O Conto dos "Sobreviventes"
Resenha: O Conto dos "Sobreviventes". Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: marta1010 • 27/10/2014 • Resenha • 582 Palavras (3 Páginas) • 412 Visualizações
Conto “ os sobreviventes”
O conto “ os sobreviventes” está incluído na primeira parte do livro , intitulada “ mofos” .
A história situa-se no contexto da ditadura militar e a repressão à liberdade e ao direito de opinião. Apresenta personagens dominados pela dor ,desilusão e sentimento de marginalização.
O conto retrata a história de um casal que vive juntos há bastante tempo e em determinado momento chegam a conclusão que sentem atração por pessoas do mesmo sexo, mas não encontram coragem de revelar isso ao parceiro por simples costume de estar com o outro. Não conseguindo mais ficar em silêncio, o casal resolve relatar suas sensações e experiências .
Características da literatura pós-moderna no conto
Sendo um conto inserido no espaço caótico do pós-modernismo, apresenta a desconstrução da linguagem e da identidade.
• Fragmentação textual
O relato das personagens sobre suas experiências presenta-se confuso. Há um discurso emitido por duas vozes que se confundem em primeira e terceira pessoa e que se alternam constantemente:
“pela primeira vez na vida, eu disse, e não sei se você acreditou. Eu quero dizer que sim, que acreditei, mas ela não para, tanto tesão mental espiritual moral existencial e nenhum físico, eu não queria aceitar que fosse isso :éramos diferentes, éramos melhores, éramos superiores, éramos escolhidos, éramos mais, éramos vagamente sagrados...”
São frequentes a elaboração de períodos sem uso adequado da pontuação :
“Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação Cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora faço o quê?”
• tempo e espaço
O tempo e espaço apresentam-se instáveis, confusos e incoerentes. No início do conto uma das personagens apresenta como solução para seu problemas a fuga para Sri Lanka:
“Sri Lanka, quem sabe? ela me pergunta, morena e ferina, e eu respondo por que não?”
No final do conto a fuga para Sri Lanka já não é solução para os conflitos vivenciados pelas personagens, quando se afirma que eles se perderam e ninguém pode mais ajudar:
“nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando”.
•Crise de identidade
apresenta um personagem cuja constituição psicológica está totalmente perturbada, pois o indivíduo tem dificuldade de estabelecer uma identidade fixa :
“ Quanto a mim, a voz tão rouca, fico por aqui mesmo comparecendo a atos
públicos, pichando muros contra usinas nucleares, em plena ressaca, um dia de monja, um dia deputa, um dia de Joplin, um dia de Teresa de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder
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