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O Preconceito Linguístico na Língua Materna Falada

Por:   •  1/3/2024  •  Artigo  •  5.216 Palavras (21 Páginas)  •  64 Visualizações

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Leandro Rogério da Silva

RA: 913126067

E-mail: lecoboy3@hotmail.com

        

CURSO DE LETRAS

TCC II – ARTIGO ACADÊMICO

Orientadora: Profa. Dra. Márcia Fusaro

        

 

São Paulo

2015/5

Preconceito linguístico na língua materna falada, de acordo com os meios da evolução histórica de uma língua e a influência das práticas de ensino.

Linguistic prejudice in widely spoken mother tongue, according to the means of the historical evolution of language and the influence of teaching practices.

Leandro Rogério da Silva

Graduando em Letras Licenciatura em Língua Portuguesa pela Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP – Brasil.

lecoboy3@hotmail.com 

Resumo  

Este artigo apresenta resultados de um projeto de pesquisa “Preconceito e variação linguística na língua materna falada” que investiga os conhecimentos e as praticas utilizadas para ensinar a gramática normativa, aquela que impõe regras, porém com questões das variações linguísticas, tanto a variedade padrão como as variedades utilizadas pelos alunos. Essa investigação torna-se importante porque no Brasil a língua materna não é uniforme, mas constituída de variedades que apresentam marcas tanto no meio rural quanto do meio urbano.

Palavras chaves: Variação Linguística, preconceito, língua, ensino, sociolinguístico.

Abstract

This article presents results of a research project " Prejudice and linguistic variation in spoken mother tongue " that investigates the knowledge and practices used to teach grammar rules , one that imposes rules , but with issues of language variations , both the standard range as the varieties used by the students. This research becomes important because in Brazil the first language is not uniform but made ​​up of varieties which are brands both in rural as in the urban environment.

Key Words: Variation Linguistics, prejudice, language, education, sociolinguistic.

Introdução

A língua existe porque há seres humanos que a falam. O homem e a linguagem estão ligados pela necessidade que o ser humano tem de expressar as suas ideias de forma objetiva, utilizando a linguagem.

Comunicar-se não é algo que só podemos fazer utilizando à gramática, não é só falar “certo” ou “errado”, considerando alguns padrões linguísticos.

Falar é expor ideias com um determinado objetivo, pois o importante é interagir socialmente, lembrando que cada falante possui um tipo de realidade e conhecimento.

Nos últimos anos, pesquisadores da área de linguagem, sobretudo linguistas, vêm desenvolvendo investigações científicas com o objetivo de identificar, descrever e analisar fenômenos de variação linguística que ocorrem em diversas regiões brasileiras, e com isso conhecer a diversidade linguística existente. Tais pesquisas demonstram que a Língua Portuguesa usada no Brasil não é uniforme, mas constituída de muitas variedades, que apresentam marcas tanto do meio rural como do meio urbano.

Inclusive como resultado dessas pesquisas, atualmente já aparece nos documentos que orientam o Ensino Fundamental (Parâmetros Curriculares Nacionais PCN) a indicação clara para que sejam trabalhadas em sala de aula questões que tem como foco a variação linguística. Como podemos observar a partir da citação retirada dos documentos PCN de Língua Portuguesa que orientam o Ensino Fundamental:

Usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexões sobre a língua, para expandirem as possibilidades e uso da linguagem e a capacidade de análise crítica do uso da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia. (PCN 2001, p. 41).

Esse tema despertou interesse para a realização da pesquisa porque investigou as questões didáticas e práticas relacionadas ao tema, no sentido de saber como está sendo abordado em sala de aula, levando em conta que o tema variação linguística ainda é bastante complexo uma vez que envolvem questões de identidade, valores, cultura, discriminação, preconceito, norma, prestigio social e muitos outros.

Serão apresentados fatores geográficos, históricos, sociais e estilísticos como geradores de transformações e criação de novos falares dentro do território nacional e também comparando a evolução histórica de uma língua.

Para discutir esse tipo de contexto que ocorre não pela falta de conhecimento de quem fala o português não padrão, mas pela falta de conhecimento de quem comete o preconceito, este artigo propõe uma reflexão a respeito da valorização do português padrão, a pluralidade cultural do país, o papel da escola na formação de um cidadão crítico com relação à sua língua e possíveis saídas para acabarmos com a ilusão da unidade linguística no Brasil e no mundo.

O objetivo maior é deixar claro que as raízes culturais de cada indivíduo, devem ser preservadas e, acima de tudo, respeitadas dentro desta gramática normativa e padrão.

O Princípio da Evolução da Língua de acordo com a variação linguística

Partimos do pensamento primário e norteador de que o fenômeno “variação linguística” esteve presente em todo o momento da formação e estruturação de nossa língua, ao retornarmos à língua-mãe, o latim, percebemos que desde então, até os dias atuais, tivemos mudanças renovadoras da língua.

A linguística atual revela que uma língua não é homogenia e deve ser entendida justamente pelo que caracteriza o homem – a diversidade, a possibilidade de mudanças.

É preciso compreender que tais mudanças, como se pensava no início, não se encerram somente no tempo, mas também se manifestam no espaço, nas camadas sociais e nas representações estilísticas.

De acordo com Celso Ferreira da Cunha (1992), ao traçarmos a linearidade histórica de nossa “língua brasileira”, notamos que essa provém da língua portuguesa, que por sua vez provém do latim, que se entronca na grande família das línguas indo-europeias.

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