O ensino do verbo em sala de aula

O ensino do verbo em sala de aula

Muitos alunos entendem que o aprendizado dos verbos realiza-se por meio de “decoreba” e que ela lhes é importante apenas nas situações em que seus conhecimentos são avaliados, ignorando que os verbos constituem uma das classes gramaticais dentro da Língua Portuguesa tendo em vista que é em torno dele que se organizam as orações e os períodos, implicando, assim, na efetiva estruturação do pensamento.

O domínio do conhecimento acerca dessa classe de palavras, sua estrutura, significado, conjugações e flexões, revela, sobretudo, indícios do aprimoramento da competência linguística do aluno, o que é muito almejado, porém atualmente o que observamos são professores insistindo na metodologia tradicional de ensinar, que prioriza o ensino da regra pela regra e a realização de atividades mecanizadas para a fixação do conteúdo e alunos cada vez menos capazes de aplicá-las na comunicação cotidiana.

A alegação dos professores para o fracasso dos alunos em termos de aprendizagem reside na sua necessidade de cumprir os currículos escolares, de forma que muitas vezes se veem obrigados a limitar suas aulas ao conteúdo do livro didático, o que não justifica, uma vez que planejar e desenvolver novas metodologias de trabalho, mais interessantes para o aluno, não interfere, compromete ou prejudica os currículos.

Diante dessa situação não há dúvidas de que é necessário buscar caminhos para transformar o ensino dos fenômenos gramaticais em efetivas reflexões linguísticas. No ensino do verbo, por exemplo, isso significa tratar essa categoria gramatical como um dos mecanismos essenciais da língua, que permite ao sujeito/falante/usuário expressar certezas, desejos, comandos, emoções e, sobretudo, buscar a cumplicidade do interlocutor na expressão de tudo o que pretende comunicar.

O pressuposto básico é que o estudo das categorias de tempo e de aspecto, consideradas em sua dimensão semântico-discursiva, pode contribuir para que o aluno desenvolva a competência linguística e saiba compreender e utilizar os mecanismos disponíveis na língua para criar sentido.

Por fim, observamos que a atenção dos professores deve voltar-se para a relação que deve existir entre a informação e os sentidos pretendidos por quem a produziu e muito menos na necessidade de nomear a categoria gramatical, pois os alunos precisam entender o efeito da palavra no texto, o efeito do verbo em determinado enunciado e não apenas decorar listas isoladas de verbos que, no momento do uso ficam distantes da fala e da escrita deles.

Referência bibliográfica:

NICOLA, José de. Português Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2005. vol 2.

http://blogsopadeletrasdanayara.blogspot.com.br/2011/12/oensino-de-verbos-numa-abordagem.html