EXPERIÊNCIAS LITERÁRIAS E ESTUDOS DA LITERÁTURA: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA
Por: Francisco Arcanjo • 9/6/2022 • Artigo • 832 Palavras (4 Páginas) • 172 Visualizações
EXPERIÊNCIAS LITERÁRIAS E ESTUDOS DA LITERÁTURA: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA[pic 1]
ARCANJO, Ernande [1]
- INTRODUÇÃO
Embora a literatura seja algo intrínseco à nossa vida, nem sempre a percebemos assim. No entanto, tal estudo ofertado pela escola costuma ser atrofiado, posto que se restringe, em suas abordagens, às escolas literárias. Acontece que a literatura é muito mais.
Este texto intui contribuir com a compreensão da importância da literatura. Principalmente, os estudantes leitores e leitoras, especialmente alunos iniciais que ingressam em algum curso superior de letras que tem a literatura como disciplina. Procuramos fazer uma reflexão em torno da importância do que sejam experiências literárias e estudos literários como dimensões importantes á nossa vida, tendo a contribuição de Candido(1989). .
- EXPERIÊNCIAS LITERÁRIAS E ESTUDOS DA LITERÁTURA
Todos nós temos, em alguma medida, experiências e estudos literários. Estes se constituem como duas dimensões de grande relevância á sociedade, seja no âmbito sócio-cultural, seja, especificamente, no aspecto educacional. A primeira como necessidade vital em nossas vidas; a segunda, como riqueza de conhecimento. Portanto, as duas são imprescindíveis a nossa formação enquanto seres imaginativos e dotados de idealizações para além do presente, do empirismo, do palpável.
Sobre as experiências literárias, a partir do entendimento de que a literatura é uma criação imaginativa, que se expressa de forma artística por meio da palavra (ARCANJO, 2021), nos remetemos ao que nos disse o estudioso Antonio Candido:
(...) a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possam viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabuloso (CANDIDO, 1989).
Desde crianças, antes mesmo da escola, experimentamos do mundo literário. Por exemplo, não é difícil lembrarmos as histórias contadas por nossos pais ou outros adultos, seja em algum momento do cotidiano para alegrar, ensinar algo, etc, seja especificamente no momento para dormir. Outra coisa: é certo ouvirmos alguma vez, pelo menos, um ou mais versos, como os das histórias da literatura de cordel.
Estas experiências são seguidas desde os anos iniciais dos estudos escolares até a vida adulta. Certamente, se perguntar a uma criança de 8 anos algo sobre chapezinho vermelho, o Gato de Botas, Alice no Paraíso das Maravilhas, Peter Pan certamente saberá responder algo. Então, o mundo da literatura faz parte intrinsecamente de nossas experiências de vida. Portanto, por ser uma necessidade, é um direito que nos pertence, como bem defendia o autor supracitado.
Sobre os estudos literários, as primeiras experiências comumente acontecem na escola, posto que a literatura entra nos currículos escolares desde cedo. No entanto, a didática tradicionalmente deixa a desejar, não possibilitando, uma aproximação entre experiências literárias e estudos literários. Por exemplo, é predominante a idéia reducionista dos estudos de literaturas voltados tão somente às escolas literárias e condicionadas a uma linearidade histórica e decorativa. Não é por acaso que ao chegarmos no ensino superior trazemos apenas noções bastante fragmentada do que seja literatura. Portanto, é preciso, também, fica claro que o acesso aos estudos literários por meio de um ensino eficiente deve constitui-se, também, como um direito.
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