Resumo Sobre A Revolução Francesa
Pesquisas Acadêmicas: Resumo Sobre A Revolução Francesa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: robertovalerio • 22/9/2013 • 2.913 Palavras (12 Páginas) • 572 Visualizações
Revolucionários e Tiranos
Temas de História Contemporânea
Alfredo Oscar Salun
Revolução Francesa: a crise do Antigo Regime e a construção de um mundo burguês.
O Antigo Regime e as origens da revolução.
Algumas vertentes históricas consideram que o mundo contemporâneo se constituiu de três revoluções burguesas que teriam rompido com o Antigo Regime, um período marcado pelo predomínio da monarquia absolutista e do mercantilismo. O Antigo Regime teria sido derrubado pela ascensão da burguesia mediante a Revolução Inglesa, de 1640, a Revolução Americana, de 1776, e a Revolução Francesa, de1789, que daria um ponto final para aquele sistema.
Os ecos desses movimentos, principalmente da Revolução Francesa, espalharam-se pelo mundo e serviram de bandeira (Igualdade, Liberdade e Fraternidade) na luta contra o despotismo (forma de um governo tirano).
Essa peleja por homens comuns está ligada a revolução industrial (primeiramente na Inglaterra), com o surgimento de fábricas modernas e o aumento do volume de produção de manufaturas e mercadorias, o que alterou não apenas o setor econômico, mas também as relações sociais, permitindo que novos estratos sociais viessem a disputar com a aristocracia o poder político.
A Revolução Inglesa de 1640 e a Revolução Gloriosa de 1688 assinalaram a vitória da classe burguesa inglesa contra o absolutismo monárquico. Foi redigida uma constituição que garantiu os direitos individuais dos cidadãos frente ao Estado, tais como a criação do habeas corpus e a supremacia do parlamento nas decisões do governo com a promulgação da Declaração dos Direitos (Bill of Rights), em 1689.
Nos Estados Unidos, os ventos de mudança aconteceram com a independência do país (Revolução Americana), que adotou o sistema republicano de governo, baseado no princípio da soberania popular, isto é, a população não deve obediência a um senhor, mas todos, inclusive os governantes, devem ser submetidos aos desejos democraticamente expressos pelo povo e respeitar a constituição.
Esses pensadores que estavam nas rodas de discussão, eles usavam clubes e sociedades para se reunirem e debaterem temas políticos e filosóficos. Dentre as diversas sociedades, merece destaque o papel desempenhado pela Maçonaria.
A Maçonaria é uma sociedade secreta de caráter universal, cuja origem remonta a Idade Média, principalmente as associações de pedreiros e artesãos, alguns pesquisadores apontam que sua origem remonta aos antigos construtores egípcios das pirâmides. O termo maçonaria significa “construção” e está ligado aos pedreiros da Idade Média que tinham o segredo da profissão. Eles criticavam a igreja e o absolutismo. Dentre os Revolucionários de 1789, muitos eram maçons.
A sociedade francesa no Antigo Regime está dividida em estados. Era uma sociedade em que a mobilidade social era quase nula e isso obedecia à representação das três ordens nas assembleias provinciais ou nacionais (Estados Gerais). Os 24 milhões de habitantes estavam assim divididos:
O Primeiro Estado era formado pelo clero e perfazia 0,5% da população. Clero Secular ( bispos, curas e vigários) e o clero regular (frades e freiras). A igreja era uma instituição muito rica, o alto clero era formado por indivíduos dos grupos mais abastados, principalmente a nobreza, e monopolizavam as funções mais importantes, como bispos, arcebispos e as grandes abadias. O baixo clero, eram mais pobres, tinham uma vida cotidiana um pouco melhor que os camponeses.
O Segundo Estado era formado pela nobreza e compunha por volta de 1,5% da população. Em Versalhes, rodeavam a família real, a nobreza palaciana que, devido sua ligação, laços de família e amizade, recebiam pensões do governo, cargos administrativos e postos militares. Os interesses na manutenção do Antigo Regime, levaram vários componentes a formarem um bloco contra qualquer mudança política na França.
No campo, habitavam nobres provinciais que viviam dos rendimentos de suas terras e privilégios feudais, como direito exclusivo de caça, permissão para portar espadas, direito a tribunais privativos, acesso aos regimentos militares especiais, aos altos postos da igreja e, em caso de pena de morte, ser executado pelo machado ao invés da forca.
Já a nobreza eram os burgueses que ganharam títulos por prestarem algum favor ao rei, como empréstimos a coroa. Os membros da pequena nobreza, muitas vezes procuravam a carreira militar para conseguir promoção social, como foi o caso de Napoleão Bonaparte.
O Terceiro Estado englobava o restante da sociedade. Não possuía privilégios, arcava com a maior parte dos encargos e havia uma grande diferença econômica entre seus componentes, pois incluía desde o mais rico comerciante ao mais humilde camponês.
A crise econômica francesa estava ligada à questão das terras e dos impostos, a igreja e a nobreza possuíam uma grande porcentagem de terras, além do mais, tinham uma série de privilégios, em que eram negados aos membros do Terceiro Estado, sendo o mais importante a isenção fiscal. Era este último que arcava com as despesas de impostos diretos e indiretos, cobrados pela nobreza, pelo rei e pela igreja. Dessa forma, era necessária uma reforma fiscal, na medida em que o excessivo número de taxas sufocava a economia.
No caso dos impostos reais, em cada localidade havia um senhor que comprava o direito de cobra-los em nome do governo, pagando uma quantia adiantada, assim, não havia funcionários públicos. Diversos cargos na administração e no exército era colocado à vendo pelo governo, e, mesmo a alta hierarquia da igreja, renovava a cada cinco anos um contrato com o rei que previa uma série de isenções fiscais em troca de uma oferta aos cofres do soberano. No decorrer desse processo revolucionário, foram realizadas diversas reformas administrativas que foram ampliadas por Napoleão Bonaparte para modernização da administração pública francesa.
Historiadores marxistas consideram que a Revolução Francesa foi um conflito social, marcado inicialmente pela luta de classes da burguesia contra a aristocracia por interesses políticos e econômicos. Neste embate, os burgueses se apoiaram nas camadas mais humildes para vencerem as forças representativas do Antigo Regime. A participação dos camponeses e da massa urbana deveu-se às precárias condições de vida e, mesmos historiadores de outras vertentes, concordam que a fome foi um dos fatores que levaram a explosão da fúria popular.
O jovem rei Luís
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