Kaingang, uma tradição que resistiu ao tempo
Por: litfant • 20/10/2015 • Projeto de pesquisa • 1.922 Palavras (8 Páginas) • 1.829 Visualizações
Projeto de pesquisa
1 Título:
Kaingang, uma tradição que resistiu ao tempo.
2 Tema:
Delimitação do assunto: Estudo das manifestações indígenas Kaingang.
3 Objetivo:
3.1 Elucidar uma parcela das manifestações indígenas paranaenses por meio de suas crenças e costumes.
3.2 Conhecer através de pesquisa as diversidades culturais indígenas Kaingang retratando-as de forma objetiva.
4 Justificativa:
Para poder demonstrar de forma clara e consistente os aspectos culturais e todas as características que diferem a tribo Kaingang de outras etnias indígenas brasileiras na forma de um painel que, além de conter informações, oferece ilustrações contendo imagens da tribo abordada, resolvemos, por meio de pesquisa bibliográfica, situar no presente trabalho uma síntese do que seria “os hábitos, costumes e características Kaingang” que nos remete a um aprendizado sobre a história indígena paranaense e sobre a história indígena brasileira, não deixando morrer uma cultura tão importante e preciosa para nosso país
5 Revisão da Literatura:
5.1 história:
Há cerca de 8000 anos atrás, de acordo com vestígios de materiais antigos encontrados por arqueólogos, o território denominado Paraná foi habitado por diferentes civilizações. Há cerca de 4000 anos atrás, vindos do planalto central brasileiro, chegaram ao Paraná os primeiros povos ceramitas e agricultores e logo se dispersaram no território de nosso estado. Sendo ancestrais de índios da família lingüística Jê são representados atualmente pelos Kaingang e Xokleng.
A denominação “kaingang” define, ao mesmo tempo, a população e a língua por eles falada. Conhecidos também como “Tradição Casa de Pedra” é provável que essa tribo possa ter sido pioneira em nosso estado pois estudos relatam que sítios arqueológicos Guarani estão próximos ou sobre os dos Kaingang. Com a chegada dos Guarani e, na medida em que estes iam conquistando os vales dos rios, os Kaingang eram empurrados para o centro-sul do estado sendo confinados nos territórios inter-fluviais. No final do século XVII, quando a civilização Guarani teve uma grave redução, os Kaingang voltaram a se expandir por todo o centro do Paraná e em meados do século XVIII foi possível conhecer parte da designação utilizada pelos Kaingang para nomear seus territórios como: Koran-bang-rê (campos de Guarapuava); Kreie-bang-rê (campos de Palmas); Kampo-rê (campo erê – sudoeste); Payquerê (campos entre os rios Ivaí e Piquiri, hoje Campo Mourão); Minkriniarê (Campos de Chagu, Laranjeiras do sul); Campos de Inhoó (São jerônimo da Serra), a terceira maior etnia indígena do pais.
Existem em média 25 a 30 mil índios Kaingang vivendo em cerca de 30 terras indígenas espalhadas nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Estima-se entre 8 e 10 mil índios no Paraná, distribuídos em 11 terras indígenas.
Tommasino em seu artigo “Os Kaingang no Paraná: aspectos históricos e culturais” descreve terra indígena como sendo uma categoria jurídica que designa uma área de terra delimitada pelo estado para usufruto de sociedades indígenas (pág.44).
No interior dos grupos indígenas ocorre um tipo de esquecimento cultural pois muitos já não falam as línguas nativas e a tradição já não é uma premissa de comportamento. Antigamente os indígenas combatiam por territórios e hoje lutam para serem eles mesmos, índios, somente índios, e serem considerados como tal.
5.2 religião:
Aprender sobre uma cultura indígena é mais do que apreciar objetos, temos que considerar também sua tradição e, no caso dos Kaingang, é na religião que se centraliza sua cultura.
A prática religiosa sofreu muitas mudanças com o passar dos anos. Os ritos de nominação, por exemplo, praticamente desapareceram e a introdução de igrejas evangélicas nas áreas indígenas contribuiu para um processo de desetnificação. Apesar disso alguns kaingang ainda preservam alguns tradicionalismos em suas atividades religiosas. Um exemplo disso é o ritual do kiki ou kikikoi (culto dos mortos entre os kaingang) que foi apontado por muitos autores do século XIX e XX como centro da religião Kaingang. Acredita-se que nesse ritual os espíritos dos ancestrais voltam a terra para comungar com a família viva.
Os Kaingang viviam em aldeias com até 300 pessoas e, para identificar o território, eram marcados símbolos clânicos em abrigos rochosos e troncos do pinheiro Araucária. Os mortos eram enterrados em estruturas subterrâneas, forradas com folhas de palmáceas e cobrindo com montes de terra que se assemelham a pequenas pirâmides.
Alguns estudos antropológicos das décadas de 60 e 70 demonstram que esses índios se organizavam de forma dualista. Esse dualismo consiste em dividir a sociedade em metades (no caso dos Kainang foram divididas em Kamé e Kairu), tradicionalmente exogâmica, onde os membros de uma metade se casam com membros da metade oposta. Nesse tipo de sociedade as concepções cosmológicas também são duais pois os seres do universo têm seus duplos que se complementam e formam a totalidade do cosmos: sol e lua, dia e noite, seco e úmido, redondo e reto, etc. Os antropólogos denominam essa organização dualizada de “oposições complementares” que educa e forma um tradicional membro Kaingang.
Atualmente a exôgamia não é mais reconhecida entre os Kaingang. Muitos não sabem à qual pertencem, mesmo assim, nas práticas rituais, o dualismo se apresenta, e é no ritual do Kiki que ele se encontra mais evidente.
5.3 Arte
“A arte indígena é uma forma de comunicação através de símbolos de sociedades nativas, em que se consegue manter a diversidade cultural através do tempo. O artesanato indígena paranaense vem representar parte da grande riqueza cultural desses povos originários.”
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