Ma Vie En Rose
Por: madalenaos • 27/4/2016 • Resenha • 404 Palavras (2 Páginas) • 410 Visualizações
Ma Vie en Rose
Ludovich é um rapaz de 7 anos que gosta de se vestir de menina. Apesar de ter nascido num corpo de rapaz, ele não se sente um; pelo contrário, ele sente que é uma rapariga.
A primeira crítica é feita logo no início do filme quando Ludovich aparece vestido de menina numa festa que é dada em sua casa com todos os vizinhos, deixando todos em estado de choque, pois não era “natural” um rapaz vestir-se com roupas de menina ou brincar com coisas de boneca. Tal como Butler diz, na nossa sociedade estamos perante uma “ordem compulsória” que exige uma coerência total entre um sexo, um género e uma prática que são obrigatoriamente heterossexuais.
O pai e a mãe de Ludovich vão ser então, o estereótipo da sociedade discriminadora. O pai, não concebendo a ideia de que o seu filho possa ter este tipo de comportamentos “desviantes”, critica-o dizendo que lhe tem que cortar o cabelo com os seus irmãos, proibindo-o de usar as roupas da sua irmã e incentivando-o a praticar desportos considerados violentos, pois para si, ser um rapaz significava ter esse tipo de comportamentos; aos quais Judith Butler chama de “actos performativos”.
A mãe, por outro lado, parece ser mais compreensiva em relação ao brincar com bonecas e ao corte de cabelo; no entanto, quando Ludovich lhe diz que quer casar com o vizinho, a mãe ri-se e diz: “mas tu sabes que os meninos não podem casar com os meninos não sabes? Ou pelo menos não devem.”. Ludovich inocentemente responde-lhe que sabe que os meninos não devem casar com outros meninos, mas que ele vai casar com ele quando for uma menina.
Para Ludovich, ele não se vê como um menino, mas sim como uma menina e conscientiza-se de que é uma “menino-menina” devido a um erro matemático de Deus. Para ele, ser “menino” ou “menina” não se trata de uma questão biológica porque ele não sabe o que isso significa. Simplesmente, na sua inocente consciência, ele pensa que é uma questão de escolha e que cada um pode ser aquilo que quiser; tal como Simone de Beauvoir afirma “One is not born, but rather becomes, a woman”.
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