Análise do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade e do Prefácio Interessantíssimo
Por: Matheus Dex7er • 4/4/2016 • Dissertação • 1.192 Palavras (5 Páginas) • 1.803 Visualizações
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ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.
Faculdade Anhanguera de Osasco
Curso de Letras
ATPS Literatura Brasileira
Osasco
2015
ATPS Literatura Brasileira
Trabalho apresentado à disciplina de Literatura Brasileira dos Cursos de Letras da Faculdade Anhanguera de Osasco.
Osasco
2015
Etapa 3
Passo 1 - Análise do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade e do Prefácio Interessantíssimo, de Maria de Andrade
A revista Antropofagia, em 1928, publicou o manifesto Antropófago, propondo a união de ideias brasileiras com ideias estrangeiras, para que nascesse assim uma cultura artística nova e deixando para trás o Simbolismo, ainda tão presente naquela época. Já no prefácio Interessantíssimo, Mario de Andrade mostra sua luta por uma nova expressão que fuja das formas antigas, com a criação de palavras novas e abusando da escrita livre.
Ambos escritores romperam com o simbolismo e assim houve a reconstrução da cultura brasileira, agora sob uma visão nacionalista.
O manifesto Antropófago tinha a proposta de união de nossa cultura com tudo o que era produzido fora do Brasil, deixando mais rica e criativa a produção artística e assim, desvinculando-se de laços culturais do passado, como o simbolismo.
A ideia do manifesto veio quando Tarsila do Amaral, esposa de Oswald de Andrade, que queria presentear o marido em seu aniversário, deu-lhe a tela Abaporu (aba = homem, poru = que come), e foi escrito com a ajuda de Mario de Andrade e Raul Bopp, sendo considerado o texto mais radical da época. Resgatando a crença indígena, ele defende um tipo de resistência às incorporações feitas sem o senso crítico devido. A proposta era “devorar” a cultura estrangeira e submetê-las a uma digestão crítica, para assimilá-las, ou até ‘vomitá-las’ caso fossem consideradas impróprias ou indesejáveis. No manifesto, Oswald de Andrade ironiza um episódio da história do Brasil: o naufrágio do navio em que viajava um bispo português, seguido da morte deste bispo ao ser devorado por índios antropófagos.
O prefácio Interessantíssimo foi publicado em 1922, na obra Paulicéia Desvairada, e veio lançar as bases estéticas do Modernismo. Foi inspirada na análise da cidade de São Paulo e seu provincianismo, sendo o marco, definitivo, do rompimento do autor com antigas estruturas. É considerado um verdadeiro manifesto-programa do Modernismo no Brasil, e que foi alguns anos depois, retomado e aprofundado no livro “A escrava que não é Isaura”, expondo suas ideias acerca de poesia.
Passo 2 – Buscar elementos textuais que demonstrem os aspectos “carnavalizantes” da fase heroica – primeira geração modernista
Durante a fase heroica, os autores pregavam, entre outras ideias, a negação do passado, a valorização poética do cotidiano, o nacionalismo e a liberdade linguística, a fim de estabelecer novos paradigmas da arte.
Passo 3 – Identificar as principais características das correntes modernistas: Antropofagia, Verde-Amarelismo, Pau-Brasil e Grupo da Anta
Durante a primeira fase do Modernismo, o movimento tentou concretizar-se no Brasil. Nesse período houve uma enorme produção de arte moderna e também de materiais para a divulgação dessas artes, conhecida como uma ‘orgia intelectual’. E em meio à essa ‘orgia’, ganharam força e teor ideológico ao longo da década de 20, quatro correntes de pensamento. São elas a Antropofagia, o Verde-Amarelismo, o Pau-Brasil e o Grupo Anta.
O movimento Pau-Brasil foi fundado por Oswald de Andrade e fazia críticas ao passado cultural brasileiro, que era uma imitação do modelo europeu, e propunha um olhar para o Brasil com os olhos do próprio brasileiro, mesmo com as influencias europeias.
Em resposta a isso, veio o Verde-Amarelismo, como uma defesa de um exagerado nacionalismo, passando a valorizar elementos nacionais sem qualquer influência europeia. Esta corrente, que após originou o Grupo da Anta, possuía inclinações nazistas e também, de algum modo, tinha ideais xenófobos.
A Antropofagia, de Oswald de Andrade, foi fundada como uma resposta nova às duas correntes anteriores, e pregava a aceitação da cultura estrangeira, porém, sem cópias ou imitações. A ideia era fazer tal cultura ser absorvida pela brasileira, colocando na arte a representação do Brasil e do elemento popular, valorizando as riquezas nacionais.
Passo 4 – Elaborar resenha critica
O Modernismo no Brasil chegou ao auge com a Semana da Arte Moderna, porém, as ideias modernistas já andavam pelo pais bem antes de Semana de 22. A vontade de mostrar um Brasil de verdade, com um povo sofrido, marginalizado, sem ideais românticos, teve inicio em 1902 com a obra “Os Sertões”, de Euclides da Cunha. De maneira critica, mas bem-humorada, Lima Barreto trouxe em “Triste fim de Policarpo Quaresma” a temática do nacionalismo. Monteiro Lobato também abordou o tema, em 1920, com o Brasil de Jeca Tatu e com o Sitio do pica-pau amarelo. Com o passar do tempo foi-se ganhando um enorme valor histórico e cultural. E por não haver entre seus participantes a junção de ideias que fossem comuns a todos, a Semana de Arte Moderna acabou por dividir-se em várias tendências diferentes, e todas pleiteavam a mesma herança, entre elas os movimentos Pau-Brasil, Verde-Amarelismo, Grupo Anta e Antropofagia. Esses movimentos defendiam um estado forte e centralizador. O Grupo da Anta, que antes era o grupo Verde-Amarelismo, escolheu o animal como seu símbolo por este ter sido um totem Tupí. Para revidar com sarcasmo as ideias xenofóbicas da Anta, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Raul Bopp, lançaram em 1928 o mais radical de todos os movimentos até então, a Antropofagia, que era partidária de um primitivismo crítico e propunham o quase fim da cultura estrangeira, não podendo copiá-lo ou imitá-lo.
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