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A língua de sinais na prática Brasileira de formação

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Por:   •  6/11/2013  •  Tese  •  3.746 Palavras (15 Páginas)  •  388 Visualizações

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LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA PRÁTICA DOCENTE

Introdução

Ao longo dos tempos a educação para surdos vem ganhando destaque no cenário educacional brasileiro, mas ainda não se pode afirmar que seus direitos estão sendo respeitados: como, o reconhecimento da língua de sinais por sua língua natural.

A libras vêm sendo ensinada de forma a ser um caminho de mudanças efetivas nas condições oferecidas pela escola, é vista como instrumento que possibilita o desenvolvimento da leitura e escrita da língua oral, fortalecendo a identidade surda no Brasil.

Pensar uma educação para surdos que considere suas características sociais, descartando a patologia e a aproximação do surdo com o modelo ouvinte é tarefa que só recentemente vem sendo realizada. Por isso se faz necessário integrar estes cidadãos, pois não são inferiores a quem é ouvinte, para que possam exercer sua cidadania como seres humanos normais.

Desenvolvimento

Ultimamente ouve-se muito falar em surdos e a língua de sinais, graças ao trabalho que a comunidade surda vem perseverantemente realizando para ter espaço reconhecido perante a sociedade ouvinte.

A surdez, na antiguidade era concebida como castigo dos deuses, pois os surdos eram tratados como animais, miseráveis, retardados, não tinham direitos legais nem direito a ensinamentos. Muitas famílias abandonavam seus filhos com outras famílias, internatos ou os sacrificavam. Para aquela época a fala era a único meio de expressão do pensamento, sendo assim, os surdos, eram sujeitos incompletos.

As mudanças começaram a ocorrer com um monge beneditino, chamado Ponce de León, que era surdo, e dava aulas para surdos, filhos dos nobres, que se preocupavam com a exclusão de seus filhos diante da sociedade. Este monge dedicou-se a ensiná-los a ler, escrever, falar e aprender as doutrinas da fé católica, assim como Ponce de León outros defensores deste pensamento, também acreditavam que o surdo teria que falar para ser humanizados ( Bonet, Wallis, Braidmond).

L’Épee em 1760 aprendeu a língua de sinais francesa e iniciou a educação de surdos, e com um fator considerado inovador para a época, pois possuía em sua sala de aula a presença de um intérprete de língua de sinais. Assim os surdos viviam um momento especial, pois podiam ¨falar¨ sua própria língua , ser entendido, refletir e opinar sobre diversos assuntos.

“Foram mais de cem anos de práticas enceguecidas pela tentativa de correção, normalização e pela violência institucional, que negavam a existência da comunidade surda, da língua de sinais, das identidades surdas e das experiências visuais, que determinam o conjunto de diferenças dos surdos em relação a qualquer outro grupo de sujeiros.” (Skliar – 2001,p.1)

O que impedia os surdos de se comunicar não era o retardo mental que a maioria pensava que eles tivessem, mas a falta de conhecimento de uma língua que os fizessem pensar.

A surdez realmente pode vir associada a outras doenças como: nascer surdo-cego, surdo com problemas mentais, surdo com problemas psíquicos ou paralisia cerebral.

A surdez é caracterizada de ligeira a profunda, classificada de deficiência auditiva ou hipoacúsia e depende da gravidade do problema que a causou.

Pode ser leve: normalmente sem uso de aparelhos auditivos; moderada: pode interferir no desenvolvimento da fala, mas não impede que o indivíduo fale; severa: interfere no desenvolvimento da fala e linguagem, é necessário o uso de aparelho auditivo; profunda: deve ser tratada desde o nascimento, caso contrário a fala e a linguagem dificilmente ocorrerá.

Libras

Traduzida por língua brasileira de sinais, é a língua gestual que a maioria dos surdos usa para se comunicar dentro do território brasileiro e reconhecida por lei (10.436 de 24 e abril de 2002). Não é uma simples gestualização, mas uma linguagem diferenciada, composta por níveis lingüísticos como, morfologia, sintaxe, semântica e fonologia. Por isso não basta apenas conhecer os sinais, é preciso conhecer sua gramática para formular as frases. É uma combinação de configurações das mãos, movimentos e pontos de articulação. Como em qualquer língua, deve-se atentar para as suas variações regionais.

Por décadas a escolarização de surdos foi relacionada nos princípios do oralismo, era primordial que o surdo aprendesse a falar, mas esta não é uma ação natural do indivíduo surdo. Já em 1926 Vigostky (1986) criticava as práticas educacionais vigentes para a os surdos e também como a língua falda era ensinada, argumentando que, tal como era realizada, tomava muito tempo da criança, em geral não lhe ensinando a construir logicamente uma frase. Já a Libras possibilita uma comunicação eficaz e completa, que na sua forma genuína chama-se bilingüismo.

O desenvolvimento dos surdos está relacionado ao desenvolvimento dos sistemas sensoriais e perceptivo, e, é através destes sistemas que os estímulos ambientais são transmitidos ao indivíduo. Para Vigotsky (1993), o maior desafio para o deficiente auditivo no campo intelectual é a “formação de conceitos, generalizações e abstrações” por envolverem comportamentos verbais, sendo mais importante para eles a memória visual.

A educação e a inclusão de alunos surdos em escolas da rede regular têm sido muito questionada no âmbito educacional, clínico-terapêutico e na temática sócio-cultural. Por ser compreendida como uma cultura diferenciada, por possuir sua própria língua gestual-visual e que o surdo possui sua forma de aprender e de entender o mundo diferentemente do ouvinte, Kyle (1999) defende a idéia de que toda criança surda deveria ter uma educação bilíngüe.

A escolarização do surdo é um desafio para os educadores, principalmente quanto a: utilização de métodos de ensino adequados a sua realidade; a utilização de canais de comunicação, uma língua que viabilize a interação com o aluno e conseqüentemente a transmissão dos conteúdos e o conhecimento de questões relacionadas com a surdez para favorecer a interação e que esta seja o mais próximo da realidade deste aluno.

Deseja-se que os surdos tenham oportunidades iguais dentro da escola, mas antes de tudo deve-se trabalhar com a possibilidade de que as escolas possam mudar para melhor ao repensar e redimensionar suas práticas frente aos desafios impostos pelas políticas de inclusão. Conforme Sánchez citada por Quadros (1997,p.41):

“Mas para que não se percam os esforços. A inauguração de uma nova etapa histórica não significa que todos os problemas estejam resolvidos. Em

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