A Dificuldade de Aprendizagem
Por: Hebert Turini • 17/10/2015 • Artigo • 4.196 Palavras (17 Páginas) • 393 Visualizações
1 – INTRODUÇÃO
A cada dia que passa nos deparamos com situações diferentes na educação seja na escola, seja em casa, pois as crianças estão cada vez mais avançadas em relação ao conhecimento prévio, aquele que trazemos de casa, que muitas vezes cria uma barreira entre o saber correto e o popular, cultural ou familiar.
Este conflito deve ser bem intermediado para não atrapalhar a aprendizagem da criança, mas nem sempre é o que acontece, pois família, comunidade e escola não falam a mesma língua, afinal o local correto da aprendizagem é a escola, depois se estende a família e comunidade, não deixando de lado é claro o conhecimento prévio, mas sim orienta-lo para que ocorra de maneira correta.
Por esta perspectiva, podemos então entender que os indivíduos passam por diversos processos que são fundamentais para o desenvolvimento humano. Muitos fatores são responsáveis para que este desenvolvimento ocorra sendo estes: fatores sociais, culturais, valores familiares, situação econômica, emocional, entre outros. Nota-se que no processo de aprendizagem é preciso levar em conta estes fatores, pois é a partir deles que se fundamenta o aprendizado.
Quando suprimido estes fatores o que pode acontecer com a criança é um retrocesso, que a leve a ter até dificuldade de aprendizagem, refletido diretamente nos seus resultados na escola, depois como cidadão e membro familiar.
Assim, a função de ensinar não cabe somente à escola, pois antes de ingressar neste ambiente, cada indivíduo carrega consigo um nível de conhecimento construído pelo meio de experiências obtidas no seu cotidiano social e familiar. Sabe-se que tais experiências são à base do comportamento do indivíduo, pois elas podem interferir positiva ou negativamente na vida do indivíduo.
A escola deve proporcionar uma condição onde a aprendizagem possa fluir de maneira agradável e produtiva, desde que se leve em conta que os professores conheçam o processo de aprendizagem de seus alunos, respeitando seus limites, conhecendo suas habilidades, capacidade de raciocínio, bem como, entender que são seres humanos em desenvolvimento. Deve-se observar que nem sempre a aprendizagem ocorre de maneira eficiente ou eficaz para todos os alunos. Pois alguns podem demonstrar dificuldade de aprendizagem, resultando no fracasso escolar devido a problemas.
Na escola nota-se que a aprendizagem pode fluir de maneira agradável e produtiva, desde que se leve em conta que é fundamental que os professores conheçam o processo de aprendizagem de seus alunos e estejam interessados durante a construção do processo ensino aprendizagem ao longo de sua vida acadêmica.
Atualmente há um aumento dos questionamentos por parte das escolas, que envolvem a qualidade do processo de ensino aprendizagem dos alunos. Acredita-se que é indispensável que o professor perceba seu aluno como um sujeito único, com sua história particular, inserido num contexto que ultrapassa os muros da escola.
Para melhorar o seu trabalho, o educador deve ter consciência como cada grupo se organiza, como ocorre à aprendizagem, sempre contextualizando esse processo, como meio para facilitar o desenvolvimento dos seus alunos. Muitas são as reclamações por parte dos professores quanto ao fracasso escolar, reforçados por diversas causas como, por exemplo, à desestruturação familiar, às desigualdades sociais, os problemas cognitivos, entre outros que vem a refletir baixo no desempenho escolar.
O fato de se pensar em dificuldades de aprendizagem é evidenciar a necessidade de se atuar na formação continuada dos professores e maior estímulo aos alunos que tem este perfil. Somente a partir da visão que os professores tiverem de sua prática profissional é que poderão fazer uma leitura diferente e menos limitada de um problema tão questionado quanto as dificuldades de aprendizagem na vida escolar.
Portanto, após estas considerações o presente trabalho tem como objetivo geral identificar as causas e possíveis soluções para oferecer um ensino atendendo às necessidades dos alunos com dificuldades de aprendizagem, suas teorias e características e o papel do educador frente a uma criança que apresenta dificuldades de aprendizagem, sendo que mais especificamente busca-se:
Pesquisar sobre a perspectiva histórica das dificuldades de aprendizagem;
Apontar o contexto das dificuldades de aprendizagem: teorias características e o papel do educador;
Apresentar a classificação, diagnóstico e avaliação das dificuldades de aprendizagem;
Descrever sobre as condições necessárias para se aprender;
O presente trabalho será realizado baseando-se em pesquisa de revisão bibliográfica, consultando diversas fontes que trabalharam este tema, servindo para estruturação do mesmo, buscando um novo enfoque para este problema e possíveis soluções para o mesmo.
2 – PERSPECTIVA HISTÓRICA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
A convivência humana desde os primórdios demonstra que a discriminação em relação aos mais fracos ou desprovidos de algum conhecimento nos acompanha há muito tempo, fazendo parte, portanto da nossa formação indiretamente, como característica que não carregamos por mérito, mas sim por indução genética, segundo WENDT (2001) apud SILVA (2008, p.2):
Desde os primórdios da humanidade, existem relatos da marginalização e do tratamento estigmatizado dado àqueles que são diferentes considerados “não normais” por não atenderem a padrões preestabelecidos. Este relacionamento com o diferente, o “não normal”, era até mesmo cruel e violento em parte das civilizações. [...].
Dessa forma podemos entender que a discriminação com os ditos “não normais” ou com alguma dificuldade vem do ventre da humanidade, sendo motivo de sofrimento e humilhação por parte dos povos ao longo das gerações.
O termo dificuldade de aprendizagem demorou muitos anos para aparecer no âmbito educacional sendo mencionado pela primeira vez em 1963, “[...] quando Samuel Kirk popularizou o termo Dificuldades de Aprendizagem (learming disability) [...]” (SILVA, 2008, p.2), até então as crianças que apresentavam estes problemas, faziam parte do grupo de pessoas com necessidades especiais (PNE) sem um aprofundamento do que realmente representava estes distúrbios.
A partir muitos autores passaram a estudar este tema dando maior ênfase pra o mesmo. Mas de acordo com SILVA (2008), as observações feitas por Kirk serviram de base para uma possível compreensão de órgãos ligados aos interesses dos alunos como também para familiares. Assim como relata SANCHEZ (1998) apud SILVA (2008, p.3):
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