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O PROEJA E O CURRICULO INTEGRADO NA FORMAÇÃO CIDADÃ

Por:   •  19/5/2017  •  Artigo  •  4.559 Palavras (19 Páginas)  •  227 Visualizações

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O PROEJA E O CURRICULO INTEGRADO NA FORMAÇÃO CIDADÃ

José Raimundo Carvalho

carvjos@yahoo.com.br

RESUMO

Este artigo objetiva fazer uma relação da avaliação curricular da disciplina informática e sua disposição no currículo integrado do curso de informática do PROEJA no CEFET-PA enquanto proposta contributiva de produção de saberes e estratégias utilizadas entre o currículo formal e o ideal. Apóia-se nos autores indicados na bibliografia e, Indica a relação trabalho e educação como prática essencial do aprender a aprender e do aprender a fazer como possibilidade de ascensão a escolaridade e a profissionalização de jovens e adultos considerando as condições de acesso e permanência na escola como elemento facultativo no processo de exclusão social. Faz referência ao PROEJA em suas características e concepções mediante o documento base e aduz a relevância de professor no papel gestor-executor do currículo prescrito.

Palavras-chave: Avaliação, currículo e informática.

1. INTRODUÇÃO

A qualidade da educação pública no Brasil como prática essencial do aprender e do fazer nos tempos atuais, tem possibilitado encaminhamentos com vistas a estudos em diversas áreas do saber. Principalmente, no que concerne a relação trabalho e educação por considerar um fator fundamental para desenvolver atitudes favoráveis a uma educação de qualidade, ocasião em que os alunos podem perceber a relevância social de sua atuação e, ao mesmo tempo reunir elementos conceituais para melhor operacionalizar os processos educacionais em que são participantes.

O processo de construção e reconstrução de uma educação capaz de possibilitar ao cidadão o aprender a apreender e aprender a fazer, com fins de formação profissional e inclusão social, conduz a análises de processos curriculares implementados nos sistemas de ensino, a fim de que se possa compreender e explicitar conceitos processuais, históricos e sistemáticos, considerando a avaliação curricular como ação emergente na implantação de currículos desde a idealização e a sua realização, porque na educação, mais do que em qualquer atividade humana, o cidadão deve ser motivado à participação permanente da construção do seu conhecimento.

O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, no bojo de sua legislação, evidencia-se ao validar possibilidades de ascensão à escolaridade e a profissionalização de pessoas que em situações diversas foram afastadas ou não tiveram a oportunidade de prosseguir seus estudos tornando-se sujeitos a margem do sistema de ensino em conseqüência a fatores como: raça/etnia, cor e outros, que facultam a problemática da exclusão social, seja no mundo do trabalho, na proteção do estado de acesso a escola e permanência nela ou ainda, pela distância existente entre o currículo formal e o ideal, implementados nos sistemas de ensino, num plano destinado a atingir fins específicos.

2. A EDUCAÇÃO E O PROEJA COMO POLÍTICA EDUCACIONAL

A Constituição Federal, em seu artigo 205 (BRASIL, 2004), estabelece que “a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família”. Apesar disso, o que tem se demonstrado através dos órgãos que pesquisam índices educacionais no país, é a completa falência da educação, que não se ajusta aos princípios do Art.206, da mesma lei, incisos I – “Igualdade de condições para acesso e permanência na escola” e, II- “Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento a arte e o saber”.

Dados fornecidos no último levantamento do Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional-INAF, do Instituto Paulo Montenegro, Ioschpe (2006): apenas 26% da população brasileira de 15 a 64 anos são plenamente alfabetizadas, isto significa que 74% dessa população não é capaz de ler e compreender um texto mais elaborado; e ainda, só 23% pertencente a essa faixa de idade consegue resolver um simples problema de matemática que envolva mais de uma operação e apenas esse mesmo grupo tem capacidade para entender gráficos e tabelas.

O autor problematiza nossa eficiência escolar em todos os níveis e etapas do ensino, e pergunta como poderia ser possível ensinar matemática, química ou geografia, sem o domínio pleno da nossa língua, sem contarmos com cidadãos plenamente alfabetizados? Ele nos deixa perceber sua visão do aluno brasileiro, que se constitui de sucessivos insucessos ou de progressões cujo mérito poderia se questionar, ao nos revelar que aos 14 anos de idade, por exemplo, praticamente 2/3 dos alunos estão defasados, cursando uma série destinada a pessoas de menor idade. É ainda mais desalentador olhar para o ensino médio, pois, dos 5,7 milhões de alunos que entram na primeira série do ensino fundamental só 2,4 milhões chegam à última série do ensino médio e ainda assim com desempenho muito aquém.

Afirma ainda que em sua última edição, o teste PISA da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico-OCDE testou jovens de 15 anos de quarenta países, o Brasil amargou o último lugar em matemática, o penúltimo em ciências e o 37° em leitura. Esses dados demonstram, e não há como refutá-los, que nossa educação acumula uma série de deficiências e deixam rastros destruidores para a vida dessas pessoas e do próprio país que não consegue inseri-las no sistema produtivo e não dispõe de sua força para construção do seu desenvolvimento. Esse cenário de desestímulo se evidencia ao aluno e pode representar um empecilho à sua própria motivação ao estudo, contribuindo para aumentar o abandono escolar.

Para Neumann (2006), o Brasil é um país de grandes contradições, de um lado é extremamente rico em recursos humanos, naturais e tecnológicos, e de outro apresenta miséria, desemprego e violência, isso se revela, em desigualdades e injustiça social confirmados pelos dados do ano de 2003 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- IPEA segundo o qual, 1% dos brasileiros mais ricos - 1,7 milhão de pessoas - detêm 13% da renda domiciliar, percentual esse que se aproxima do que detêm os 50% de brasileiros mais pobres, que equivalem a 86,9 milhões de pessoas.

Essa realidade força que se repense a educação enquanto política

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