O Estudo Dirigido Renascimento
Por: Isabelle.jesus • 15/12/2020 • Trabalho acadêmico • 1.735 Palavras (7 Páginas) • 256 Visualizações
Estudo 3 – Textos 7, 8 e 9
- O texto de Rollo May (Texto 7) nos lembra do papel do mito na contemporaneidade, justamente em uma época na qual a figura das “celebridades” ocupam a cena nas mídias, porém não conseguem realizar o papel do herói naquilo que têm de mais importante: significar um modelo de ação e transcendência do cotidiano como faziam os heróis da antiguidade, assunto complementado pelo Texto 8.
- Autores como Joseph Campbell e Karen Armstrong apresentam justamente, no Texto 8, a importância do mito desde sempre, como elemento de significação da vida através de rituais-narrativas que ajudam na explicação e aceitação dos fatos imutáveis, assim como na identificação da própria identidade, individual e coletiva do homem e das comunidades.
- Segundo Karen Armstrong, “Para compreender o verdadeiro significado do mito não bastava realizar os rituais que lhes davam ressonância emocional; era preciso também adotar um comportamento ético correto [...] O mito sempre exigiu ação”. “O herói é um mito em ação”. ). Levando-se em conta essas afirmações, explique:
Qual foi (é) o papel dos mitos na literatura portuguesa? Também, que elementos contribuíram para a construção da ideia de Nação para o povo português?
O mito surgiu com a necessidade do homem criar algo como referencial, por exemplo, a começar pelos rituais míticos que aconteceram há mais de 2900 anos atrás, e por muito tempo esses heróis serviram de inspiração para as próximas gerações. Por isso, o mito é uma peça fundamental dentro de uma comunidade, pois é nele que a comunidade se inspira, encontra suas próprias ideologias, crenças, coragem e sabedoria, o herói é particularmente a alma da comunidade. Nós, seres humanos, amamos ir em busca de heróis como modelos, heróis para se identificar e se inspirar, com caráter e ética parecida com a nossa realidade, algo para nos ajudar a enfrentar os seus medo. Mas, para a nossa infelicidade, o herói é apenas o resultado do mito, pois ele é criado dentro de nossa própria imaginação.
Todo esse contexto serviu de inspiração para a literatura portuguesa, o mito exerceu e ainda exerce um papel de suma importância na história e na construção social da Nação Portuguesa. A literatura cumpre com excelência o papel de repassar de maneira concreta, escrita, cada acontecimento para que eles não morram e não percam seus rituais e significados.
Ao se deparar com a trilogia de do Rei Artur, observamos o quanto o seu mito de fundação de um reino, baseado em justiça e sabedoria, serviu como exemplo para outros mitos e cortes europeias. Portugal nasceu através do surgimento do mito “Ordem dos Cavaleiros Templários”, que buscou ajudar os primeiros reis portugueses na Reconquista Cristã e incentivou continuar as Cruzadas, essa reconquista resultou n reconhecimento de Afonso Henrique pelo Papa como o primeiro rei de Portugal, logo, foi a primeira nação a conquistar a independência na Europa. Por meio dessa conquista, no século XV, Portugal desenvolve a civilização moderna.
A ideia de Identidade Nacional está ligada diretamente com a noção de Nação, que alguns autores associam com o nacionalismo, segundo Sousa Lara (2004, p. 245) “o sentimento nacional exprime a consciência de um povo que é sujeito da história e o nacionalismo que foi e continua a ser a exploração política desse sentimento”. Para Smith, os principais aspetos da ideia de Nação são: um território histórico ou terra de origem; mitos e memórias históricas comuns; uma cultura de massas pública comum; direitos e deveres legais comuns a todos os membros; uma economia comum, com mobilidade territorial para os membros (1997, p. 28).
Em suma, a ideia de Nação e Identidade de uma comunidade é construída a partir de mitos e memórias, através desses fatos que se promove um sentimento de pertencimento a uma comunidade de semelhantes, semelhantes conhecidos como heróis, que inspiram e dão esperança de um mundo melhor, dando origem às identidades nacionais, à Nação, baseado num território histórico, como são os exemplos, das nações portuguesa (Hooson, 1994).
2. Explique como pode ser entendida a obra Mensagem de Fernando Pessoa, no que se refere a sua proposta de construção poética: - como mensagem para um povo ou para o homem e a sua circunstância. Cite exemplos.
A obra pode ser entendida como o contato entre o sujeito, a nação portuguesa e as suas circunstâncias. O que pode ser observado é que Fernando Pessoa expressou, por meio dos poemas, através da literariedade a necessidade de provocar, de lutar contra as adversidades, de não ter medo de ir contra a corrente e de defender o que se acha justo e perfeito para Nação. Por exemplo, neste trecho Segundo - Viriato, do poema Brasão, ao autor traz o sentimento do povo:
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos, raça, porque houvesse
Memória em nós do instinto teu.
Nação porque reencarnaste,
Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste–
Assim se Portugal formou.
O trecho representa o sentimento de independência que Portugal conquistou, após a vitória de Afonso Henrique, fazendo referência simbólica à fundação da nacionalidade e à consolidação de Portugal como país de um povo eleito por Deus. Viriato foi o fundador da Lusitânia, a “luz que precede a madrugada” lusa, o prenúncio da existência futura de um povo tão guerreiro, humilde e corajoso como ele próprio, o rei era o próprio símbolo do heroísmo.
3. Escolha três poemas de Mensagem e explique a sua importância dentro da obra.
TERCEIRA PARTE: O ENCOBERTO
I. OS SÍMBOLOS PRIMEIRO / D. SEBASTIÃO
'Sperai! Cai no areal e na hora adversa
Que Deus concede aos seus
Para o intervalo em que esteja a alma imersa
Em sonhos que são Deus.
Que importa o areal e a morte e a desventura
Se com Deus me guardei?
É O que eu me sonhei que eterno dura
É Esse que regressarei.
Fernando Pessoa, in Mensagem
Este poema abre a terceira parte da
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