Crônica Cidade Saudades de Meu Lugar
Por: Isaquia Franco • 30/8/2018 • Ensaio • 395 Palavras (2 Páginas) • 189 Visualizações
Saudades de meu lugar
Um lugar tão pequeno, porém rico em beleza, cultura, tradição, esse é o meu lugar. O meu lugar já passou por tanta coisa, ele viu o alferes chegar, não pode fazer nada pelas famílias que morreram naquela chacina, que pena do meu lugar! Por que pena? Indagara alguém. Ora, ele pôde presenciar tantas coisas, sem poder nada mudar, respondi logo.
Não sabes que o meu lugar já foi cobiçado por tantos e poucos cuidaram dele? Não, responde o curioso. Ah, ele viu a ponte se afogar, entretanto, não pôde socorrê-la, sabe por quê? Porque ele era pequeno, talvez minúsculo. A vida do meu lugar é cheia de altos e baixos, no alto está à fé, embaixo está à história. Sabe a viúva? Qual? Quem é viúva? Perguntou. Já teve tantos namorados depois que perdeu o marido, mas nenhum deles soube dela cuidar, só pensavam em sua herança.
Nossa, parece que seu lugar é bom para se viver! Afirma o outro. É claro que é, confirmo. Saiba que lá no meu lugar curaram-se tantas pessoas, que só Deus para explicar! E lá não tinha nenhum médico, aliás, tinha, eu não o conheci, mas disseram tratar-se de um homem santo que viveu para ajudar tanta gente, até sarar. Hum! Faz o ouvinte com ar de surpreso. Olha só, disse eu, meu lugar é tão bom que até japonês já foi lá para com a viúva namorar... Mas só que os filhos dela não gostaram.
No meu lugar todo mundo só pensa em ser médico, advogado, engenheiro... Chamam de louco quem pensa em ser professor, lá o mestre não é valorizado. Apesar de tudo, eu gosto do meu lugar. Ai de quem falar da minha terra, não tem melhor do que meu lugar, digo com tom de fúria. Calma! Só quero conhecer mais sobre seu lugar, diz o outro, e continua... Não querendo ser hipócrita, mas tu pareces tal Major Quaresma. Admiro-o bastante, afirmo. O meu lugar é insubstituível, lá eu tenho o que preciso para ser feliz.
Assim, estou eu cá, como o poeta, sentido saudades de lá! Ah, o meu lugar! Foi necessário deixar minha gente, procuro um jeito de me formar, para, então, depois, com diploma na mão eu voltar e para sempre lá eu ficar. Quem sabe eu até reencontre certa moreninha que deixei a me esperar em uma praça depois da ladeira...
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