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Homens E A Pedagogia

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Por:   •  10/5/2014  •  473 Palavras (2 Páginas)  •  330 Visualizações

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Homens e a Pedagogia

Como pode um homem fazer pedagogia A meu ver, a pergunta é fruto de dois motivos principais: a desvalorização da carreira docente e a concepção de que educar é tarefa essencialmente feminina.

Ainda é forte a tendência de pais e gestores acharem que homens não devem lecionar em creches. Ao passar em concursos públicos, professores homens precisam provar suas habilidades na hora das trocas de fraldas e do banho, além de ter sua sexualidade posta em dúvida.

Estudos recentes sobre gênero e docência masculina confirmam que já se foi o tempo em que educar uma criança era sinônimo exclusivamente de cuidar, dar banho, trocar fraldas, fazer o lanche, etc. Hoje, diante de propostas novas que sugerem a desconstrução do conceito de masculinidade, definida por Pedro Paulo de Oliveira (FERRAZ, [2006] apud OLIVEIRA, 2004) como uma significação social, um ideal culturalmente elaborado, é preciso reconsiderar a presença de homens na docência da Educação Infantil. Vale ressaltar aqui que as relações de gênero vão muito além das questões de sexo, de masculino e feminino.

Durante muito tempo a educação foi responsabilidade da mulher já que esta era possuidora de “dons naturais para cuidar”, tornando a educação infantil uma vocação e não uma profissão (SAYÃO, 2005). Entretanto, as definições de educação infantil foram assumindo corpo e forma ao longo dos anos e, em 1988, foi incorporada na Constituição Federal no capítulo Educação, sendo mais bem explicada e organizada na LDB 9.394/96.

Assim, o número de homens nos cursos de Pedagogia, apesar de ser muito pequeno, vem crescendo a cada ano, o que indica uma mudança cultural na aceitação do homem nas salas de Educação Infantil e Anos Iniciais

Além disso, as construções mentais feitas durante séculos dão conta de que estudar para ser professor é ruim, feio e não dá retorno financeiro (o que pode até ser verdade, se avaliarmos a atual política de valorização docente). Entretanto, muito mais que estudar para lecionar crianças de zero a cinco anos, o profissional licenciado em Pedagogia é apto a exercer outras funções, tais como Orientação Pedagógica, Gestão Escolar, Coordenação, entre outras. São, inclusive, por esses caminhos que muitos estudantes do curso, sejam homens ou mulheres, buscam justificar suas escolhas. A última pesquisa feita pelo PET Pedagogia da UFBA, na FACED, por exemplo, constatou que 52% dos estudantes (homens e mulheres) que participaram da pesquisa escolheram fazer o curso para poder trabalhar com educação, mas não necessariamente em sala de aula. Esta realidade é ainda maior entre os alunos homens.

Apesar de não constar uma pesquisa na Bahia que discuta a presença de homens nos cursos de Pedagogia, nem no exercício da docência na Educação Infantil, é notória a crescente participação deles na área, o que pode ser visto como positivo, tendo em vista que, dentre outras vantagens, o equilíbrio de sexos como referenciais é importante mecanismo de educação para as crianças.

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