ANALISE KLEINIANA DO FILME CENTRAL DO BRASIL
Por: Gabi Panetta • 11/4/2019 • Trabalho acadêmico • 748 Palavras (3 Páginas) • 352 Visualizações
ANALISE KLEINIANA DO FILME ‘CENTRAL DO BRASIL’
Dora é uma professora de português aposentada que trabalha em uma estação de trem escrevendo cartas para pessoas analfabetas para complementar a renda. Certo dia ela escreve uma carta para Ana, a qual está acompanhada de seu filho Josué. Dora, como fazia com grande parte das cartas que escrevia, decide não enviar a carta de Ana, a qual era destinada a seu ex-marido, Jesus, um homem alcoólatra, assim como era o pai de Dora. Certo dia Ana falece em um acidente, deixando Josué sozinho no mundo, Dora então após muita resistência resolve acolher o menino, no entanto ela o vende para um casal que traficava órgãos. Alertada por sua amiga Irene, Dora então decide salvar o menino e então partir com ele para Bom Jesus do Norte, atrás de Jesus, o pai que Josué nunca conhecera.
Na viagem os dois passam por várias dificuldades, ficam sem dinheiro e contam com a bondade de um caminhoneiro para fazerem boa parte do percurso até a cidade, já que os dois haviam abandonado o ônibus com o qual faziam a viagem. Josué conta que gostaria de ser caminhoneiro quando crescesse, o homem então em certo ponto da viagem o deixa “dirigir” o caminhão sentando o menino em seu colo, o que faz com que Dora se lembrasse de seu pai, que era piloto de trem, e a deixava tocar a buzina, essa seria a primeira boa recordação de Dora em relação a seu pai, já que até então apenas o recordava como um alcoólatra. Ela então se apaixona rapidamente pelo caminhoneiro, o qual abandona os dois em um restaurante à beira da estrada.
Eles então completam a viagem em uma caravana de fiéis que iam a uma procissão na cidade. Chegados em seu destino, Dora e Josué vão ao primeiro endereço que tinham e ao chegarem lá descobrem que Jesus, pai de Josué, supostamente teria se mudado. Com fome e sem onde ficar Dora diz ao menino que ele era uma desgraça em sua vida e o motivo pelos problemas dela, ele então corre dela entrando no meio de procissão e ela arrependida vai atrás dele, até que certo momento ela desmeia e só acorda dia seguinte deitada no colo do menino. Após isso, ao chegar no novo endereço, descobrem novamente que o pai não morava lá, e que este havia sumido no mundo. No entanto os irmãos que Josué não conhecia, Isaías e Moisés, aparecem e oferecem hospedagem por Dora contar que é uma antiga amiga de Jesus. Eles então pedem para ela ler uma carta que diz que seu pai havia partido para o Rio de Janeiro à procura de Ana, sua ex-esposa e mãe de Josué, e que um dia ele voltaria. O desfecho então se dá com Dora saindo no meio da noite, deixando a Josué uma carta e uma foto que os dois haviam tirado durante a viagem. Ela deixa o menino com os irmãos esperando a volta do pai.
Nesse filme o que se pode relacionar sobre Dora à teoria de Klein é que ela de certa forma possui uma inveja das pessoas que mandam cartas para suas famílias, visto que ela não tem o menor sentimento de culpa ao rasgar as cartas que supostamente deveriam ir ao correio, e se sente confortável frente ao sofrimento das pessoas analfabetas que queriam contatar suas famílias.
Klein também afirma inveja é uma fonte de grande infelicidade, e estar relativamente livre dela é sentido como um estado de espírito de contentamento e paz, como é possível observar uma evolução da personagem e no final ela consegue se afastar de Josué e reconhece-lo por sua totalidade e também reconhecer sua felicidade.
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