Analise Obra O Juiz de paz na roça
Por: Daniele Nunes • 20/7/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 413 Palavras (2 Páginas) • 2.588 Visualizações
Analisando Obra Juiz de Paz na Roça de Martins Pena
A peça “Juiz de Paz na Roça” retrata a cultura brasileira no século XIX, mostrando valores e hábitos fortes daquela época. A história se desenrola na época da Revolução Farroupilha. Inicia citando a situação da escravidão no pais. “os meia-caras estão tão caros “ (MARTINS). Os “meia-cara” eram os escravos. Após a aprovação da lei que deixava livre os africanos que chegassem a costa, mas a lei servia apenas para “inglês ver” (de onde surgiu a expressão), pois o tráfico de escravos não acabou, apenas passou a ser feito de maneira mais discreta, mesmo assim, ocorria livremente. “...há de comprar uma negrinha pra mim.” (MARTINS).
Outro ponto importante da peça é o distanciamento da província e da corte. A história se passa totalmente no interior, mostrando muitas vezes o distanciamento da província e da corte. Martins deixa claro isso ao mostrar a simplicidade dos personagens, através da forma de falar, do trabalho na roça. Há também a distorção da vida na corte, falado por José, querendo demonstrar quão maravilhoso é o local. Chegando até a descreve-lo como algo mágico: “uma árvore se vira em barraca, paus viram-se em cobras e um homem vira-se em macaco” (MARTINS).
Mesmo a simplicidade das pessoas, eles são demonstrados com certa mesquinhez “esconde os pratos na gaveta e lambe os dedos.”
Um dos pontos principais da obra, é o juiz da paz. Figura da lei, fazia pouco caso do sistema jurídico: “Eu, juiz da paz, hei por bem derrogar a Constituição” (MARTINS); mostrava um interesse próprio evidente “eu gosto tanto de porco com ervilha” (MARTINS); e aceita suborno “Mas os votos que vossa senhoria pediu-me para aqueles sujeitos não eram insignificância.” (MARTINS); e admite não entender da lei, mesmo que seu trabalho dependa disso “Eu cá entendo disso? ... Quantos juízes de direito há por estas comarcas que não sabem onde têm sua mão direita, quanto mais juízes da paz.” (MARTINS).
A obra de Martins Pena mostra a realidade atual do país.
A supervalorização que temos em relação aos países desenvolvidos, o povo mesquinho e principalmente a corrupção, que não recai apenas sobre os políticos. Mas também aos brasileiros, em grande parte, que estão dispostos a fazer qualquer coisa para seu próprio benefício.
Desde as coisas mais simples, como furar fila, até atos grandiosos como desvio de milhões, atos que caracterizam o “jeitinho brasileiro”. Assim, vemos que a política brasileira é apenas um reflexo do país.
Referências
MARTINS, Pena. O juiz de paz na roça. 1838
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