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O Teatro Romano

Por:   •  23/5/2018  •  Artigo  •  1.512 Palavras (7 Páginas)  •  415 Visualizações

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Teatro Romano

Monize Yasmin Martins Araújo

RESUMO:

      O Teatro Romano, embora inicialmente com muitos resquícios do teatro grego e suas contribuições, conquistou seu espaço e percorreu um caminho artístico próprio para chegar em sua vertente na qual se encontram grandes obras e grandes autores. Com diferentes gêneros, os romanos fizeram adaptações e começaram na arte teatral ainda muito ligados às influências gregas retidas. Dentro desse contexto, vemos os vários tipos, adornos, gêneros e características de um dos maiores bens de Roma.

Palavras-chave: teatro; romano; grego; influência; gênero.

 

     Introdução

      O Teatro romano, apesar da tentativa de autenticidade, saiu do seu âmbito primitivo e passou a ser primeiramente ligado à influências gregas. No que diz respeito ao cunho grego e representativo adotado, nota-se a tragédia e a comédia como as principais adaptações no teatro romano, as histórias diretamente ligadas à personagens gregos e, até mesmo a tradução de peças consagradas da Grécia. Passando de um contexto mais artístico e de caráter clássico, o teatro romano também tinha suas estruturas, objetivos, modelos e até posteriores diferenças do grego. Com todas as vertentes necessárias dentro da prática e da história do teatro romano, chega-se ao ápice de sua importância, como por exemplo, as contribuições teatrais de Plauto e Terêncio. Ao longo da trajetória teatral romana houve várias mudanças e novas adaptações que levaram quase ao abandono da sua essência e objetivo artístico, mas que ainda sim mantiveram a representação de uma arte romana própria.

  1. Influência Grega

       A Grécia influenciou Roma de muitas maneiras. Artisticamente falando, a poesia, a literatura, a filosofia e o teatro romanos se incorporaram a partir de princípios gregos e rabiscos de uma cultura milenar que tinha princípios altamente autênticos, como é o caso da Grécia. O teatro romano teve sua base dentro da cultura grega, mas também recebeu outros influxos.

       No que diz respeito à influição do etrusco ao teatro romano, deu-se uma arte popular e voltada para a expressão de uma realidade vivida, na qual era montado um sistema de atuação onde se refletia as condições sociais, familiares e políticas da época. Já à contribuição grega nessa arte romana, dirigiu-se uma arte voltada para a expressão de um ideal de beleza, onde aplicava-se certos padrões e estereótipos físicos e de venustidade.

      Antes de qualquer objetividade ao afirmar que o teatro romano não possuía uma autenticidade, leva-se em consideração que apesar de ter sido visto depois do sua ascensão com altas e verdadeiras imitações gregas, manteve-se em linha com a adaptação e a busca de reafirmar, ainda que em espelho ao teatro grego; sua história, seu jeito e suas marcas. A morte do primitivo teatro romano deu-se quando houve uma bem quista e imposta linha de representações religiosas de caráter sério ou satírico. Depois desse firme contato com a Grécia que concretizou-se uma mudança e um abandono do teatro rudimentar romano e assim, começou a igualar-se às formas gregas usando a tragédia e a comédia.

  1. Os Gêneros teatrais

     Apesar de uma disposição própria romana no que concerne ao seu orgulho pugno e militar, as peças romanas voltavam-se para expressar tais cicatrizes abstratas de batalhas e de seu determinante modo de agir na guerra. O que nos levaria a uma parte história – que por agora não será retratada. Apesar desse adorno e do uso, de até então, a tal influência grega, os romanos imitavam e faziam relação com temas gregos ou até com histórias verídicas de Roma.

      A comédia e a tragédia – de cunho totalmente grego-, tiveram adaptações romanas inspiradas em grandes modelos dessa arte na Grécia. A tragédia teve seu embasamento nas obras de Ésquilo (VI-V a.C.), Sófocles (V a.C.) e Eurípedes (V a.C.); e a comédia em Menandro (V a.C.), a qual pode-se considerar o gênero favorito dos romanos. Com uma linguagem coloquial - e por vezes rude-, a comédia abordava o entusiasmo da expansão Imperial e, era quando eles optavam por interpretar um enredo mais implementado que o da comédia grega, tornando normal ter um final feliz.

      Dentro dessa vertente de origem e ambientação ainda influenciadas por características gregas, os romanos se adaptaram a dois gêneros propriamente gregos: commedia palliata[1] e fábula cortunata.

      Pode-se considerar que a comédia paliata foi uma imitação romana da comédia nova grega – gênero do período helenístico -, que nada mais era do que a junção de uma ou mais peças gregas para encenação, geralmente comédias e adaptações dos principais autores como Menandro. Teve desenvolvimento entre a segunda metade do século III e o século I a.C., chegando ao auge com Terêncio e seus adornos.

      Embarcados nesse espelho da comédia nova, os romanos começaram a dar sua cara para as peças e foram caminhando para uma abordagem satírica e seguindo um padrão de personagens. Terêncio, por exemplo, sempre abordava questões sociais em suas comédias. É normal encontrar histórias de núcleo público onde ele inseria personagens que refletiam questões gerais, como personagem protagonista preferencialmente homem, tanto o mocinho quanto o braço direito dele – que geralmente era um escravo-, tal como a questão amorosa entre um jovem e uma jovem de classes sociais distintas, e co-protagonistas que tentavam impedir esse romance. Terêncio tinha um humor mais discreto e suas obras indicavam intenção de representar as baixas classes sociais, seu divertimento indelicado e a substância pessoal.

[pic 1]

  1. Ilustração de uma peça de Terêncio.

        Quanto a sua produção literária, Terêncio escreveu seis comédias paliatas que podem ser encontradas na íntegra.  

         Nesse contexto, o teatro romano teve Plauto o considerado maior comediógrafo da Roma Antiga. Ele era mais cômico que Terêncio e sua abordagem era mais voltada para diversão, sem se preocupar unicamente à coerência, estilo, realidade ou reflexo de uma sociedade – como era o caso de Terêncio, que ainda tinha o pé na comédia nova -, mas pode-se dizer que ele seguia de perto o modelo grego também. Plauto surgiu com um novo gênero teatral romano: a contaminatio[2]. Suas peças mostravam o que era comum e inevitável ao longo da vida e, de certo modo, ele fazia uma representação da vida dos romanos em condições inferiores à de uma classe social mais acesa, comportamentos confusos e trocas de identidades. Quanto aos personagens usados por Plauto, era recorrente a representação de identidades populares:

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