independência do Brasil fosse resultado de uma conspiração na qual ele não queria, em hipótese alguma, tomar parte.

O ânimo do príncipe mudou em virtude de dois acontecimentos. O primeiro foi a ordem precipitada das cortes de Lisboa para que voltasse imediatamente a Portugal, o que gerou uma onda de protesto no Brasil. O segunda foi a morte do filho primogênito, o príncipe João Carlos. A partir daí, o que se observava nas cartas um D. Pedro determinado a seguir no caminho que o levaria ás margens do Ipiranga.

Nos dois Casamentos oficiais, D. Pedro teve oito filhos, sete com Leopoldina e um om Amélia. Fora do casamento, o numero é lendário.

A PRINCESA TRISTE

MARIA LEOPOLDINA JOSEFA CAROLINA DE HABSBURGO, primeira imperatriz brasileira, tinha tudo o que o marido, D. Pedro I, valorizaria numa mulher, menos o fundamental: beleza e sensualidade. Mulher certa casada com o homem errado, Leopoldina reunia um conjunto notável de virtudes no campo do saber, da educação, das boas maneiras e da sensatez na forma de agir. A intelectual e virtuosa Leopoldina era, porém, rechonchuda e desleixada com as roupas e o corpo.

Tinha vinte anos quando chegou ao Brasil, casada por procuração com o herdeiro da coroa portuguesa, um ano e nove meses mais novo do que ela. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, em 5 de novembro de 1817, estava repleta de ilusões a respeito do país em que iria morar e do bom homem om o qual dividiria o mesmo leito. Teve papel fundamental na Independência, mas aos poucos foi se decepcionando com tudo e com todos. Em nove anos engravidou nove vezes, média de uma por ano, sofreu dois abortos e deu á luz a sete filhos. Morreu jovem, com menos de trinta anos, triste e abandonada pelo marido.

Leopoldina era a quinta herdeira numa família de 12 irmãos. Cresceu assombrada pelas guerras que haveriam de redesenhar o mapa politico da Europa depois da Revolução Francesa.

Em sua bagagem para o Rio de Janeiro constavam 42 caixas da altura de um homem contendo, além do enxoval, uma biblioteca, as coleções de ciências naturais, os presentes de casamento e um detalhe macabro: três caixões ricamente ornamentados, para a eventualidade de vir a morrer durante a viagem.

Ao desembarcar, tinha beijado os pés do sogro, D. João VI, e da sogra, Carlota Joaquina. D. Pedro fora recebe-la a bordo. “Todos são anjos de bondade”, afirmou na carta ao pai, referindo-se á família real portuguesa.

Era tudo um terrível engano. Na família real portuguesa não havia anjos de bondade nem pessoas cultas. Rapidamente a dura realidade dos trópicos se imporia sobre os sonhos da princesa.

Logo após o desembarque teve também o primeiro susto, ao descobrir que o marido era epiléptico.

Apesar de tudo, o casamento foi relativamente feliz nos três primeiros anos. O casal costumava passear a cavalo pela floresta da Tijuca, caçar borboletas e

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