Vida do Índio no Brasil pré-cabralino

O povo Tupi-Guarani foi o primeiro grupo indígena a entrar em contado com os portugueses. Esses índíos faziam cerâmica, possuíam uma agricultura de subsistência, teciam, construíam pequenas embarcações e tinham controle rudimentar do fogo. Suas principais atividades econômicas eram a caça, a pesca e a coleta e não conheciam a escrita, a roda e a pólvora.

As tribos indígenas eram formadas por diversos grupos locais (aldeias) que se uniam por laços de parentesco e interesses comuns, em que a posse das terras e dos produtos da caça, pesca e coleta pertenciam a toda coletividade. Portanto, a solidariedade era uma característica marcante desse povo, muito diferente da sociedade atual. As aldeias eram formadas por malocas (habitação coletivas) que eram construídas em mutirão.

A divisão de trabalho era baseada no sexo e na idade. As mulheres realizavam serviços domésticos, cuidavam da alimentação, das crianças e do plantio. Os homens derrubavam matas, pescavam, coletavam, faziam canoas, arcos, cortavam lenha, faziam guerra e cuidavam dos sacrifícios rituais. As crianças eram educadas livremente junto aos pais, e os velhos, que tinham funções importantes na comunidade, eram muito respeitados.

Um erro grave cometido por muitos historiadores foi comparar a economia dos índios com a dos europeus daquela época, pois a produção de excedentes e as trocas eram mínimas entre as aldeias, enquanto que para os europeus constituíam uma prática comum. A carta de Pero Vaz de Caminha mostra o interesse dos portugueses pelas matérias-primas e metais preciosos na nova terra. Os indígenas trocavam horas de trabalho na derrubada e empilhamento de pau-brasil por miçangas e espelhos.

A partir de 1530, os portugueses começaram a explorar mais intensamente o Brasil com a diminuição do comércio com as Índias e o receio de perder o novo território para outro país europeu.