O ARTIGO DE OPINIÃO MULHER NEGRA NO SEC XXI

UFBA –  UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

COMPONENTE CURRICULAR: EDC321 – POLÊMICAS CONTEMPORÂNEAS

DOCENTE: NELSON PRETTO

DISCENTE: RUANA MILE MELO DOS SANTOS

Artigo de Opinião

Mulher negra no século XXI

A mulher brasileira do século XXI está com sua visibilidade comum sendo modificada. Podemos ver mulheres assumindo cargos de poder que eram, geralmente, ocupados por homens a 50 anos atrás - e também mulheres se apresentando em funções cujas quais são consideradas, por grande parte da população, "femininos" como, por exemplo, doméstica, porém hoje para algumas existe a possibilidade de escolha de qual rumo seguir em sua vida.

Entretanto, mesmo com essa evolução, da mulher cada vez mais poder decidir o seu futuro, seja ele no âmbito trabalhista ou social, podemos ver que não para todas chega esse privilégio. Afinal, somos sim uma sociedade extremamente miscigenada, porém não somos igualitários, o que faz com que a mulher branca - que sai do conforto de sua casa por opção, deixa os filhos com uma babá e tem marido influente (geralmente com situação financeira estável) - é muito bem vista e rapidamente aceita em empregos e a mulher negra - que vai em busca de trabalho precisando de dinheiro, deixa seus filhos com vizinhos e/ou parentes e que foi abandonada pelo marido - sofre repressão, é mandada para casa sem justificativa plausível e ainda de vê obrigada a aceitar cargos de remuneração financeira mais baixa que a sua qualificação por não poder ficar sem levar seu sustento e de seus filhos para casa.

Outro ramo no qual é possível verificar a falta de representatividade para a mulher negra é o da beleza, poucas são as marcas de cosméticos que atendem todos, ou quase, tons de pele negra; mesmo aquelas brasileiras. Um ramo no qual podemos ver, de 3 anos atrás até agora de uma forma mais evidente, a valorização de uma característica marcante da mulher negra, que é o de cabelos, vemos que marcas como Salon Line e Eudora - essa segunda mais recentemente - lançaram produtos que ajudam essas mulheres a assumir e cuidar de seus cachos que, mais do que apenas embelezar seu perfil são uma forma pura e palpável de sua força e representatividade. Mas, como apenas produtos e propagandas capitalistas  não são suficientes o bastante para a mulher negra identificar-se fortemente como tal, diversos coletivos e mar hás compostas de pessoas com perfis, geralmente, semelhantes ao seu foram criados e tomam cada vez mais força. Um exemplo é a Marcha do Empoderamento Crespo, realizada em Salvador, que tem como uma das idealizadoras a antropóloga negra soteropolitana Naira Gomes que, de acordo com o Jornal Correio 24horas, defende que "(...) O cabelo é um símbolo, um pretexto para lutar contra o racismo.".

A negra é vista pela sociedade como inferior, mesmo que essa consideração esteja "debaixo dos panos", porém está cada vez mais conquistando seu espaço entre todas e todos e se igualando a outras mulheres em todos os âmbitos mesmo assim ainda há muito a ser conquistado, por isso é extremamente importante o crescimento e multiplicação de movimentos populares que estimulem o bem-estar e qualidade de vida delas, pois assim será possível ver mais e mais mulheres subindo na vida e estando onde quer  alcançando seus sonhos.