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O Triste Fim de Policarpo Quaresma

Por:   •  16/3/2019  •  Seminário  •  3.263 Palavras (14 Páginas)  •  497 Visualizações

Página 1 de 14

E.E VEREADOR ANTÔNIO DE RÉ

Giovana Procópio

Giovanna Franco

Jullia Vaz

Yasmin Aparecida

3C

Triste fim de Policarpo Quaresma (1915)

Lima Barreto

Guarulhos

2019

Giovana Procópio

Giovanna Franco

Jullia Vaz

Yasmin Aparecida

3C

Triste fim de Policarpo Quaresma (1915)

Lima Barreto

[pic 1]

[pic 2]

Guarulhos

2019

Giovana Procópio

Giovanna Franco

Jullia Vaz

Yasmin Aparecida

Triste fim de Policarpo Quaresma: Lima Barreto[pic 3]

Monografia apresentada à E.E VEREADOR ANTÔNIO DE RÉ como requisito parcial para obtenção de nota em português.

Data de Aprovação: Guarulhos – SP, ______de__________de_________.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________

Prof. Jailton

E.E VEREADOR ANTÔNIO DE RÉ

Resumo


Triste fim de Policarpo Quaresma apresenta uma visão agressiva e realista, dotado de veemente crítica ao nacionalismo patético e ufanista, representado na figura do protagonista Policarpo Quaresma. A obra é capaz de despertar em quem a lê sentimentos de amor, ódio, euforismo, melancolia ou piedade, pois é uma fusão entre o cômico e o trágico. É perceptível o caráter comportamental nacionalista do protagonista, mas chega a ser trágico quando ele é condenado por um crime que não cometeu – traição à pátria.

O protagonista é o major Policarpo Quaresma, subsecretário no Arsenal de Guerra, que ama incondicionalmente sua pátria – o Brasil. Esse amor à pátria (nacionalismo) faz com que ele estude violão, um instrumento marginalizado no fim do século XIX, a língua tupi-guarani, o folclore e os usos e costumes dos silvícolas. Desses interesses ele se interessa tanto pelos estudos do tupi que manda à Câmara um requerimento recomendando a língua indígena como idioma oficial do Brasil. Logo mais, escreve em tupi um ofício que provoca grande confusão e por tudo isso é considerado louco, assim, internado em um manicômio. Ao ser considerado melhor, é solto e compra um sítio – “Sossego” – onde residirá com sua irmã Adelaide e o criado Anastácio.

Com o tempo seus ideais nacionalistas voltam e ele começa a plantar em suas terras, acreditando estar na agricultura a chance de o país ser a primeira nação do mundo, e enfrenta ervas daninhas e formigas, do mesmo modo que as intrigas políticas.

Com a Revolta Armada, Floriano Peixoto integra Quaresma como major ao batalhão Cruzeiro do Sul. Quase no fim da revolta é designado a carcereiro dos presos políticos na ilha das Enxadas. Em determinada noite, o Itamarati envia alguém para retirar vários presos e fuzila-los. Esse fato deixou Quaresma revoltado, portanto escreve uma violenta carta ao marechal Floriano Peixoto. Então é preso como traidor e condenado à morte, sem julgamento. Apenas Ricardo Coração dos Outros tenta salvar Policarpo, ficando ele à espera do destino.

Palavras-Chave: Patriotismo. Língua. Identidade. 

Summary


Sad end of Policarpo Quaresma presents an aggressive and realistic vision, endowed with vehement criticism to the patriotic and patriotic nationalism, represented in the figure of the protagonist Policarpo Quaresma. The work is capable of awakening in those who read it feelings of love, hate, euphorism, melancholy or pity, because it is a fusion between the comic and the tragic. The nationalist behavioral character of the protagonist is perceptible, but he becomes tragic when he is convicted of a crime he did not commit - betrayal of his country.

The protagonist is Major Policarpo Quaresma, undersecretary in the Arsenal de Guerra, who unconditionally loves his homeland - Brazil. This love for the fatherland (nationalism) makes him study the guitar, a marginalized instrument in the late nineteenth century, the Tupi-Guarani language, folklore and the customs and customs of foresters. Of these interests he is so interested in the studies of Tupi that he sends to the House an application recommending the indigenous language as the official language of Brazil. Soon after, he writes in Tupi an office that causes great confusion and for all this is considered crazy, thus, interned in an asylum. When considered better, he is released and buys a place - "Sossego" - where he will reside with his sister Adelaide and the servant Anastácio.

Over time his nationalist ideals return and he begins to plant in their lands, believing that agriculture is the chance that the country will be the first nation in the world, and weeds and ants, as well as political intrigues.

With the Armed Uprising, Floriano Peixoto integrates Quaresma as major to the battalion Cruzeiro do Sul. Almost at the end of the revolt is designated the jailer of the political prisoners in the island of the Hives. On a certain night, the Itamarati sends someone to remove several prisoners and shoot them. This fact left Quaresma revolted, so he writes a violent letter to Marshal Floriano Peixoto. Then he is arrested as a traitor and sentenced to death without trial. Only Richard Heart of Others tries to save Polycarp, and he is waiting for fate.

Keywords: Patriotism. Language. Identity.

Sumário

Introdução                                                                                                                                          7

Biografia                                                                                                                                          8                    

Estilo literário                                                                                                                                 9

Análise do resumo                                                                                                                          10

Personagens                                                                                                                                    11

Obras de Lima Barreto                                                                                                                 12

Curiosidades                                                                                                                                  13

Introdução

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em Laranjeiras, Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881. Filho do tipógrafo Joaquim Henriques de Lima Barreto e da professora primária Amália Augusta, ambos mestiços e pobres, sofreu preconceito a vida toda.

Lima Barreto foi um dos principais escritores do pré-modernismo brasileiro. Além de escritor, ele foi jornalista e suas obras estão relacionadas com temáticas sociais e nacionalistas.

Em 1909, Lima Barreto estreou na literatura com a publicação do romance "Recordações do Escrivão Isaías Caminha".

Em 1915, depois de ter publicado em folhetos, Lima Barreto publica o livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma", sua obra-prima. Nesse romance, o autor descreve a vida política no Brasil após a Proclamação da República.

A obra de Lima Barreto, desenvolvida na primeira década do século XX, no período da primeira república, representou a fase de transição da literatura, em que as influências europeias vão se exaurindo e surge uma verdadeira renovação da linguagem e da ideologia. Esse período que não chegou a constituir um movimento literário chamou-se Pré-Modernismo. Entre outros autores do Pré-Modernismo destacam-se Euclides da Cunha e Monteiro Lobato.



Biografia

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em Laranjeiras, Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881. Filho do tipógrafo Joaquim Henriques de Lima Barreto e da professora primária Amália Augusta, ambos mestiços e pobres, sofreu preconceito a vida toda. Com sete anos ficou órfão de mãe. Por ser afilhado do Visconde de Ouro Preto fez o curso secundário no Colégio Pedro II. Ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro onde iniciou o curso de Engenharia.

Em 1903, quando cursava o terceiro ano, foi obrigado a abandonar o curso, pois seu pai havia enlouquecido e o sustento dos três irmãos agora era responsabilidade dele. Em 1904, presta concurso para escriturário do Ministério da Guerra, é aprovado e permanece na função até se aposentar. Em 1905, ingressou no jornalismo com uma série de reportagens que escreveu para o Correio da Manhã. Em 1907 fundou a revista “Floreal”, que lança apenas quatro números.

A partir de 1909 o escritor inicia sua carreira de romancista, ao publicar sua primeira obra “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”. Dois anos depois, publica a sua obra mais afamada “Triste fim de Policarpo Quaresma” no formato folhetim no Jornal do Commercio. Posteriormente publicada em formato de livro.

Poucos aceitam aqueles contos e romances que revelavam a vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização. Ao produzir uma literatura inteiramente desvinculada dos padrões e do gosto vigente, recebe severas críticas dos letrados tradicionais. Explora em suas obras as injustiças sociais e as dificuldades das primeiras décadas da República.

Lima Barreto com seu espírito inquieto e rebelde, com seu inconformismo com a mediocridade reinante e com a doença do pai, se entrega ao álcool. É levado a diversas crises, com verdadeiras manifestações de alienação mental. Foi internado duas vezes com alucinações fantásticas que o perseguem. No momento de lucidez inicia a redação do livro "Cemitério dos Vivos", onde ele dizia: "O abismo abriu-se a meus pés e peço a Deus que jamais ele me trague, nem mesmo o veja diante dos meus olhos como vi por várias vezes. De mim para mim, tenho certeza que não sou louco ..." Lima Barreto viveu apenas 41 anos.

Lima Barreto faleceu no Rio de Janeiro, no dia 01 de novembro de 1922.

Estilo Literário

Afonso Henrique de Lima Barreto, ou simplesmente Lima Barreto, foi um dos grandes representantes da corrente literária do Pré-Modernismo.

De acordo com estudiosos, por ter obras com características distintas, o pré-modernismo não pode ser considerado uma escola literária que sucedeu ao simbolismo. Na realidade, esse período (início do século XX até a Semana de Arte Moderna, em 1922) foi uma transição entre o simbolismo e o modernismo.

Podemos dizer que ele aglutinou características de outras correntes literárias, como o neorrealismo, neoparnasianismo e neossimbolismo.

No início do século XX, o Brasil vivia uma intensa transformação política com a consolidação do regime republicano. A esperança de um Brasil moderno — com condições sociais mais justas, de igualdade perante à lei e a participação política popular — foi frustrada. Surgiram vários conflitos sociais, de contestação e reprovação das novas políticas republicanas, como a greve dos operários em São Paulo, a Revolta da Chibata, a Guerra de Canudos e a Revolta da Vacina.

No contexto histórico do pré-modernismo, os escritores brasileiros adotaram uma postura liberal e passaram a fazer críticas aos problemas sociais enfrentados pela população. A linguagem formal advinda do arcadismo e a preocupação estética foram deixadas de lado e os temas históricos, sociais e políticos ganharam espaço.

  • investigação e denúncia dos problemas sociais (miséria, abismos sociais, conflitos);

  • aproximação da obra literária ao contexto sócio-político-econômico;

  • marginalização dos personagens principais (caipira, mulato, sertanejo);

  • linguagem informal em oposição à língua formal do arcadismo;

  • sincretismo estético de escolas literárias como o realismo e o simbolismo;

  • naturalismo (descrição minuciosa dos personagens e dos cenários);

  • regionalismo (valorização da cultura popular brasileira);

  • utilização de verbos na forma simples ao escrever.

Análise do resumo

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance narrado em terceira pessoa, possui um narrador que não julga os fatos, deixando assim livre o leitor para assumir sua posição; ou de defesa ou de contrariedade. O narrador passa por papel de leitor de sua própria história, narrando e esperando os acontecimentos. Em discussões entre os personagens, o narrador não se posiciona, nem mesmo julga as suas atitudes. Assim, ao mesmo tempo que sentimos pena da ingenuidade de Policarpo Quaresma, sentimos graça ao vermos tantos projetos e preocupações incomuns.

É a mesma visão que seus vizinhos possuem. Eles diziam que Policarpo não vivia a realidade e que era em vão e estranho um homem que não cursou a faculdade ler tantos livros. Policarpo não era compreendido e não se fazia compreender, pois não buscava isso. Seu principal objetivo era repassar a cultura brasileira e exaltar o que de melhor havia no Brasil.

O texto faz uma intertextualidade com Dom Quixote; o autor faz essa comparação tendo em vista que ambos não viviam a realidade, viviam seus sonhos e objetivos, embora parecesse estranho para os outros.

As três partes em que são separadas o livro representam os três grandes sonhos do personagem. Na primeira Policarpo começa a apreender violão. Ele busca nas modinhas brasileiras o resgate da cultura. Na segunda, ele se muda para o sítio, buscando assim retirar das terras brasileiras seu sustento e acreditando que com tanta terra fértil, o melhor a ser feito era ser aproveitado. Já na terceira e última parte, o Major busca através de sua participação na revolta transformar o país. Acontece que desde o título do livro já está anunciado que o desfecho não será feliz. O brasileiro Policarpo, que tanto acreditava em mudanças e melhoras, que tanto valorizava o que de mais brasileiro havia, acaba sendo acusado de traidor, e morre na prisão. Ele, antes de sua morte, chega a conclusão que toda a sua vida, sua luta e todos seus sonhos foram em vão. A pátria brasileira, pela qual ele tanto sonhou e lutou, não existia.

Personagens

Policarpo Quaresma: Conhecido por Major, era subsecretário no Arsenal de Guerra. Era um patriota apaixonado pelo Brasil. Pequeno e magro, era visto com muita curiosidade por todos, já que era um estudioso, mas não era valorizado por não se envolver com política. Vestindo sempre seu fraque preto, era muito respeitado por todos, até que é tido como louco ao propor que a língua nacional fosse o tupi. Participa como major na guerra, e acaba morto numa prisão.

Ricardo Coração dos Outros: Tocava violão e cantava modinhas. É um artista admirado pela sociedade e torna-se amigo de Quaresma, pelo amor pelo violão e pelo comum patriotismo. 

Olga: afilhada de Policarpo, está sempre fazendo visitas ao seu padrinho. Era muito parecida com Policarpo em sentimentos revoltosos. Casou-se sem estar apaixonada, apenas para obedecer a uma ordem social.

Ismênia: Vizinha do Quaresma, estava noiva há cinco anos, até que quando o casamento é marcado, seu noivo some. A jovem menina fica tão triste, que acaba adoecendo, psicologicamente e fisicamente. Morre e é enterrada com um vestido de noiva, como era seu desejo.

General Albernaz: Pai de Ismênia e vizinho de Quaresma.

Adelaide: irmã mais velha de Policarpo. Solteira, vivia com Policarpo e foi com ele para o sítio.

Coleoni: Pai de Olga.

Anastácio: Empregado negro de Policarpo Quaresma. Companheiro na solidão com seu patrão, foi com ele para o sítio. Era seu servo fiel.

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