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Resumo Raizes do Brasil

Por:   •  27/9/2023  •  Resenha  •  1.228 Palavras (5 Páginas)  •  52 Visualizações

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  • Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda
  1. O livro Raízes do Brasil: Na obra, Sérgio Buarque busca no Brasil Colônia as origens dos problemas nacionais e a identidade nacional, descreve o brasileiro como “um homem cordial”, isto é, que age pelo coração e pelo sentimento, preferindo as relações pessoais ao cumprimento de leis objetivas e impessoais (nepotismo). O Brasil Colônia é visto com pouca organização social, por isso o uso da violência frequente e o domínio personalista. A escravidão desvalorizou o trabalho e favoreceu os portugueses que desejavam “prosperidade sem custo”. Ou seja, o autor construiu a identidade do “homem cordial” originada na colonização portuguesa com uma estrutura política, econômica e social completamente instável de famílias patriarcais e escravagistas.

Capítulo 1 – Fronteiras da Europa: o autor retrata que os países ibéricos eram os que faziam contato entre a Europa e o Mundo através do mar. Nesses países não havia uma hierarquia feudal enraizada como no restante da Europa, lá cada homem dependia unicamente de si, o que favoreceu o rápido desenvolvimento da burguesia mercantil. Com essa anarquia organizacional, a nobreza portuguesa era muito mais flexível à mentalidade moderna, havia uma igualdade entre os homens. Esse relaxamento organizacional foi implantado aqui no Brasil quando os portugueses vieram para cá. O pioneirismo de Portugal nas navegações veio pelo incentivo próprio, os ibéricos não gostavam do trabalho manual e queriam ser senhores, e também pela sua localização geográfica. 

Capítulo 2 – Trabalho e Aventura: Para o autor, havia dois tipos de homem: o aventureiro, com um olhar mais amplo, como os portugueses; e o trabalhador, com um olhar mais restrito, como os ingleses e holandeses. O gosto pela aventura foi o que possibilitou o pioneirismo na colonização e a fácil adaptação na América. Buarque retrata que a escravidão africana colonial foi à forma que o português encontrou para suprir suas necessidades econômicas, já que conhecia essa tal escravidão africana aplicada no seu país, além de que o indígena “não conseguiu se adaptar” à escravidão e o próprio português não gostava do trabalho agrícola e preferia a vida aventureira, ou seja, queria enriquecer sem muito esforço pessoal. Devido ao alto grau de conhecimento do solo e suas técnicas apropriadas, os indígenas acabaram ganhando certa proteção que os distanciou da escravidão. O autor fez parecer que o preconceito com os negros era bem maior do que com os indígenas. O autor critica os colonos holandeses que não se estabeleceram nas terras brasileiras e trouxeram seu caráter urbano que não se adequou aqui. Mostrou também que a língua portuguesa era mais fácil de aprender para os índios e negros, além de que a Igreja Católica procurava mais aproximação com os nativos do que as Igrejas Protestantes, o que facilitou a colonização portuguesa. O resultado disso é a mestiçagem e a formação de uma nova pátria.

Capítulo 3 – Herança Cultural: nesse capitulo, o autor analisa a marca da vida rural na formação social brasileira. Como a base dessa vida rural era a escravidão, esta entra em crise quando a escravidão declina e entra em conflito com a mentalidade urbana, criando uma dicotomia entra a relação rural-urbano. Entre 1851 e 1855 houve um notável desenvolvimento urbano devido à construção das estradas de ferro, muito ligada à supressão do tráfico negreiro. Muitos senhores rurais eram contra essa supressão, o que resultou numa continuidade do tráfico, mesmo depois de abolido legalmente. Dessa forma, havia um embate entre a visão tradicional e moderna, que gerou muitos conflitos, por exemplo, a falta de estrutura para se desenvolver a indústria e o comércio. Com essa mudança, houve uma substituição das honras rurais para as honras da cidade, já que os colonos brancos apenas dignificavam o trabalho intelectual, dessa maneira, os trabalhadores eram a mão-de-obra nas fábricas. O sentimento de nobreza e a aversão ao trabalho físico saíram da Casa Grande e invadiram as cidades. Isso mostra o quanto foi difícil superar a colonização portuguesa na Independência. Assim, a vida na cidade se desenvolveu de forma anormal e prematura.

Capítulo 4 – O semeador e o ladrilhador (construir um novo pais): Enquanto a colonização portuguesa se concentrou predominantemente no litoral, já que viam suas colônias como grandes feitorias, a colonização espanhola preferiu adentrar para o interior e nos planaltos, criando-se cidades. O interior do Brasil não interessava a metrópole, a não ser com a descoberta do ouro e o inicio da penetração das terras com os bandeirantes, assim o controle de Portugal sobre o Brasil se intensificou. Mesmo mais liberais que os espanhóis, os portugueses mantinham firme o pacto colonial e proibiam a produção de muitas manufaturas. O autor retrata também o desleixo português na construção das cidades. Havia um desejo da burguesia portuguesa em se tornar parte da nobreza. Não havia tradição em Portugal, nem orgulho de classe, todos queriam ser nobres e esse desejo pode ser facilmente constatado no Brasil, assim nasceu a “Nova Nobreza”. Para o autor, a vida intelectual era mais desenvolvida na América Espanhola do que na América Portuguesa, falou da aversão às virtudes econômicas, principalmente do comércio, e também da natureza e das artes coloniais.

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