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FENÔMENO DA SOCIOLINGUÍSTICA: A EXCLUSÃO DA CONSOANTE “R”

Por:   •  27/6/2017  •  Artigo  •  1.626 Palavras (7 Páginas)  •  355 Visualizações

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FENÔMENO DA SOCIOLINGUÍSTICA: A EXCLUSÃO DA CONSOANTE “R”

Elissandra Guedes de Magalhães

5° Período de Letras

Mrs. Maria Margarete Paiva

Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL, Palmeira dos Índios, BR

RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar o apagamento da consoante “R” no final das palavras, principalmente de verbos no infinitivo da fala de informantes escolarizados e não escolarizados, e para chegar a uma conclusão de qual tipo de informante e do fenômeno que foi mais pronunciado, a nossa pesquisa contou com 10 informantes, 5 graduados e 5 com ensino médio/fundamental incompleto, onde na fala de todos os 10, o fenômeno foi recorrente. Baseando-se na metodologia da sociolinguística de Willian Labov (1972, 2008), Marcos Bagno; Ferdinand de Saussure, entre outros.

PALAVRAS-CHAVE: Analisar, apagamento, observar, sociolinguística.

ABSTRACT: The objective of this article is analyze the deletion of the consonant "R" at the end of words, mainly of the infinitive verbs of the speakers schooled and unschooled, and to reach a conclusion on which type of informant and the phenomenon that was more pronounced, our research included 10 respondents, 5 graduates and 5 with High School / incomplete primary education, where of the speakers of the 10, the phenomenon has recurred. Based on the sociolinguistic methodology of William Labov (1972 2008), Marcos Bagno, Ferdinand de Saussure, among others.

KEY-WORDS: Analyze, deletion, observe, sociolinguistics.

  1. INTRODUÇÃO

O fenômeno linguístico do apagamento (exclusão) da consoante “R” no final de palavras é considerado marcador da variedade de menor prestígio, sendo uma consequência fonológica. Na pesquisa, foi observado a fala de 5 informantes graduados em pedagogia, 3 informantes com ensino fundamental e 2 informantes com nível médio incompleto, todos pronunciaram o fenômeno.

O motivo cujo qual instigou a realizar a pesquisa com este fenômeno foi identificar que ele é pronunciado em ambos os informantes, mas tem um grau de preconceito irrelevante, pois, é pouco notado no cotidiano dos brasileiros, se comparado com outros fenômenos que são mais perceptíveis foneticamente, como exemplo o rotacismo.

Neste artigo é utilizada a metodologia da sociolinguística Laboviana, existente no livro Padrões da Sociolinguística (1972). Marcos Bagno também contribuiu com um ponta pé inicial através de seu livro A Língua de Eulália; Saussure com o  livro Curso de Linguística Geral.

  1. BREVE HISTÓRIA E ESTUDOS IMPORTANTES SOBRE A LÍNGUA: PRÁTICA E TEORIA EM UM CONTEXTO SOCIAL

A palavra gramática vem do grego grammatikós, é um conjunto de regras que estuda a estrutura da língua, onde analisa as palavras dentro de frases ou orações, além de estudar a forma e a composição das palavras.

A gramática divide-se em normativa, histórica, comparativa, funcional e descritiva. É classificada em fonética, morfologia e sintaxe. A primeira gramática conhecida no Brasil é chamada de Grammática da Lingoagem Portuguesa – Fernão de Oliveira (1536).

No entanto, a partir do século XX ocorreu a virada paradigmática, foi o tempo que ao invés de estudar a gramática em si propriamente dita, passou-se a estudar a língua em seu uso na prática, dando origem aos estudos lingüísticos. Após este tempo, surgiu uma necessidade de se estudar a língua na sociedade e suas relações, como argumento de estudos à necessidade de conhecer uma comunidade ou cultura de outras nações, tornando a sociedade mais próxima.

A língua possui uma diversidade de ambientes onde pode ser aplicada, como na escola, no trabalho, na família, com os amigos, entre outros. Portanto, as pessoas falam diversas línguas, pelo fato de se apresentar de formas diferentes, modificadas pelo meio ou comunidade em que se vive. Tarallo (1982, p.48) relata que:

A sociolinguística enfrenta o desafio de tentar processar, analisar e sistematizar o universo aparentemente caótico da língua na sua modalidade oral e/ou gestual. Podem ser chamados de sociolinguistas todos aqueles que entendem por língua um sistema de comunicação, de informação e de expressão entre os indivíduos da espécie humana.

A partir do sociolinguista Labov, que começou os estudos sobre a relação entre língua e sociedade na prática, Labov se diferencia de Saussure no sentido de que, Saussure estuda a língua como objeto de estudo apenas (único), individualmente e homogêneo. Enquanto Labov estuda a fala em seu uso de forma social, considerando a língua como heterogênea.

O escritor Pretti (1977, p.2) afirma que a sociedade não é possível a não ser pela língua; e pela língua também o indivíduo.

O objeto de estudo na sociolinguística é a língua falada, observada e analisada na sociedade, portanto na prática. Pois em um ambiente na sociedade, o importante não é todos falando do mesmo modo, mas as diferenças que os indivíduos possuem ao se comunicarem, e o conjunto de regras que são expressos ao falar.

A sociolinguística possui variáveis que podem ser, uma maneira do usuário/falante se expressar (estilística); as situações onde são faladas determinadas palavras (contextuais);

A idade que os falantes têm, pois, jovens falam de uma maneira, idosos de outras maneiras, assim como as crianças quando estão aprendendo a falar, é determinada por nível social, onde possui usos específicos.

  1. VARIANTES LINGUÍSTICAS

A variante linguística é como se dizer uma coisa de diversas maneiras (expressões), com um mesmo significado, em um mesmo contexto e valor. Segundo Tarallo, a um conjunto de variantes dá se um nome de variável Linguística.

Quando se estudada a sociolinguística, a primeira coisa a ser observada são as diferentes formas de falar, cujo são as variantes linguísticas. E estas variantes não têm que ser vistas como um problema, mas sim como um fenômeno de propriedade linguística.

As variantes podem ser geográficas, como o exemplo o inglês do Reino Unido e o inglês do Canadá; social, exemplo a linguagem de um advogado (ao exercer a função com argumentos ao defender uma causa), ou um pedreiro (quando trabalhando); idade quando um jovem diz e “Ae galera!”, e um ancião fala vossa mercê; situação, por exemplo, um professor em uma roda de amigos não se preocupa em falar correto, mas se expressa de maneira mais relaxada, do que quando está apresentando uma conferência; metafórica, quando alguém fala com outro de maneira irônica, por exemplo, um professor fala, Estude não viu Joãozinho que você vai tirar 10.

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