Análise do Conto "A cartomante"
Por: Thélio Brito • 2/10/2019 • Trabalho acadêmico • 934 Palavras (4 Páginas) • 496 Visualizações
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
CURSO DE LETRAS
THÉLIO BRITO
ANÁLISE E CRÍTICA DO CONTO “A CARTOMANTE” DE MACHADO DE ASSIS
Atividade avaliativa para obtenção da nota parcial da disciplina de Teoria da Literatura II no 2º semestre de 2019 ministrada pela Prof. Ma. Lisiane Oliveira e Lima Luiz.
GUAJARÁ-MIRIM - RO
2019
- ENREDO
A história tem início numa sexta-feira de novembro de 1869. Rita, aflita com a sua situação amorosa, resolve consultar, às escondidas, uma cartomante que serve como uma espécie de prognóstico. Apaixonada pelo amante Camilo, amigo de infância do marido, Rita arreceia pelos relacionamentos correrem em equidistante. Camilo debocha da atitude da amante porque não acredita em nenhuma superstição. Rita, Vilela e Camilo eram bastante próximos, especialmente após a morte da mãe de Camilo.
Rita e o marido viviam em Botafogo e, quando conseguia esgueirar-se da casa, ia ao encontro com o amante às ocultas na Rua dos Barbonos. Camilo se sentiu seduzido por Rita e, fato é, que se instalou um romance.
A contrariedade surge quando Camilo recebe cartas anônimas de alguém que revela ter conhecimento da relação extraconjugal. Camilo, sem saber como reagir, se afasta de Vilela, que suspeita do desaparecimento súbito do amigo.
Atormentado após receber um bilhete de Vilela convocando-o para um encontro em sua casa, Camilo recupera as antigas crenças obtidas da mãe e, assim como Rita, segue em busca da cartomante. Após a consulta, Camilo se acalma e vai, calmo que, ao encontrar o amigo, confiante que o caso não havia sido descoberto.
O choque do conto mostra-se no último parágrafo quando se revela o final trágico do casal de amantes. Ao adentrar na casa de Vilela, Camilo se esbarra com Rita assassinada. Por término, toma dois tiros do amigo de infância, também caindo morto no chão.
- PERSONAGENS
Rita
Uma dama formosíssima de 30 anos, denominada tonta, graciosa e viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e interrogativa. Rita é casada com Vilela e amante de Camilo, amigo de infância do marido. Mostra-se de uma típica mulher da sociedade burguesa, que mantém um casamento de aparências e cumpre o seu papel perante a sociedade, apesar de estar em um casamento que não a faz completa.
Vilela
Togado, abre um escritório de advocacia no Rio de Janeiro. Tem 29 anos. É casado com Rita e tem um bom emprego e ostenta uma bela mulher.
Camilo
Tinha 26 anos e era funcionário público. Era ingênuo na vida moral e prática. Não tinha vivência e nem intuição no cotidiano. Tinha um caso com a esposa de Vilela.
A cartomante
Uma mulher que aparenta ter quarenta anos, italiana, morena e magra, com grandes olhos, descritos como dissimulados e agudos. A cartomante era tida por Rita, e depois por Camilo, como uma espécie de oráculo capaz de desvendar o futuro, mas na prática não conseguiu prever os acontecimentos catastróficos que resultaram do caso extraconjugal.
- TEMPO
Psicológico
O tempo psicológico, que não é material nem mensurável, flui na mente das personagens. Nesse caso, conduzir a sensação sazonada durante o tempo em que o fato ocorreu: a personagem pode ter passado por situações que pareceram extremamente extenso, mas que, no real das coisas, duraram apenas alguns minutos.
“Um dia, porém, recebeu Camilo uma carta anônima, que lhe chamava imoral e pérfido, e dizia que a aventura era sabida de todos”. (p.4)
“No dia seguinte, estando na repartição, recebeu Camilo este bilhete de Vilela” (p.4)
Cronológico
Tempo cronológico é o que mostra o relógio, horas, dias, anos, numa ordem direta do tempo.
“Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869”. (p.2)
“No princípio de 1869, voltou Vilela da província, onde casara com uma dama formosa e tonta; abandonou a magistratura e veio abrir banca de advogado.” (p.2)
- ESPAÇO
Aberto
O espaço aberto é denominado a um ambiente livre.
“– Aqui perto, na Rua da Guarda Velha; não passava ninguém nessa ocasião. Descansa; eu não sou maluca.” (p.2)
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