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A Luneta Magica

Artigo: A Luneta Magica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/10/2013  •  1.892 Palavras (8 Páginas)  •  1.005 Visualizações

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Trabalho de Literatura:

Nome: Josiel Arndt

Título do Livro: A Luneta Mágica

Nome do Autor: Joaquim Manoel de Macedo

Edição: Primeira

Editora:Riddel

Biografia do Autor: Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) nasceu em Itaboraí, Rio de Janeiro, no dia 24 de junho de 1820. Formou-se em Medicina, pela Faculdade do Rio de Janeiro, mas nunca exerceu a profissão, seduzido pela carreira literária e pelo magistério. Foi professor de História no Colégio Pedro II, e preceptor dos netos do Imperador Pedro II.

A obra de Macedo representa todo o esquema e desenvolvimento dos romances iniciais, com linguagem simples, tramas fáceis, descrição de costumes da sociedade carioca, suas festas e tradições, pequenas intrigas de amor e mistério, um final feliz com a vitória do amor. Com o romantismo, nasce a prosa de ficção brasileira. "A Moreninha", foi seu primeiro romance, que teve grande aceitação. Joaquim de Macedo foi o autor mais lido na sua época.

Poeta e teatrólogo de grandes recursos, Macedo produziu inúmeros trabalhos literários, nesses dois gêneros, além de uma vasta coleção de romances que o colocaram entre os melhores e mais fecundos prosadores brasileiros.

Noutros gêneros, escreveu: Lições de História do Brasil (didático) (1861), Noções de Corografia do Brasil (didático) (1873), Ano Biográfico Brasileiro (1876), Efemérides Históricas do Brasil e Mulheres Célebres (1878). Depois da sua morte, ainda foi publicado o romance Amores de um Médico. Joaquim Manuel de Macedo é o patrono da Cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras.

Joaquim Manuel de Macedo morreu no Rio de Janeiro, no dia 11 de abril de 1882.

Situação Inicial: No romance A Luneta Mágica, Macedo nos conta a história de Simplício, um rapaz que padece de um mal terrível: uma dupla miopia.

Miopia física: que o impede de ver ou distinguir qualquer coisa a duas polegadas de distância dos seus olhos.

Miopia moral: o impede de entender ou distinguir as ideias alheias ou de ajustar suas próprias ideias. [trata-se de um parvo, ingênuo,...]

Simplício ficou órfão aos 12 anos de idade e, desde então, vive com o mano Américo, que administra sua herança, com a devota tia Domingas e com a prima Anica. Certo dia, apesar de sua miopia, foi convidado para fazer parte de um júri. Lá conhece o Sr. Nunes que lhe fala do Reis, um gravador de vidros, capaz de resolver seu problema de miopia.

Complicação: Depois de muitas tentativas, de lentes do mais alto grau, Reis reconhece que não pode ajudar Simplício, sua miopia é muito forte. Condoído, no entanto, com a dor do rapaz fala-lhe do Armênio - um artista de habilidades mágicas trazido da Europa pelo próprio Reis para trabalhar em sua oficina.

O desejo de Simplício de ver era tão grande que ele acaba aceitando ir visitar o Armênio. Este promete-lhe uma luneta mágica, mas avisa-lhe também que em pouco tempo o rapaz vai ter a convicção de que é melhor ser cego do que ver demais.

Assim, depois de pensar muito sobre tudo o que o Armênio havia lhe falado e consultar sua família, Simplício vai ao encontro do mágico no horário marcado, a meia-noite. Lá presencia o ritual de construção da luneta. Depois de muitas luzes, fogos e palavras mágicas, finalmente o mago entrega-lhe o objeto mágico, mas não antes de lhe avisar sobre os poderes e perigos da luneta: Simplício não deveria fixá-la mais de 3 minutos sobre qualquer objeto ou ser humano, pois assim passaria a ter a visão do mal [vingança da salamandra presa no vidro] e, além disso, não deveria também fixá-la em nada além de 13 minutos, pois esta seria a visão do futuro e, neste caso, para própria proteção do rapaz, a luneta se quebraria.

Ansioso com a possibilidade de enxergar, Simplício volta para casa e espera o amanhecer para experimentar a luneta. Maravilhado com a visão da aurora, acredita que será impossível ver qualquer coisa má nesta cena e decide, portanto, fixar sua luneta por mais de 3 minutos. De repente, fica horrorizado com o que vê: '-Meu Deus!...como a aurora é enganadora e falsa!...e como o sol é feio, terrível e mau!!!'. Concorda com o Armênio e diz que basta a visão da superfície e das aparências, a felicidade do homem está nas ilusões dos sentidos, nos enganos da alma, quer ser feliz e, portanto, não fará mais uso da visão do mal. No entanto, nosso jovem ingênuo, acaba por não resistir à visão do mal e começa a fixar sua luneta sobre tudo e todos.

A visão do mal permite-lhe ver a 'verdade' sobre: prima Anica, moça fria, sem sentimentos, mulher-cálculo, incapaz de amizade, interessada em casar Américo ou com Simplício por causa da fortuna; mano Américo, ambicioso avarento, rouba a família na administração dos bens; tia Domingas, invejosa, fofoqueira, sovina, deseja o casamento da filha com Américo pela fortuna,...

Estas descobertas deixam Simplício horrorizado e decepcionado fazendo-o decidir procurar um advogado para administrar seus bens e uma esposa para formar uma nova família. Procura o Nunes para que este o ajude com seus planos. No entanto, ao fixar sua luneta sobre o velho, descobre um farsante e interesseiro.

Passa-se um mês e ele só encontra decepções, ninguém em quem confiar, nada em que acreditar. Os amigos são todos interesseiros, exploradores, as moças são todas falsas e impuras.

De repente, a cidade inteira comenta sua loucura e ele passa a ser perseguido e execrado em todos os locais. A família decide que ele está doente, tranca-o em casa e quer destruir sua luneta. A visita de um médico, no entanto, impede que ele seja declarado louco. Todos concordam que ele foi iludido pela magia e que com amor e carinho conseguirá superar tudo.

Ainda assim, Simplício não entrega a luneta e sabe que, embora não seja considerado louco será visto como um maníaco, portanto não há salvação. Decide, então, que a única coisa que poderá salvá-lo será a visão do futuro. Ele quer saber qual o seu futuro e por isso decide fixar a luneta nele mesmo [no espelho] por mais de 13 minutos. Entretanto, antes de chegar na visão do futuro, chega à visão do mal e se descobre um infame, caluniador, um inimigo da família, um homem capaz de maldizer todas as criações de Deus, um maldito...Antes de chegar na visão do futuro, a luneta quebra-se em suas mãos.

De novo, Simplício acha-se na escuridão, arrependido de ultrapassar a visão da superfície e das aparências, descobre-se, agora, sem nada, sem qualquer possibilidade de ver.

Clímax: Depois de 8 dias enclausurado em casa, decide que já pode sair, as pessoas não lembrarão de mais nada - 'Não há atividade de opinião que resista à extensão, à eternidade de oito dias na nossa capital'.

Durante o passeio, reencontra o Reis que lhe conta sobre as fofocas do Nunes e o convence a, novamente, procurar o Armênio. Assim, fica combinado um novo encontro, a meioa-noite, no gabinete do mágico.

Mais uma vez Simplício presencia todo o ritual de construção da nova luneta e ouve os alertas do Armênio sobre o uso correto da lente. Dessa vez, se fixada por mais de três minutos, ela lhe dará a visão do bem.

Ao voltar para casa, esperançoso e feliz com a possibilidade de ver novamente, Simplício decide que escreverá a todos os jornais e falará sobre as maravilhas de que o Armênio é capaz. Ele não entende a descrença do Reis nas potencialidades mágicas. Acredita que o Armênio poderá ajudar muitas outras pessoas e que, portanto, não faz sentido manter tudo isso em segredo.

Depois de se questionar sobre que mal poderia haver na visão do bem, mais uma vez Simplício desobedece o mágico e fixa sua luneta por mais de três minutos. Começa por enxergar a prima Anica, um anjo de inocência e de candura; tia Domingas, a devoção e a piedade personalizada; o mano Américo, a pura dedicação fraternal.

'-Eu tinha a febre da felicidade. O mundo e a vida me festejavam o coração; eu desejava rir, divertir-me, folgar'.

Maravilhado com a visão do bem, apaixona-se pela prima Anica e por mais trinta e tantas outras moças, inclusive por Esmeralda, uma conhecida prostituta do 'Alcasar Lírico'. Reconhece a bondade e a pureza de coração em todos que dele se aproximam, ajuda a todos, paga jantares, dá esmolas, contribui para fundos de caridades através dos 'amigos', que são cada vez em maior número. Reencontra o Nunes, visita-lhe a família, apaixona-se por sua filha, salda suas dívidas. Enfim, passa a ser explorado e ridicularizado por todos sem perceber. Quando alguns tentam lhe avisar sobre o que está acontecendo, fica confuso, pois descobre a verdade na boca destas almas boas, mas não entende como isso pode ser possível.

Mais uma vez desesperado e angustiado, descobre que a visão do bem é um martírio.

Com a alma atormentada, presencia um funeral e percebe a beleza, a felicidade da morte. Decide, portanto, que o melhor que tem a fazer é morrer. Como não tem armas ou veneno, nem meios para consegui-los, sobe até o alto do Corcovado para se jogar de lá de cima. Antes, porém, pensa uma vez na visão do futuro, dá uma última olhada através da luneta mágica para cidade, a capital do Império do Brasil. Passa-se os treze minutos e a luneta se quebra em suas mãos. Mais uma vez nas trevas, Simplício não hesita e se joga do para peito...Duas mãos possantes, no entanto, suspenderam-lhe pelas orelhas - era o Armênio.

Desfecho: Depois de conversarem sobre tudo o que havia acontecido, o mágico fala-lhe sobre as lições das lunetas:

'Exagerar é mentir.'

'No mundo há o bem e o mal, como há na vida o prazer e a dor.'

'Mas o bem é o bem, o mal é o mal como são e não podem deixar de ser para humanidade que é imperfeita: perfeito bem, absoluto mal não há para ela.'

'A imperfeição e a contingência da humanidade são as únicas ideias que podem fundamentar um juízo certo sobre todos os homens...Cada qual é o que é e cada qual tem as suas qualidades, e seus defeitos.'

Depois desta conversa, o Armênio decidiu dar-lhe uma última luneta mágica - A Luneta do Bom Senso. Desta vez, no entanto, Reis faz Simplício prometer segredo sobre o assunto.

Personagens: 1.Simplício (o míope) protagonista do romance. Como o mesmo diz: míope física e moralmente. 2.Américo - administra os seus bens e os bens de seu irmão Simplício. 3.Tia Domingas - tia de Simplício e Américo. É uma fervorosa religiosa. 4.Prima Anica - filha de Domingas e prima de Simplício e Américo. É uma jovem doce e recatada. 5.Reis - dono do armazém onde Simplício conseguiu a luneta mágica. É um sujeito que se mostra amigo de Simplício, no entanto, totalmente cético em relação ao poder da luneta mágica e dos poderes do armênio. 6.Armênio - É um estrangeiro, que fala todas as línguas. Não é apresentado seu nome.

Local onde acontece a Historia: O Acre faz fronteira com a Terra do Nunca ao norte, Oz ao sul, Terra Média a leste e a Lagoa Azul a oeste, onde se situa a Ilha de Lost. O fuso horário do Acre é de -4 meses.

Época que acontece a história: 1868

Narrativa: Primeira pessoa

Linguagem Utilizada: linguagem coloquial

Opinião sobre o livro: Observarmos apenas o lado mal das pessoas leva-nos a uma absoluta desilusão com o ser humano. Por outro lado, se mirarmos apenas o lado bom, acreditaremos ingenuamente nas falsidades comportamentais das inter-relações sociais.

Assim, passando por essas duas formas de ver o mundo, a personagem vai mergulhando em um mar interminável de angústia.Muito bom o livro e nos da uma grande lição.

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