A CRIANÇA E A LÍNGUA INGLESA: CONTRIBUIÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Por: Nágila Silva Gadelha • 1/6/2018 • Artigo • 7.736 Palavras (31 Páginas) • 381 Visualizações
A CRIANÇA E A LÍNGUA INGLESA: CONTRIBUIÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM[1]
Francisca Nágila Silva Gadelha[2]
Thaís Helena Ellery de Alencar[3]
RESUMO
O trabalho apresentado a seguir tem o objetivo de demonstrar a visão que os nossos professores, alunos e a sociedade em geral têm do ensino de Língua Inglesa, e com base nisso, sintetizar a forma como a mesma é viabilizada nas séries iniciais nas escolas, retratando a sua influência em nosso cenário globalizado. Fez-se uso de entrevista, observação em duas universidades públicas na cidade, anotações de campo e levantamento de dados. Participaram de maneira ativa da pesquisa dois docentes e dois estudantes universitários que estão direta ou indiretamente ligados a universidades públicas de vínculo federal e estadual no município de Fortaleza, CE. A pesquisa proposta permanece amparada por perspectivas: sociocultural, antropológica e filosófica, a análise mostra que, para os participantes deste estudo a inclusão de Língua Inglesa emprega quatro perspectivas em sua vigência. A primeira relata o benefício da inclusão de uma língua estrangeira a partir das séries iniciais. A segunda revela que o ensino nas escolas deve priorizar a cultura e o vocabulário com proficiência. A terceira aponta que o ensino de Língua Inglesa não tem sido estimulante e valorizado nas Universidades de nosso município. A quarta perspectiva, denota o valor e a importância que a Língua Inglesa possui como linguagem universal. Os resultados registram a necessidade de ampliarmos a nossa discussão teórica no sentido de implementar as políticas educacionais que validam o ensino da língua favorecendo a formação de indivíduos para atuar em nossa sociedade contemporânea.
Palavras-chave: Perspectivas. Inclusão de Língua Inglesa. Linguagem. Cultura. Proficiência comunicativa
1 INTRODUÇÃO
Por sermos indivíduos, e vivermos em um meio social temos a necessidade de nos comunicar e com a semiotização, inúmeros são os fatores que nos comprovam que a linguagem desenvolve a nossa identidade. Com o avanço da globalização mundial, a oferta de ensino de língua estrangeira foi muito propagada em nosso país ou em outro país no mundo afora, o interesse de aprender outro idioma nasceu junto com a humanidade. Segundo Chagas (1967:105), no Brasil, o ensino oficial de línguas estrangeiras teve início em 1837, com a criação do Colégio Pedro II. Diz ele:
As línguas modernas ocuparam então, e pela primeira vez, uma posição análoga à dos idiomas clássicos, se bem que ainda fosse muito clara a preferência que se votava ao latim. Entre aquelas figuravam o francês, o inglês e o alemão de estudo obrigatório, assim como o italiano, facultativo; e entre os últimos apareciam o latim e o grego, ambos obrigatórios.
O trabalho de pesquisa realizado neste projeto foi inserido no campo do conhecimento de língua estrangeira, voltando-se para o eixo ensino-aprendizagem de crianças e professores de Língua Inglesa, tendo a análise da competência linguística como tema e apresentou interdisciplinaridade com o campo da Linguística aplicada contemporânea.
A pesquisa objetivou demonstrar dados sobre a formação de professores com proatividade comunicativa e fluência na língua alvo, enfatizando a importância do educando estar em contato com a literatura especializada que trata de ensino e aprendizagem de língua estrangeira, aliando dessa forma a formação universitária de docentes com proficiência comunicativa para preencher a lacuna que existe atualmente nas escolas.
O caminho metodológico escolhido foi o método dialético, realizado por meio de uma discussão teórica abrangente das categorias de análise que foram utilizadas nos dados da pesquisa-ação. Segundo Bakthin (1999), a língua é conceituada essencialmente dialógica, heterogênea, sincrônica e diacronicamente mutável diariamente, não existe fora do contexto social.
A psicopedagogia é um campo inovador que inserimos de maneira auxiliar para o desenvolvimento da aprendizagem de crianças, e com base nas suas teorias podemos intervir ativamente de forma que os discentes de Língua Inglesa possam ser a priori trabalhados eficazmente, partindo do pressuposto em que as dificuldades observadas nos mesmos são a partir da precariedade na formação de professores de Língua Inglesa em Universidades Fortalezenses.
2 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO REGULAR BRASILEIRO
A base teórica desta pesquisa norteou-se através do estudo sobre o campo do conhecimento de língua estrangeira, voltando-se para o eixo Psicopedagógico intervindo na visão de aprendentes da língua. O final do século XX e o início do século XXI foram marcados por inúmeras transformações socioculturais, com a globalização e a semiotização, é certo afirmar de forma positiva que este fenômeno ocasionou mudanças culturais e sociais em nossa sociedade.
Neste novo contexto, os indivíduos estão se adaptando as mais variadas situações, pois a era informatizada exige atualização constante, visto que as informações são ampliadas e modificadas rapidamente. Apesar das informações serem veiculadas por mecanismos ágeis, a maioria da sociedade não tem acesso às mesmas. É o fenômeno chamado “Exclusão digital” que tem se apresentado como um dos maiores desafios sociais, causando implicações diretas e indiretas sobre a sociedade moderna, a sociedade do conhecimento.
Partindo destas ideias, se faz necessário entender como a habilidade em mais de um idioma nos faz interagir com outros indivíduos, e nos faz perceber como somos marcados por transformações e desigualdades. A princípio adquirimos a chamada língua materna que nos proporciona vínculo com nossos familiares e indivíduos em nosso meio social. Conforme nos desenvolvemos sentimos a necessidade de conhecer outros indivíduos de diferentes culturas e idiomas, daí o grande passo para o aprendizado de uma língua estrangeira. O ensino de uma língua estrangeira merece atenção especial e embasamento teórico sobre as principais teorias de aprendizagem e conhecimento sobre o público que será ensinado.
No início do século passado, o conhecimento de idiomas estava relacionado à invasão, ao status, o que depois se tornaria apenas mais uma disciplina a integrar o currículo estudantil. É notória a sua importância em nossa realidade, assim como assinala o Ministério da Educação do Ceará, informando que a língua estrangeira “não é só um exercício intelectual de aprendizagem de formas estruturais (...), é sim uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo” (BRASIL, MEC, 1998, p. 38). Quando uma criança aprende uma língua estrangeira, fatores como afetividade e meio podem influenciar este processo de aquisição. Portanto é necessária uma postura crítica e um espírito de curiosidade em buscar novos meios de ensino.
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