A invenção do Brasil segundo o Filme Caramuru - A invenção do Brasil
Por: Daniel Luis • 22/10/2015 • Ensaio • 757 Palavras (4 Páginas) • 6.261 Visualizações
A invenção do Brasil segundo o Filme Caramuru - A invenção do Brasil
Por Daniel Luis Aparecido Santos
O filme Caramuru - A invenção do Brasil, do diretor Guel Arraes, como o nome do mesmo já mostra, ele aborda a chegada dos portugueses á terra que seria chamada de Brasil. Pode-se notar que o filme é praticamente uma fábula moderna tomando como base a história brasileira.
Encontramos em Caramuru os seguintes atores e respectivas personagens: Selton Mello(Diogo Alvares, Caramuru); Camila Pitanga(Paraguaçu); Deborah Seco(Moema); Tonico Pereira(Itaparica); Debora Bloch(Isabelle); Luís Mello(Vasco de Atayde); Pedro Paulo Rangel(Dom Jayme) e Diogo Velela(Heitor o degredado). Sabe-se que a invenção do Brasil, começa em Portugal, onde um pintor talentoso, Diogo cria uns problemas ao arriscar embelezar o mapa da expedição de Cabral, ele foi seduzido pela enganadora Isabelle, Diogo furta o mapa e é punido com o degredo, então Diogo é deportado a caminho do Brasil.
Diogo durante a viagem encontra Heitor, um degredado, ele assume no filme um papel sátiro com relação ao degredo. Como aconteceu com muitas caravelas, essa naufraga, mas Diogo consegue chegar a praia e chegando lá encontra Paraguaçu, que falava português representando a idealização a raça portuguesa. Diogo ao ver a índia falar sua língua e lhe fazer muitas perguntas se assusta.
Arraes faz forte crítica aos portugueses, chega até a mencionar em alguns momentos do filme, o poema camoniano “Amor é fogo que arde sem se ver”, nota-se aqui a intertextualidade presente no filme. No período em que o poema é declamado a cena e de sensualidade acompanhada de uma curiosidade infantil com relações ás diferenças culturais e étnicas.
Diogo fica espantado ao perceber que lá as mulheres andavam praticamente nuas, sem pudor, que era o contrário das mulheres portuguesas, que andavam com muita roupa, ele percebeu também que as índias usando poucas roupas não eram desrespeitadas por nenhum homem da tribo.
O filme transmite a idéia de que a formação do Brasil deu-se de forma depravada, como se os descobridores portugueses e as nativas não tivessem outra afinidade que não fosse a pratica carnal do sexo. Que pode ser notada no triângulo amoroso entre Paraguaçu – Diogo – Moema, e também pelo uso irônico da palavra hospitalidade tupinambá, com a qual tratava o sexo.
As formas como as índias se apresentavam a disposição dos descobridores, no filme, acabou assumindo um papel vulgar de prostituição. Com relação à diversidade da flora, Diogo e Paraguaçu, começam a perceber os diferentes sentidos que uma mesma palavra pode ter, pois algumas palavras que Diogo conhecia em Portugal aqui no Brasil podiam significar algo diferente, o que é evidenciado na passagem em que Paraguaçu oferece manga à Diogo, o mesmo lhe mostra a manga da camisa, Paraguaçu lhe mostra um fiapo de manga (fruta), Diogo arranca um fiapo da camisa e lhe limpa os dentes cheios de fiapo de manga, mostrando à Paraguaçu que aquele também era um fiapo de manga (camisa).
Guel quando colocou o cacique da tribo, faz uma crítica a cultura brasileira mostrando assim o bom humor e a tendência a preguiça de populações que vivem ao abrigo de uma natureza magnífica e não fazem nada para preservá-la.
Diogo após receber o nome de Caramuru se tornou rei dos tupinambás e alcançou a grande fama e prestígio entre os índios. Depois de algum tempo cansado da vida na tribo Diogo volta à Portugal, Paraguaçu completamente apaixonada por ele o acompanha, porém ao chegar em Portugal se defronta com grandes desafios. Percebendo toda hipocrisia existente na sociedade portuguesa Diogo, agora casado com Paraguaçu, volta com a moça ao Brasil, dando continuidade à sua história de amor e volta a ser rei da tribo dos tupinambás.
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