Universidade Federal Rural de Pernambuco
Por: Kaio Brainer • 10/8/2022 • Trabalho acadêmico • 530 Palavras (3 Páginas) • 119 Visualizações
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Curso: História / Disciplina: Brasil República I
Docente: Élcia Bandeira / Discente: Kaio Brainer
Resenha do texto ‘’CARVALHO, José Murilo de. A Formação das Almas: O Imaginário da República no Brasil. São Paulo. Companhia das Letras: 1990 , p. 35-54.’’
José Murilo de Carvalho nasceu em 1939, em Minas Gerais, e foi um doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Oxford, eleito em 2004 pela Academia Brasileira de Letras, e atualmente é professor de história da UFRJ. Muitas de suas obras preocuparam-se em estudar a República, como "Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República Que Não Foi" e, também, "A formação das Almas: O Imaginário da República no Brasil", que iremos discutir adiante.
No livro supracitado, o autor propõe uma discussão os papéis de alguns dos principais símbolos utilizados pelos republicanos brasileiros, e tenta avaliar sua aceitação - ou não - pelo público presente na devida época. Concentrando-se um pouco mais no segundo capítulo, que será o foco desta resenha, Carvalho introduz o leitor na questão ideológica sobre a idealização da própria República, como foi pensada, construída e, também, contestada, sobretudo no 15 de novembro de 1889.
Para isto, no capítulo intitulado "As proclamações da República", Carvalho tenta discorrer acerca das tentativas de vários personagens ligados a Proclamação, no 15 de novembro, destacando uma construção positivista que buscava "escrever" a História exaltando os vencedores. A partir de três principais nomes - Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant e Quintino Bocaiuvas -, o autor analisa as narrativas que os cercam visando a construção do "moto de origem" da República brasileira. Que, na realidade, houve uma batalha pela construção de uma versão oficial.
Deodoro da Fonseca, foi considerado uma figura extremamente importante e talvez a mais conhecida entre eles. Sua luta baseou-se militarismo, ficando os civis distantes do processo.
Já Benjamin Constant fazia parte de uma ideologia diferente - positivista ortodoxa -, que o colocou num lugar cívico, apesar de ser um ídolo da juventude militar. Pensando mais num Brasil sociocrático, seus apoiadores se inspiraram na tradição clássica romana, em que a ditadura republicana era a melhor forma de governo, que assim formaria uma república social.
Quintino Bocaiuva fazia parte do Partido Republicano e propagandista. Ele não queria que o ato da proclamação fosse ligado exclusivamente a ala militar, e buscava agregar os propagandistas civis, mesmo que defendesse uma aliança com os militares, tanto que defende que não seria possível acontecer sem a presença dos militares. Portanto, os republicanos históricos querida garantir o caráter civil no processo, apesar de ser inegável a ação militar.
Por fim, o capítulo dois de "A formação das Almas" se mostra ser um texto muito interessante, especialmente porque abrange outras linhas de pensamento à respeito do contexto e narrativas que foram criadas ao redor e decorrer do 15 de novembro. Para além disso, também nos oferece algumas iconografia interessantes que representam esses personagens, dando um leque de opções para o leitor trabalhar sua pesquisa.
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