OS PRIMEIROS ANOS DE ENSINO: PRÉ-ESCOLA E JARDIM DE INFÂNCIA
Por: Nildo Mendes • 4/12/2017 • Trabalho acadêmico • 2.028 Palavras (9 Páginas) • 336 Visualizações
APRESENTAÇÃO
O memorial, a seguir, é instrumento avaliativo da disciplina de Estudos Sócio-Históricos e Culturais da Educação. No momento inicial em que o trabalho foi proposto, fiquei me questionando que dados eu teria para contribuir com a educação brasileira, que fatos da minha vida discente poderiam, de alguma forma, retratar a profissional que sou e que serei ao término dessa especialização, porém, no decorrer do trabalho, fui me deparando com várias situações que fazem parte da minha trajetória.
O memorial busca identificar uma etapa concreta de minha vida e para tanto assinalo, no transcurso da escrita, as situações que julguei as mais significativas.
PRIMEIROS ANOS DE ENSINO: PRÉ-ESCOLA E JARDIM DE INFÂNCIA
Nasci na cidade de Pindoretama, estado do Ceará, aos dezenove dias de janeiro de 1999. Aos cinco anos de idade tive meu primeiro contato com a vida estudantil. Ingressei no Grupo Escolar Francisca Holanda Costa, escola pública, de ensino primário, onde continuei a estudar até o pré (série que antecedia o jardim). Na época eram poucas as crianças que faziam o pré e o jardim de infância, principalmente no meio interiorano. Porém, meus pais –Rita Maria Ferreira da Silva e Josenildo Mendes Preira- sempre quiseram que eu e meus irmãos tivéssemos a educação que eles mesmos não tiveram a oportunidade de ter.
Realizei o jardim no ano seguinte, na mesma escola, e tive professores maravilhosos que sempre valorizavam as atividades, mesmo quando não estavam de acordo com o solicitado e procuravam mostrar o caminho certo ao invés de punir os erros.
Todos com quem eu estudava eram conhecidos, em sua maioria vizinhos. Em cidades pequenas, como a minha era a alguns atrás, ainda tinha-se tal privilégio. Brincava e estudava com crianças de diferentes classes sociais e etnias, e, assim, desde cedo aprendi a não julgar ninguém por sua condição social, religiosa ou étnica, mas pelo caráter e comportamento. De acordo com Cruz e Fontana (1997, p.118),
Brincar e desenhar são atividades fundamentais da criança. Ela brinca e desenha na rua, em casa, na escola. Pela brincadeira e pelo desenho, ela fala, pensa, elabora sentidos para o mundo, para as coisas, para as relações. Pela brincadeira, objetos e movimentos são transformados. As relações sociais em que a criança está emersa são elaboradas, revividas compreendidas.
EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL – 1º A 4º SÉRIE
De 1º a 4º série estudei na Escola Nossa Senhora Aparecida, escola privada localizada no centro de Pindoretama. Essa escola foi uma das primeiras escolas de ensino privado existentes na minha cidade - fundada em 1995, tinha um ambiente bem familiar: era próxima de casa, minhas professoras eram da comunidade. As turmas eram unidas, sendo que a mesma professora atendia às vezes duas turmas em turnos diferentes.
As escolas municipais da época possuíam pouca infraestrutura e só quem tinha um pouco mais de condições poderia estudar em escolas privadas, esse não era meu caso. Felizmente, minha mãe tinha um grau de parentesco com os donos da escola e com muito esforço conseguiu que eu tivesse uma educação de mais qualidade. Por ser uma escola considerada católica, cabia aos alunos sempre participar de atividades comemorativas e festivas da comunidade, sendo figurantes de teatros, e participando da liturgia e cantos da missa.
Tenho poucas lembranças dessa fase da minha vida: recordo-me que estudava de manhã e à tarde realizava as tarefas de casa. Tive uma infância cercada de atenção por parte da minha família, com muito tempo para brincar com meus vizinhos, mas dificilmente faltava aula, pois meus pais sempre me incentivaram a estudar.
EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL II– 5º A 8º SÉRIE
Na 5º série continuei estudando na mesma escola citada anteriormente.. Foi uma experiência totalmente diferente daquilo que eu já tinha vivenciado, outros professores, outros colegas de turma. Um fato inovador para mim foi a quantidade de professores, pois no ano anterior era apenas um para as quatro disciplinas. A partir daquele momento, passavam a ser oito. Além do acréscimo de novas matérias sendo elas: inglês, educação artística, educação física e biologia.
Em 2011 a escola na qual eu estudava foi reformada, devido a necessidade de um espaço mais amplo. A escola ficou com um porte maior, consequentemente com grande número de alunos e turmas. Foi uma das melhores escolas em que estudei! Ainda tenho contato com boa parte dos alunos com quais dividi a mesma sala. Diante dessa trajetória tão significante pra mim reporto-me a Andrade (1999, p.3):
[...] trazendo essa vivência para hoje, percebo que a escola proporcionou- me um imenso prazer em frequentá-la, o que, nos dias de hoje, muito pouco se vê. Hoje, parece que os alunos vão para a escola, na maioria das vezes, desanimados, sem vontade de lá está.
Na 8o série recordo que aconteciam as feiras de ciências e cultura .Era um momento muito especial oferecido pela escola, no qual os alunos podiam mostrar seus talentos, através de algumas atividades produzidas por eles. Por meio de maquetes e de demonstrações de experiências, conseguíamos vivenciar e adquirir novos conhecimentos, além da oportunidade de adquirirmos boas notas pelos trabalhos apresentados em grupo.
O período de férias que se seguiu foi o momento da decisão: em que escola estudar? Ir à mesma escola que meus colegas ou perseguir meus ideais? Resolvi ir para uma escola de ensino técnico.
A PRIMEIRA ESCOLHA: PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO
Com quinze anos, iniciei o ensino médio na Escola Edson Queiroz, localizada em Cascavel-ce. Nessa época, por morar na cidade vizinha, precisava me deslocar todos os dias de ônibus. A escola proporcionava muitas oportunidades para a autonomia do aluno, oferecia laboratórios bem estruturados, uma biblioteca com os melhores exemplares de livros, quadras disponíveis para a prática de diferentes esportes, e uma infinidade de eventos realizados pelos próprios alunos. Mesmo passando boa parte do tempo na escola, ainda participei de um grupo de teatro que fazia apresentações de algumas peças teatrais no bairro. Durante meu percurso na escola técnica não me identifiquei com o curso de Informática e percebi a necessidade de abdicar desse curso, em contrapartida, tal experiência me proporcionou responsabilidade e independência.
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