O Trabalho de Grupo Estudos Disciplinares
Por: sebastiaojose • 5/6/2022 • Trabalho acadêmico • 444 Palavras (2 Páginas) • 183 Visualizações
TRABALHO EM GRUPO – TG[pic 1]
Aluno(s): NOME COMPLETO RA 12345678__ |
POLO CIDADE 2016 |
Trabalho em Grupo (TG)
Professora: Ana Lúcia Machado da Silva
Discursiva:
Leia o texto Reinvenção:
A vida só é possível/ reinventada./ anda o sol pelas campinas/ e passeia a mão dourada/ pelas águas, pelas folhas.../ Ah! tudo bolhas/ que vêm de fundas piscinas/ de ilusionismo... – mais nada./ Mas a vida, a vida, a vida,/ a vida só é possível/ reinventada./ Vem a lua, vem, retira/ as algemas dos meus braços./ Projeto-me por espaços/ cheios da tua Figura./ Tudo mentira! Mentira/ da lua, da noite escura./ Não te encontro, não te alcanço.../ Só – no tempo equilibrada, / desprendo-me do balanço/ que além do tempo me leva./ Só – na treva,/ fico: recebida e dada./ Porque a vida, a vida, a vida,/ a vida só é possível/ reinventada. (MEIRELES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972, p. 94.)
Como você interpreta a “reinvenção” da vida, proposta no refrão do poema pela autora?
Cecília Meireles, autora consagrada de expressão melancólica e sonhadora, apresenta neste poema uma consideração a respeito da vida. Consideração essa tão cabível a um filósofo quanto a um poeta da sua envergadura.
A vida, na óptica de Cecília, torna-se monótona com o curso dos dias e da vida. Essa monotonia é evidenciada pelas interjeições (“ah!”), pelas reticências repetidas ao longo do poema e pelo uso de várias anáforas (“Não te... não te...”, “pelas águas, pelas folhas...”, “só – no tempo... só – na treva”, “A vida, a vida, a vida!”).
Ora, tudo o que é rotineiro e monótono torna-se fastidioso, cansativo. E isso pede uma mudança. Na linguagem de Cecília, essa mudança adquire o nome e o meta-significado de “reinvenção”. Assim interpreto a reinvenção da vida no poema analisado: nos momentos em que a vida atinge o fastígio da monotonia e da desilusão, é preciso saber reinventá-la, saber abrir novos prismas, mudar de panorama.
Explique o sentido para a repetição do vocábulo “vida” no refrão: “Porque a vida, a vida, a vida,/ a vida só é possível/ reinventada”.
Sem dúvida alguma, a anáfora central gira entorno do vocábulo “vida”. Constitui o núcleo do poema.
O fato de a autora repetir várias vezes o vocábulo “vida” evidencia precisamente o quanto esta se tornou desprovida de ideal, de algum significado mais elevado e sublime que justifique todas as nossas ações quotidianas. A imagem do tédio, da suave e ingênua indagação se apresentam à mente do leitor que lê esse refrão: “Porque a vida, a vida, a vida...”
A autora levanta assim o problema: a vida, no fundo, que valor tem para ser vivida propriamente por nós? E responde imediatamente: “... a vida só é possível reinventada”.
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