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METODOLOGIA CIENTÍFICA: A IMPORTANTE RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO E CIÊNCIA

Por:   •  30/7/2015  •  Artigo  •  2.594 Palavras (11 Páginas)  •  453 Visualizações

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METODOLOGIA CIENTÍFICA: A IMPORTANTE RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO E CIÊNCIA

Adrielle Conceição, Aila Bispo et al.[1]

RESUMO

Busca-se discutir os conceitos de metodologia científica bem como suas fontes por um viés reflexivo na tentativa de esclarecer questões sobre o conhecimento e sua aplicação científica. Destaca-se, ainda, de que maneira a ciência pode modificar e instruir o homem ressignificando o mundo à sua volta através de uma construção que preze pelo método e que seja praticada de maneira ética. Além disso, enfatiza-se a importância da metodologia para a ciência descrevendo algumas das suas formas de aplicação. Objetiva-se, com isso, suscitar uma reflexão acerca da importância do conhecimento, sem, contudo, perder de vista seus métodos e aplicações no âmbito da produção científica.

Palavras-Chave: Metodologia. Ciência. Conhecimento.

ABSTRACT

The aim is to discuss the scientific methodology of concepts and sources of bias in a reflexive attempt to clarify questions about the scientific knowledge and its application. Noteworthy is also how science can modify and instruct man giving new meaning to the world around them through a construction that prizes the method that is practiced ethically. In addition, it emphasizes the importance of methodology for science describing some of their application forms. The objective is to thereby raise a reflection on the importance of knowledge, without, however, losing sight of its methods and applications in scientific production.

Keywords: Methodology. Science. Knowledge.

1 INTRODUÇÃO

A metodologia científica conquistou seu espaço no meio acadêmico como disciplina, mas atende a uma constelação maior de aplicações práticas, que vão desde a organização mental até a própria organização da escrita, benefícios que o estudante levará para sua profissão, enfim, para sua vida.

O conhecimento é a mola mestra de qualquer tipo de aplicação metodológica, visto que, através da sua busca, é possível constituir o que chamamos de ciência. A curiosidade por um tema ou assunto específico leva o indivíduo a percorrer caminhos por vezes áridos e obscuros, mas a medida que as perguntas vão sendo feitas e as hipóteses vão sendo confirmadas – ou não – é possível fazer essa travessia e projetar-se diante dos resultados esperados, fase em que o pesquisador pode sentir-se mais seguro sobre o seu objeto de pesquisa, sobre aquilo que foi produzido, enfim.

Não há, no entanto, nenhum tipo de garantia no conhecimento. E é justamente através dessa instabilidade que o pesquisador continua sua busca. Certa vez afirmou Rubem Alves em Pinóquio às avessas: “a curiosidade é uma coceira nas ideias”. A curiosidade alimenta o conhecimento e deu origem as grandes e pequenas descobertas da humanidade, mas é preciso que ele seja a todo o momento questionado e inquirido, por nós e pelos outros, pois ele vive justamente dessa precariedade, na esperança de que outros venham para contestá-lo, ampliá-lo e acrescentar um novo olhar, o olhar de sua época.

Há nessa inquietação pelo conhecimento uma relação de mão dupla: ele tanto passa a ser parte de nós, a possuir-nos, como também nos alimentamos da sua busca. Trata-se de uma busca infindável, pois quanto mais perto chegamos dele, aparentemente mais distante estamos de encontrá-lo, de fato. Para isso servem as limitações e os recortes.

A explicação sobre determinado assunto ou objeto pesquisado deve obedecer a esses parâmetros para que o pesquisador não corra o risco que, querendo abarcar todo o assunto, termine caindo na superficialidade da abordagem temática ou que, investigando profundamente um aspecto específico, ignore que o conhecimento é abrangente e deve ser devidamente localizado e contextualizado, para não se fixar em pormenores que não trarão consistência ao trabalho produzido.

Portanto, somos sujeitos de pertença. Sujeitos de crenças arraigadas pelo nosso próprio processo de construção cultural e isso inevitavelmente vai interferir no curso das nossas vidas: na busca pelo conhecimento e na investigação científica, principalmente. Essa subjetividade que há em nós, embora reprimida quando tratamos de ciência, deixa suas marcas na escolha pelos caminhos que devem ser percorridos e até mesmo na escolha do que será tema de investigação. Esses rastros, que ficam também na escrita, fazem com que o pesquisador assuma uma feição bem particular, o que termina por se refletir na sua elaboração científica.

2  METODOLOGIA E CIÊNCIA

O que chamamos de ciência, no entanto, de certa forma, foge a crença em mitos ou em religião, por exemplo, como forma de explicação, fixando-se somente naquilo que pode ser “comprovado” através de métodos seguros e que dizem respeito aos estudos da ciência. Parece tautológico, mas não é. Sobretudo se pensarmos que, para a constituição do método, é preciso que se faça ciência no seu sentido mais amplo, em termos de produção.

        Essas questões, contudo, não respondem objetivamente à pergunta “o que é metodologia”, ou ao menos “o que é metodologia aplicada à ciência”, haja vista a necessidade de se fugir da exaltação à técnica em detrimento do objeto que está sendo estudado, sob pena de a experiência científica cair no vazio conceitual e puramente técnico.

        Para Pedro Demo, em Introdução à metodologia da ciência (1985), Metodologia pode ser definida como:

[...] uma preocupação instrumental. Trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos. A finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e praticamente. Para atingirmos tal finalidade, colocam-se vários caminhos. Disto trata a metodologia. (DEMO, 1985. p 19).

        A definição proposta por Demo deixa clara a dificuldade em se precisar a ciência de outro modo que não através das suas manifestações metodológicas. No entanto, o autor frisa que o mais importante é fazer ciência em si e tratar a metodologia como uma disciplina auxiliar. Fica a cargo do metodólogo profissional ou do filósofo da teoria do conhecimento aprofundar sua conceituação e fazer dela sua razão de ser.

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