Morfologia: Invasão Holandesa na Bahia
Por: Sidney Carvalho • 13/5/2016 • Monografia • 1.217 Palavras (5 Páginas) • 256 Visualizações
Invasão Holandesa na Bahia
¹ Ana Claudia S. Pinto da Costa
O estado da Bahia durante muito tempo foi um dos grandes produtores de açúcar, esta atividade rendia grandes lucros para a metrópole que o exportava para vários países, mantendo relações de comércio muito lucrativo. Em 1580 houve a junção dos reinos de Portugal e Espanha, evento mais conhecido como União Ibérica. A união entre estas duas nações trouxe alguns conflitos para as colônias de Portugal.
O açúcar produzido no Brasil era exportado para a Holanda e para outros países que estavam ligados nessa rede de comercio açucareiro. Os Holandeses romperam suas relações com a Espanha desde o fim da união de Utrecht em 1581 e com o advento da União Ibérica, também precisou cortar relações comerciais com Portugal. Este rompimento deu inicio a uma nova tensão entre esses dois países. A Holanda inconformada com o rompimento das relações comerciais provocou diversas invasões ao Brasil em busca do açúcar. O principal alvo desses ataques era a cidade de Salvador, centro comercial da colônia por onde saía toda a mercadoria para exportação. O seu porto abrigava diversos navios que traziam e levavam diversos produtos, dentre estes o açúcar, portanto invadir Salvador foi uma das grandes estratégias holandesas.
O governador-geral, Diogo Mendonça Furtado, recebeu um comunicado de Lisboa informando que os holandeses estavam a caminho para invadir a colônia. Como estratégia para combater a invasão, o governador convocou os homens do recôncavo baiano para fazerem parte do batalhão, munindo-os com armas de fogo. Não sabendo quando o inimigo chegaria, a tropa dos portugueses começaram a duvidar da informação recebida e com o apoio do Bispo D. Marcos Teixeira voltaram para as sua atividades normais, no recôncavo e abandonando a área de combate.
Após uma longa viagem que durou cerca quatro meses, os ²flamengos chegaram a Salvador no dia 09 de maio de 1624. A tropa composta por 26 navios, comandada por Jacob Willekens e Pieter Heyn, sob a chefia militar de Johan van Dorth, ao desembarcar encontraram uma tropa totalmente despreparada. Houve até uma tentativa de combate, porém os invasores estavam bem equipados e com uma excelente estratégia. Parte da tropa desembarcou na Barra, enquanto a outra seguiu até o porto da cidade. Após um dia de combate, invadiram o Mosteiro de São Bento permanecendo alojados durante toda a noite, não conseguindo entrar na cidade. Os habitantes e militares de Salvador foram tomados de grande medo e começaram a fugir rumo ao recôncavo e ao Rio Vermelho, dentre estes estavam vereadores, mercadores, senhores fidalgos, o bispo D. Marcos Teixeira e alguns escravos, todos em busca de salvar a suas vidas e de proteger dos ataques dos invasores. Permaneceram na cidade apenas alguns escravos e senhores que tinham comércio no Pelourinho, além do governador Mendonça Furtado e seu filho Antônio Furtado. Mesmo após içar a bandeira branca, os holandeses entraram atacando acreditando se tratar de uma armadilha. Ao adentrar as portas da cidade encontrando-a vazia, capturaram o governador, seu filho e alguns jesuítas, mandando-os para a cadeia em Flandres, tomando assim a posse definitiva do território.
Mesmo ocupando a Câmara Municipal e todo o perímetro urbano, os portugueses tiveram cuidado para não permitir que os holandeses conseguissem entrar no recôncavo. Incentivado pelo bispo Teixeira foi montada uma barreira de proteção com homens armados que delimitaram a saída da cidade. Desta forma os invasores tiveram restrições quanto à alimentação e a água, o que os levaram a construir um pequeno dique, onde hoje é a região da Baixa dos Sapateiros, construíram também novas defesas e transformaram muitos templos e conventos em depósitos de material bélico, armazéns de viveres e almoxarifados.
O rei espanhol Felipe IV (III de Portugal) mandou uma esquadra armada sob o comando do general Fradique de Toledo Osório para expulsar os holandeses da Bahia, chegando em março de 1625, combateram por terra e mar. Percebendo os holandeses que não tinham mais como resistir a ofensiva portuguesa, resolveram atear fogo no prédio da Câmara Municipal levando a perder todo o acervo documental, deixando o prédio em ruínas a ponto de desabar. Em 30 de abril de 1625 foi assinada a ³Capitulação dos holandeses permitindo que eles voltassem para o seu território sendo despojados de seus apretechos de guerra, os navios que foram concedidos foram desarmados e vazios. No dia 01 de maio de 1625, Salvador voltava a ser reocupada integralmente, permitindo aos seus moradores e soldados voltarem a suas vidas e comércios.
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