Análise do Conto "Feliz aniversário" de Clarice lispector
Por: Nataline Oliveira • 16/10/2019 • Resenha • 410 Palavras (2 Páginas) • 1.145 Visualizações
A família de Dona Anita estava distante, porém os encontros só eram possíveis uma vez por ano e justamente no dia do seu aniversário, e naquele dia que deveria ser um momento de muita felicidade, não era tão importante assim, não passava de tanta angústia e tristeza. Ela não aceitava que os filhos a tivessem abandonado, deixando-a a mercê da vida, na solidão e vindo ao seu encontro somente uma vez na vida e no seu aniversário. Havia alí muita mentira, falsidade, e aquilo lhe incomodava muito porque num momento de reflexão ela para, para pensar como aquilo aconteceu. Ela era uma pessoa forte, diferente, que lutava pela vida, ter colocado flhos tão apáticos, tão vazios pela vida, que riam a toa como se nada etivesse acontecendo, esqueceram-na completamente. Depois que seu filho Jonga faleceu, pois para ela, ele era o único que se preocupava com o sentimento, com o amor, ele era o único que se dedicava, cuidava e tinha um sentimento verdadeiro; "Como Jonga fazia falta nessas horas! Também fora o único a quem a velha sempre aprovara e respeitara, e isso dera a Jonga tanta segurança. E quando ele morrera, a velha nunca mais falara nele, pondo um muro entre sua morte e os outros" Ela esqueceu todos os outros, que na verdade eles não davam o que ela realmente necessitava, a presença no dia a dia. Um trecho do livro mostra que ela não estava apática por conta da velhice; "Oh o desprezo pela vida que falhava. Como?! como tendo sido tão forte pudera dar á luz aqueles seres opacos, com braços moles e rostos ansiosos?"O que seriam seres opacos? Pessoas que estavam apagadas, pessoas que esqueceram completamente tudo que ela fez por eles. "Com braços moles" algo relacionado a falta de segurança que ela não tinha e "rostos ansiosos" é a parte mais interessante e está relacionado a questão da festa, pois estavam loucos para sair e viver suas vidas e sua mão não era tão importante assim. Eles precisavam buscar seus sonhos e Dona Anita ficou ali, esquecida no tempo. Esse momento é tão triste para ela que podemos chamar de epifania, o momento em que tudo precisa ser colocado a mesa e ela tomou uma titude que para sua filha Zilda, que "cuidava" dela, ela simplesmente cuspiu no chão, deu um basta, deixou claro que ela está ali vendo a falta de amor, empatia e segurança que ela precisava tanto!
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