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Análise do Poema Descobrimento de Mario de Andrade

Por:   •  9/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  545 Palavras (3 Páginas)  •  9.522 Visualizações

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Análise do Poema Descobrimento de Mario de Andrade

Descobrimento - Mário de Andrade

Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
Muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu.

Análise das figuras de linguagem presentes no poema

Nesse verso nota-se o emprego da metáfora, pois o autor usa o termo “friúme” com significado de outro, e tenta colocar em evidência a relação de semelhança entre ambos.

Nesse verso há o emprego da prosopopeia, que é uma espécie de metáfora que consiste em atribuir características humanas a outros seres. O adjetivo “palerma” indica certo desprezo pelo livro e, portanto, pelo texto.

Nesse verso a figura linguagem utilizada pode ser definida como pleonasmo, porque reforça o termo da escuridão, que seria a noite, tornando-se, assim algo redundante.

Nesse verso nota-se a presença de uma comparação entre o homem descrito no texto e o narrador.

Escanção do poema

  1. A/ban/ca/do à es/cri/va/ni/nha em/ São/ Pau/lo 
  2. Na/ mi/nha/ ca/sa/ da/ rua/ Lo/pés/ Cha/ves 
  3. De/ su/pe/tão/ sem/ti um/ friú/me/ por/ den/tro. 
  4. Fi/quei/ trê/um/lo,/ mui/to/ co/mo/vi/do 
  5. Com/ o/ li/vro/ pa/ler/ma olha/ndo/ pra/ mim. 
  6. Não/ vê/ que/ me/ lem/brei/ que/ lá/ no/ Nor/te,/ meu/ Deus! 
  7. mui/to/ lon/ge/ de/ mim 
  8. Na es/cu/ri/dão a/ti/va/ da/ noi/te/ que/ ca/iu                                                                     
  9. Um/ ho/mem/ pá/li/do/ ma/gro/ de/ ca/be/lo es/co/rren/do/ nos /o/lhos, 
  10. De/pois/ de/ fa/zer/ uma/ pe/le/ com/ a/ bo/rra/cha/ do/ dia, 
  11. Faz/ pou/co/ se/ dei/tou, es/ta/ dor/min/do. 

  1. E/sse/ ho/mem/ é/ bra/si/lei/ro/ que/ nem/ eu. 

O poema “Descobrimento” pode ser classificado desta forma:

Versos e estrofes

Notamos que as estrofes são heterogêneas, pois não existe uma métrica;

A linguagem é coloquial;

O narrador é o eu poético (primeira pessoa);

Nesse poema não existem rimas;

A primeira estrofe é uma quintilha e todos os versos possuem 10 silabas, logo são versos brancos;

Por outro lado a segunda estrofe é uma sextilha, contêm alguns versos alexandrinos, sendo eles o verso 6, 9 e 10. Versos 8 e 11 têm 10 sílabas e o verso 7 apenas 5 sílabas. Logo são versos livres.

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