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A LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NO CONTEXTO DO CAMPO NA PERSPECTIVA DO ESTUDO DOS GÊNEROS

Por:   •  30/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  3.158 Palavras (13 Páginas)  •  224 Visualizações

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Leitura e produção textual no contexto do campo na perspectiva do

estudo dos gêneros enfocando as variações linguísticas, socias

e/ou regionais sob a óptica de Marcos Bagno.

RESUMO

A língua designa um sistema que é constituído por palavras e expressões que se

transformam em frases e textos, que é utilizada por uma determinada sociedade

como meio de comunicação, então entendemos que a linguagem é uma atividade

interativa, onde dois interlocutores comunicam- se entre si, construindo significações

e compreensões. A língua Portuguesa é considerada difícil e complicada, pois se

acredita que existe uma única forma correta de falar, ou seja, só quem domina o

léxico e a gramática se comunica bem. Esta forma de pensar está enraizada na

sociedade brasileira e é alimentada pela mídia. Em reflexo disso o preconceito

linguístico é um julgamento pejorativo, onde só as pessoas com classe sociais mais

elevadas têm o prestigio de utilizar a língua “corretamente” e os indivíduos de classe

mais baixas, e principalmente camponeses não utilizam a língua como deveria,

segundo as classes mais prestigiadas, isso acontece porque desde os primórdios

que a sociedade carrega esse estigma que o direito de utilização da norma culta

está reservado a alta sociedade. Dessa forma esse artigo vem considerar o

conhecimento teórico em comparação empírica ao dia a dia observado nas aulas de

língua portuguesa em turmas do ensino fundamental ministradas na Escola Joaquim

Claudino de Oliveira, situada no distrito de Serra Negra da cidade de Bezerros no

Agreste pernambucano, que é uma escola com ensino fundamental de 9anos, que

agrega valores locais e uma cultura voltada para o clima e os festejos juninos.

Através dessa escola, obtemos conhecimento efetivo de como funciona e acontece

a educação nas escolas do campo, mostrando-nos assim que o agente

transformador do ensino é a língua falada e suas tradições seculares que

especificam tais linguagens.

Palavras- Chaves: Educação do campo, leitura, produção textual, preconceitos,

variações linguísticas.

_____________________________________________

¹-Graduando(a) em licenciatura em Letras na Universidade Estácio de Sá, Pólo EAD Caruaru, Professor da Rede

Publica Municipal do município de Bezerros – PE, e-mail: Ari.soares@outlook.com .

2

-Graduação em Letras pela Sociedade de Ensino superior Augusto Motta (1978). Cursou especialização em

língua inglesa na UFF. Começou sua vida profissional como alfabetizadora no Colégio São Vicente de Paulo, em

Icaraí, Niterói. Atualmente, é professora do Ensino à distância na Universidade Estácio de Sá nos Cursos de

Letras.

1. INTRODUÇÃO

A língua é um sistema de comunicação que está inserido na nossa vida, é através

dela que concretizamos nossa identidade e então nos individualizamos enquanto grupos

sociais. Ou seja, a partir da língua e suas variações nos reafirmamos como sujeitos

inseridos num meio cultural, histórico e social.Sendo Assim, não existe ser humano sem

uma língua, e não existe língua sem variação linguística (BAGNO, 1999). Tal variação pode

ser de um modo, que proporciona mudanças até mesmos estruturais na língua e na forma

de se comunicar. A exemplo podemos citar os surdos, que através da linguagem de sinais

conseguem se expressar com eficiência e precisão.

Diante de tanta diversidade de gêneros, a sociedade contemporânea vem travando

diversas lutas contra toda expressão de preconceitos sociais. Entretanto, essas lutas não

atingem um dos maiores e mais recorrentes preconceitos da sociedade Brasileira: o

preconceito linguístico, este que por sua vez se materializa a partir na marginalização de

variações linguísticas. Considerar que existe uma “forma correta” de falar que seria a

linguagem padrão que significa marginalizar as múltiplas expressões culturais que surgem a

partir da linguagem.

Um espaço dotado de cultura e potencialidades e que tem uma rica variação

linguística consiste no campo. São múltiplos os saberes dos povos desse lugar e igualmente

múltiplos os elementos de sua cultura expressos na língua.

A valorização das formas de ser fazer e comunicar dos povos do campo é um dos

princípios da educação do campo e ideia também presente em FREIRE (1970). Entretanto,

não são raros os casos em que a variação linguística dos povos do campo são considerados

inapropriados, indesejáveis e errados, tendo-se como ideal a linguagem padrão.

Diante disso buscamos desenvolver esse trabalho objetivando principalmente

entender as formas sociais e culturais de linguagem que os educandos mostram no dia a

dia. Também buscamos fazê-los compreender

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