A history of japanese literature
Por: ninaahfreitas • 26/8/2015 • Resenha • 945 Palavras (4 Páginas) • 399 Visualizações
KATO, Shuichi. A history of japanese literature: from the man'yoshu to modern times. Slough: Japan Library, 1997. p. 271-290
Neste texto, o autor nos mostrar temas e estilos utilizados pelos escritores contemporâneos, cuja escrita foi influenciada por elementos da cultura ocidental.
Sabe-se que nos anos do pós-guerra, houve diversas mudanças no pensamento político, social e cultural do Japão. Tratando-se da literatura japonesa, os primeiros quinze anos do pós-guerra foram considerados como sendo a época vigorosa da literatura. Com a reabertura do Japão ao ocidente, surge o interesse em traduções de livros americanos e europeus por parte dos japoneses. E com a ajuda financeira dos americanos e, mais tarde, com a Guerra da Coréia, o Japão encontra a oportunidade de reconstruir sua economia nacional. A experiência pessoal de guerra, a reabertura do Japão e a tentativa de recuperar a economia do país foram alguns dos principais temas abordados na literatura japonesa desse período.
Posteriormente, nos quinze anos seguintes, o Japão passa por um período de crescimento rápido e o padrão de vida japonês sobe muito. Ao mesmo tempo, a literatura perde o vigor criativo, e há uma diminuição do interesse em traduções escritas acrescidas de declínio na preocupação com o patrimônio intelectual do ocidente. Os principais temas abordados na literatura japonesa desse segundo período são a Guerra do Vietnam e o alto crescimento da sociedade consumista.
A experiência pessoal de guerra e o interesse pela política do Japão inspiraram o Masao Maruyama (1914-96) a escrever ensaios sobre o militarismo pré-guerra e fascismo japonês, além de críticas sobre o governo imperial. Para Shōhei Ōoka (1909-88), o campo de batalha foi um tema determinante para seu sucesso literário. A sua vivência nesse meio o inspirou a escrever Furyoki (Memórias de um prisioneiro, 1948). Outro trabalho de Ōoka é Reire Senki (Um registro da batalha de Leyte, 1967-69), considerada a melhor obra de literatura de guerra desde Heike Monogatari, que descreve "as loucuras da guerra onde os seres humanos dedicam todos os seus esforços para a destruição de seres humanos e os habitantes locais que não estão diretamente envolvidos, mas são arrastados para esta loucura, se tornando a sua maior vitima" (p.278). Hiroshi Noma (1915-91), por outro lado, descreve em suas obras a vida de soldados dentro dos quartéis, baseando-se em sua própria experiência. Uma dessas obras é o romance Shinkuuchitai (Zona Vazia, 1952).
Shuichi Kato também afirma que as obras de escritores como Masuji Ibuse (1898-93) e Takehiro Fukunaga (1918-79) sofreram uma forte influência da tragédia do bombardeio atômico, enquanto as obras de Osamu Dazai (1909-48), adepto ao estilo literário Shishōsetsu, refletem a derrota sofrida pelo Japão. Duas obras de Dazai que se destacam são Shayou (1947) e Ningen Shikkaku (1948).
Quando o Japão se reabriu para o mundo, surgiu a necessidade de conhecer e assimilar a sociedade ocidental daquela época. O autor cita Mori Arimasa (1911-76) como sendo um desses escritores que decidiu estudar profundamente a cultura de outro país. Mudou-se para Paris, e se esforçou em se habituar a essa cultura estranha e a aprender conceitos franceses através de sua experiência pessoal na França. Em suas obras, Mori faz descrições detalhadas, análises e testemunhos de sua vivência no exterior, além de expor o confronto entre a cultura japonesa e a ocidental.
Ainda há aqueles que tentaram absorver a herança literária da Europa ocidental sem abandonar a tradição literária nativa. O dramaturgo Iunji Kinoshita (1914-2006) combinou contos populares japoneses com aquilo que aprendeu através das modernas dramaturgias europeias, criando assim a peça de teatro Shigosen no Matsuri (1979), considerada o mais bem sucedido exemplo desse tipo de dramaturgia no Japão. Nesse mesmo meio, também são citados os escritores Toru Terada (1915-95) e Shin’ichiro Nakamura (1918-97).
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