Revolução: Transformações Radicais Das Estruturas

Dentro do caráter de transformações radicais das estruturas, majoritariamente, sociais e políticas em Cuba, tenho como objetivo fazer uma reflexão sobre a possibilidade de pensar a Revolução Cubana à luz de Hannah Arendt e Reinhart Koselleck, a fim de fazer uma discussão sobre a noção de revolução presente nos discursos de Fidel Castro em 1962 e, portanto, ressaltar qual formulação poderia ser melhor aplicada no estudo desse período histórico. Após a independência cubana, no século XIX, a ilha caribenha passou por intensos problemas políticos decorrentes da inserção de governos ditatoriais e da intervenção norte-americana. Na década de 1950, após a instalação do regime ditatorial de Fulgêncio Batista, os movimentos de oposição ganhavam força ameaçando a hegemonia do então presidente. Ela não é apenas um produto histórico da mobilização popular, mas é o desenvolvimento de um programa de transformações, nacionais e socialistas que modificou substancialmente a sociedade cubana nas décadas transcorridas desde a fuga de Batista para o exterior e a instalação do poder revolucionário em Havana.

No que se refere à Hannah Arendt, o conceito de revolução pode ser dividido em Antigo e Moderno. Nesse sentido, Arendt explora o lado de transformação e restauração das revoluções, opondo-se à ideia de ruptura ou criação de uma nova ordem ou modelo, seja social, político ou econômico. Entretanto, o conceito moderno pode ser entendido como um movimento retilíneo, trazendo, então, um futuro inédito e inovador e afirmando a ideia de ruptura entre passado e futuro. Reinhart Koselleck aborda o conceito de revolução pautado na questão do tempo histórico. Dessa forma, o conceito que, antes interpretava a revolução como um movimento circular, passa, a partir da Revolução Francesa, a apontar para um estado que não irá retornar ao ponto inicial. Koselleck inaugura, assim, um novo horizonte de expectativa baseado em um processo de construção de um diferente espaço de experiência.