Ling. resenha
Por: 3301 • 17/11/2015 • Resenha • 510 Palavras (3 Páginas) • 293 Visualizações
Universidade Federal Fluminense
Linguística III
Professora: Bethânia
Aluno: Douglas Ferreira Pinheiro
Outubro de 2015
VOGT, Carlos. Semiótica e semiologia. In: ORLANDI, Eni P.; LAGAZZI-RODRIGUES, Suzy (Org.). Introdução às ciências da linguagem: Discurso e textualidade. 3. ed. Campinas: Pontes, 2015. p. 117-155.
A obra Discurso e Textualidade, de Eni P. Orlandi e Suzy Lagazzi-Rodrigues, apresenta uma visão geral a respeito dos estudos do texto e do discurso nas teorias da linguagem. Os autores reúnem os conceitos primordiais que integram as teorias que respeitam a disciplina. No capítulo de Carlos Vogt, é abordada a Semiótica e Semiologia, onde os tópicos destacados são: A língua e os outros sistemas de signos; Relações lógicas; Relações ternárias e sentidos; Estruturas semióticas profundas; Pragmatismo e semiótica; Estruturação de experiência e objeto da ciência; Semiótica, linguística e semântica; Conotação; Linguagem, gestualidade e pragmática.
Tendo como foco o primeiro e o segundo tópico, depreende-se do texto alguns elementos fundamentais. O primeiro tópico, intitulado de “A língua e outros sistemas de signos”, traz a questão da aparição da “língua como interpretante da sociedade”, isso sobre os fundamentos saussurianos. Como a língua é formada por signos, e tais signos necessariamente precisam permitir o emprego de modo significante, e também permitir combinações sob certas regras, é possível depreender daí o código, os paradigmas e sintagmas. O jogo de oposição proposto por Saussure atribui noção de valor justamente pela oposição, comparação e combinações paradigmáticas e sintagmáticas.
A questão que tal tópico aborda repousa sobre os sistemas de signos não-verbais e materiais não-linguísticos, mas que ainda assim não isenta o semiólogo do trabalho com a linguagem; apesar de este trabalho se dar em um nível de fragmentos do discurso, ou seja, unidades mais complexas.
Como a semiologia tem por objeto de estudo os sistemas de signos, verbais ou não, é evidente que a mesma extrapola a linguagem, todavia não podendo ignorá-la, pois para cada signo não-verbal, é preciso um sistema de “tradução” para algo significante, e isso só é possível através da linguagem.
A partir daí, vê-se as questões que envolvem as relações de lógica, ainda trabalhando com a oposição e comparação. Onde uma coisa só pode ser considerada ela mesma quando em “conflito” com outra. Se algo é verdadeiro, o seu oposto, obviamente, só pode ser falso. E isso não se dá apenas no objeto de estudo, no caso os signos, mas também remete ao Sujeito. O “eu” só é o “eu” porque não é o “outro”, assim constata-se que algo por si só não se constitui, mas sim pela oposição com o diferente. E deste modo, só é possível identificar o sujeito depois de se ter excluído a possibilidade de ele mesmo ser qualquer outro; só é possível conhecer algo quando, através da oposição, todas as outras possibilidades foram descartadas, então o que restou só pode ser o que de fato é.
A construção do sujeito, de quem ele é, se dá através do discurso. E neste sentido, a análise do mesmo é primordial. Pois, tendo-se o discurso como objeto de estudo, é possível, a partir daí, definir os elementos constitutivos do sujeito, seja na fala ou através de discursos não-verbais.
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