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Argumentos em matéria de relações: escola, cultura e sociedade

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Por:   •  11/11/2013  •  Artigo  •  1.320 Palavras (6 Páginas)  •  432 Visualizações

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Argumentações em relações as questões: escola, cultura e sociedade

No filme francês “Entre os Muros da Escola” podemos ver de maneira clara a ideologia tradicional. No tocante a função da instituição escolar, esta é tão somente uma reprodutora do conhecimento adquirido, onde estes são transmitidos descontextualizados da realidade e cultura dos educandos, não há uma reflexão a respeito deste conhecimento; isto fica explicito no momento em que o professor está ensinando o “imperfeito do subjuntivo”, um termo da norma culta. Uma aluna questiona o seu uso no cotidiano, alegando que ninguém oraliza naquele tempo, o professor explica de uma maneira diferente de falar, mas não diz em que situações e com qual finalidade, não demonstram, por exemplo, que a linguagem é um marcador social. Numa outra cena uma aluna no fim do ano letivo diz ao professor que não aprendeu nada, não compreendeu nada do que foi ensinado, sendo assim se ela obteve boas notas e foi promovida tudo se deveu a memorização do conteúdo e não ao seu entendimento.

Os conhecimentos explicitados no primeiro filme são totalmente desvinculados do cotidiano dos alunos, os saberes valorizados são os da cultura branca europeia, ou seja, os ideais da elite francesa. É preciso ocorrer uma quebra de paradigmas pelo professor, em que ele perceba os grandes problemas sociais de seus alunos e resolva adotar novos métodos de ensino. Na visão do filme “Entre os Muros da Escola” o aluno é o objeto do ensino, cabe a ele somente ouvir, memorizar e reproduzir aquilo que foi estudado em sala de aula, tendo um comportamento adequado, quieto e submisso e só se posicionando se for solicitado. A relação professor e aluno são verticais, este mantém um distanciamento do educando, detendo o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula, etc.

um processo de conscientização social que estuda o ambiente de vida do educando. Rompe então com a visão do aluno objeto do ensino alienado da sua realidade, este é um ser pensante e atuante em seu meio. No filme as aulas são exclusivamente expositivas, as atividades sempre individuais, o professor já traz o conteúdo pronto e o aluno se limita exclusivamente a escutá-lo, é também disciplinar. Numa determinada sequência o professor de história propõe um trabalho interdisciplinar entre a sua matéria e a disciplina de francês, onde os alunos poderiam ler algum autor do Antigo Regime, assunto das aulas de história; o professor de francês se nega a partir de vários argumentos, mostrando a sua relutância nesta nova proposta. Outro aspecto não valorizado neste mesmo filme é a cultura trazida pelos alunos, sendo estes africanos, árabes, asiáticos e europeus, havia um choque racial dentro da sala de aula devido a diversidade, que se manifestava em conflitos, preconceitos com jovens afrodescendentes do continente e outros das ilhas, como na cena em que um dos alunos diz que quem nasce no Caribe não é francês e sim caribenho, causando um atrito em sala de aula com um aluno que nasceu no Caribe e se considera francês, intolerância com as religiões como, por exemplo, o islamismo, ou com relação ao garoto gótico da sala ou com o garoto chinês, nada disso era percebido. A única cultura importante e que interessava era a cultura francesa. Devemos enquanto educadores procurar mostrar que todos ao mesmo tempo em que são diferentes, com culturas diferentes, são iguais. Quando analisamos o modelo curricular retratado no filme e o resultado deste no cotidiano escolar, torna-se evidente a ineficácia da teoria tradicional. No filme a prática docente exercida pelo professor, demonstra ser inútil para a vida dos educandos, pois não aborda elementos de sua realidade nem de seus interesses. A rigidez autoritária do educador e a falta de flexibilização curricular levam a indisciplina na sala de aula e o distanciamento afetivo do aluno para com o professor. Associar os conteúdos pedagógicos a realidade social dos alunos e aos saberes preexistentes trazido por eles, se apropria assim da teoria crítica como modelo de transformação da identidade individual. A sala de aula pode tornar-se participativa e unida, integrada em torno da figura do professor que representa o modelo de orientador e mediador dos conhecimentos adquiridos pelos alunos. Atualmente algumas escolas transmitem uma educação que não deixa explicito o método seguido, um hora é construtivista, outra é tradicional, depois montessoriana. Ainda encontramos o currículo tradicional, em muitas escolas, seguido por um regime onde a educação é voltada tão somente para a formação profissional do aluno. A teoria tradicional demonstra um ensino neutro, seu objetivo é formar o cidadão para a sociedade, ou seja, um currículo tecnicista. Nas últimas décadas escolas estão aderindo a teoria crítica curricular, onde o objetivo é formar indivíduos críticos e reflexivos dentro da sociedade, a partir das linhas construtivistas e interacionistas. A escola que queremos promover é aquela pautada na formação de um sujeito ativo e atuante, lutando pelos seus ideais e buscando uma formação melhor dentro da sociedade, a partir da teoria critica. A escola é o local que leva o aluno a refletir sobre a diversidade cultural, promovendo o respeito mútuo e a igualdade entre todos os cidadãos, faz questionar os padrões sociais e políticos que formam o nosso país. Para chegarmos a escola que queremos é preciso deixar de lado o preconceito, comodismo e o medo da mudança, ter a iniciativa de formar uma escola disposta a mudar a sociedade, voltada com o olhar para

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