Vela para dario
Por: natachatrentin • 9/11/2015 • Projeto de pesquisa • 1.541 Palavras (7 Páginas) • 838 Visualizações
Introdução
O conto “Uma Vela Para Dário” trata-se de uma crítica social escrita
por Dalton Trevian que retrata a ficta história dos últimos momentos de um
homem que ao caminhar pela rua, tem um súbito mal estar e padece ao chão,
momento em que é cercado por diversas pessoas curiosas que mesmo
demonstrando a intenção de prestar auxílio, acabam não o fazendo de maneira
eficaz, sem demonstrar muito interesse pelo seu bem estar, acabam inclusive
subtraindo sucessivamente os seus bens, sendo que ao final, é deixado
sozinho em frente a uma peixaria aguardando por socorro, que nunca chegara,
o levando a óbito.
O texto nos faz refletir acerca da banalidade no tratamento às pessoas
necessitadas, que é reflexo da falta de solidariedade e de compaixão entre os
indivíduos da sociedade moderna. Neste estudo, apresentaremos uma reflexão
sob a ótica do direito constitucional brasileiro, especificamente no que se refere
ao direito da dignidade da pessoa humana, e a busca pelo bem estar social.
Resumo e análise do texto
Dário caminhava pela rua quando quanto por problemas de saúde caí
ao chão. As pessoas que transitavam e habitavam o local, movidas por uma
curiosidade mórbida, queriam ver o que estava acontecendo. Um homem
sugere que Dário estaria sofrendo um ataque cardíaco, quando um jovem pede
para que as pessoas se afastem, abrindo-lhe o paletó, a gravata e a cinta, para
que pudesse respirar, retirando-lhe também os sapatos.
Um senhor passa a explicar aos curiosos recém chegados o ocorrido,
ocasião em que relata que a momentos atrás, o homem caído possuía um
guarda-chuva e um cachimbo, que já não mais estavam lá.
Após uma senhora gritar que o homem estava morrendo, as pessoas o
colocam em um táxi, porém, o taxista se recusa e levá-lo pois não haveria
ninguém para pagar a passagem. Neste momento, Dário já estava sem seus
sapatos e o alfinete de pérola.
Após saberem que existe uma farmácia nas proximidades, as pessoas
decidem levá-lo até lá, porém, devido ao seu peso, acabam por deixá-lo em
frente a uma peixaria, onde moscas passaram a rondar o seu rosto sem que
ninguém se preocupasse em espantá-las.
A seguir, uma das pessoas sugere que lhe investiguem em busca de
documentos, com o fim de conhecer o seu nome, origem e idade, ocasião em
que a polícia chega, fazendo com que as pessoas pisoteiem Dário por
dezessete vezes. Em decorrência disso, Dário já não possuía nenhum item
consigo, nem mesmo sua carteira, razão pela qual a polícia sequer consegue
identificá-lo.
Sem documentos para identificação do homem, os policiais decidem
que o que poderiam fazer era chamar o carro funerário, o que fazem, e em
seguida deixam o cadáver sozinho a sua espera.
Um homem que passava ajeita o paletó sob a cabeça de Dário. Um
garoto lhe acende uma vela. Três horas depois, já com a vela apagada e sem o
paletó na cabeça, Dário ainda aguardava o carro funerário.
Nota-se que esta breve história ser resumida em poucas palavras, o
que contribui para promover uma excitação ao leitor, característica que é
abordada por Nádia Batella Gotlib em sua obra Teoria do conto:
A composição literária causa, pois, um efeito, um estado de
‘excitação’ ou de ‘exaltação da alma’. E como ‘todas as excitações
intensas’, elas ‘são necessariamente transitórias’. Logo, é preciso
dosar a obra, de forma a permitir sustentar esta excitação durante um
determinado tempo. Se o texto for longo demais ou breve demais,
esta excitação ou efeito ficará diluído. 1
A economia de meios é muito utilizada no meio literário, de forma que
muitos autores entendem que a contenção é o item adequado para o provocar
ao interlocutor o efeito desejado.
Também se nota que o autor tenta ao máximo desvincular-se da trama,
passando a sensação de que ela nasceu por si própria, outra característica
1 GOTLIB, Nádia Batella. Teoria do Conto. São Paulo: Editora Ática, v. 1, 2006, p. 198, página 32.
inerente ao estilo jornalístico, de modo que não causaria estranheza vermos
este texto em uma página de jornal, porém, percebemos que foram sutilmente
incluído
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