ANALISE DE AS RUINAS CIRCULARES
Por: Wanderson Andrade • 14/3/2016 • Artigo • 1.286 Palavras (6 Páginas) • 444 Visualizações
De acordo com o texto As Ruinas Circulares podemos compreender que o autor Jorge Luiz Borges explora A Teoria das Ideias criadas por Platão onde diz que o mundo sensível e apenas uma cópia do mundo ideal.
Ao estudarmos o texto podemos compreender que o principal personagem o Mago encontra-se em uma busca insaciável pela construção de um ser humano perfeito em seus sonhos para que após o termino o trouxesse a vida no mundo real:
‘’ O propósito que o guiava não era impossível, ainda que sobrenatural. Queria sonhar um homem: queria sonhá-lo com integridade minuciosa e impô-lo à realidade. Esse projeto mágico esgotara o espaço inteiro de sua alma; se alguém lhe tivesse perguntado o próprio nome ou qualquer aspecto de sua vida anterior, não teria acertado na resposta’’
Após tentativas sem exatidão compreendeu que para chegar ao êxito de sua busca precisaria preparar-se:
‘’ Compreendeu que o empenho de modelar a matéria incoerente e vertiginosa de que se compõem os sonhos é o mais árduo que pode empreender um varão, ainda que penetre em todos os enigmas da ordem superior e da inferior: muito mais árduo que tecer uma corda de areia ou amoedar o vento sem rosto. Compreendeu que um fracasso inicial era inevitável. Jurou esquecer enorme alucinação que o desviara no começo e procurou outro método de trabalho. Antes de exercitá-lo, dedicou um mês à reposição das forças que o delírio havia desperdiçado. Abandonou toda premeditação de sonhar e quase imediatamente conseguiu dormir uma parte razoável do dia. As raras vezes que sonhou, durante esse período, não reparou nos sonhos. Para retomar a tarefa, esperou que o disco da lua fosse perfeito. Depois, à tarde, purificou-se nas águas do rio, adorou os deuses planetários, pronunciou as sílabas lícitas de um nome poderoso e dormiu...’’
Depois de sua preparação entrou em um sono profundo e já de imediato conseguiu ver um coração pulsar, após dias em seu sonho construindo o seu ser humano quase que o destruiu sua obra, foi quando ele pediu ajuda a uma imagem que em sua descrição parecia ser a mistura de um tigre, um potro e um touro que lhes passou instruções para ser seguida ao despertar de seu sonho:
‘’ Nesse crepúsculo, sonhou com a estátua. Sonhou-a viva, trêmula: não era um atroz bastardo de tigre e potro, mas simultaneamente essas duas criaturas veementes e também um touro, uma rosa, uma tempestade. Esse múltiplo deus revelou-lhe que seu nome terrenal era Fogo, que nesse templo circular (e em outros iguais) rendiam-lhe sacrifícios e culto e que magicamente animaria o fantasma sonhado, de tal sorte que todas as criaturas, exceto o próprio Fogo e o sonhador, julgassem-no um homem de carne e osso. Ordenou-lhe que uma vez instruído nos ritos, remetesse-o ao outro templo despedaçado, cujas pirâmides persistem águas abaixo, para que alguma voz o glorificasse naquele edifício deserto. No sonho do homem que sonhava, o sonhado despertou’’
Após anos de pesquisa para que pudesse realizar o que lhe foi ordenado pelo universo do fogo conseguiu concluir o que lhe foi submetido mas sempre com a dor de ter deixado seu ‘’ filhos’’ pois sem ele sua existência não seria possível. Posteriormente a isso retornou a seu sonho para que pudesse trazer seu filho a realidade antes disse solicitou que ele realizasse algumas tarefas que foram feitas com exatidão, após conclui-las o Mago resolver traze-lo a realidade das antes apagaria sua mente para que ele não se sentisse a mais estranha criação entre os homens.
‘’ O mago executou essas ordens. Consagrou um prazo (que finalmente abrangeu dois anos) para descobrir-lhe os arcanos do universo e do culto do fogo. Intimamente, doía-lhe separar-se dele. Com o pretexto da necessidade pedagógica, dilatava a cada dia as horas dedicadas ao sonho. Também refez o ombro direito, talvez deficiente. Às vezes, inquietava-o uma impressão de que tudo isso havia acontecido... Em geral, seus dias eram felizes; ao fechar os olhos pensava: "Agora estarei com meu filho". Ou, mais raramente: "O filho que gerei me espera e não existirá se eu não for". Gradualmente, foi acostumando-o à realidade. Certa vez, ordenou-lhe que embandeirasse um cume longínquo. No outro dia, flamejava a bandeira no cume. Ensaiou outras experiências análogas, cada vez mais audazes. Compreendeu com certa amargura que seu filho estava pronto para nascer – e talvez impaciente. Nessa noite beijou-o pela primeira vez e enviou-o ao outro templo cujos despojos branqueavam rio abaixo, a muitas léguas de inextricável selva e pântano. Antes (para que nunca soubesse que era um fantasma, para que se acreditasse um homem como os outros) infundiu-lhe o esquecimento total de seus anos de aprendizagem’’
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