A Linguista aplicado: de um aplicador de saberes a um ativista político
Por: Rodrigogmst • 10/11/2017 • Resenha • 1.106 Palavras (5 Páginas) • 503 Visualizações
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Universidade Veiga de Almeida - 2017.2
Rodrigo Gomes Santos
LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DE LÍNGUAS
Professora: GRAZIELA MOTA
RESENHA CRÍTICA
1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DAMIANOVIC, Maria Cristina. O linguista aplicado: de um aplicador de saberes a um ativista político. Linguagem & Ensino, Vol. 8, No. 2, 2005 (181-196).
2. CREDENCIAS DO AUTOR
Maria Cristina Damianovic tem graduação em Letras e pós-graduação em Letras e Linguística na Universidade Federal de Pernambuco, Mestrado e Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP. Atualmente é professora no Departamento de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Letras no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco.
3. RESUMO DO ARTIGO
O artigo analisado apresenta através história questões sobre política linguística no Brasil. A autor discutirá diferentes pontos de vista entre a ideologia de linguistas e gramáticos buscando diagnosticar caminhos ingressados pela língua portuguesa no Brasil. Faraco inicia seu artigo lembrando a complexidade das questões linguísticas no Brasil associado ao fato deste ser multilíngue apesar de ser classificado como unilíngue, que segundo o autor interpretam hegemonia como unicidade, por vezes ignorada nossa variedade linguística herdadas dos índios, africanos e imigrantes em geral, depreciando os vários falares brasileiros.
O autor robora a questão linguística a uma herança de um passado colonial mal resolvido, onde se buscava a máxima semelhança a uma Europa Branca. Citando sua publicação, FARACO, 2002, o autor mostra o paradoxo entre o fato da língua portuguesa ser carregada de compêndios gramaticais e anacronismo e a falarmos tão mal, e apesar da importância social a discussão política das questões lingüísticas não são abordadas como deveriam. Porém com o reaparecimento dos consultórios gramaticais na imprensa, inicia-se o tratamento dos fenômenos da língua, questões gramaticais e normativas, contudo sem comentar sobre a cultura do erro, e da dependência à gramática normativa.
Faraco comenta que os consultórios recebem críticas de linguístas por se basearem no caráter anacrônico e artificial do padrão que eles defendem. Porém, essas críticas não resultaram em um debate amplo sobre as questões dos padrões brasileiros da língua, necessário para fornecer aos professores uma referência realista dos padrões que lhes cabem ensinarem. Pelo contrário, os dois lados se enfrentam, de modo a se ofenderem, deixando o necessário de lado. O autor lembra o fato de os linguistas serem classificados pela mídia como liberais ou relativistas e que tudo admitem na língua, e até inconseqüentes, citando cf. Veja, 7 nov. 2001, p. 112.
Faraco evidencia que os profissionais de Letras e Lingüística, em geral, não costumam dimensionar politicamente as grandes questões no trato das questões sociais e culturais necessárias para suas dimensões políticas. Além de limitar as possibilidades de diálogo de acadêmicos interdisciplinarmente. Por isso os lingüistas encontram dificuldades para buscar estratégias retóricas ao tema e ganhar espaço público como parceiros no debate.
4. CONCLUSÃO DO RESENHISTA
Fica claro ao leitor que a professora Maria Cristina Damianovic concorda que a Linguística Aplicada se desenvolveu através dos esforços dos linguistas que testavam estruturas que poderiam ser aplicadas ao ensino de uma segunda língua através da estrutura funcional já definida na língua materna. A autora quer mostrar que a Linguística Aplicada alcançou em sua trajetória características baseadas na vivência não apenas do linguista aplicado, mas do ser humano numa perspectiva geral. E que na medida em que o tempo evoluía a Linguística Aplicada descobria novos caminhos para envolver-se nos processos de ambientação do homem em sua esfera social, política e cultural, de modo que esses processos pudessem influenciar a lingüística em seu aspecto de ensino e de aprendizagem.
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