Preconceito Linguístico
Dissertações: Preconceito Linguístico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Jarly • 17/11/2014 • 396 Palavras (2 Páginas) • 275 Visualizações
Brasília, 29 de setembro de 2014
Prezado professor Pasquale,
Sou Jarlene Menezes, estudante do curso de Letras pela UCB Virtual. Fascinada pela linguagem, confesso que está sendo apaixonante poder estudar o fenômeno lingüístico da nossa língua.
Lendo a uma entrevista do Sr., concedida a Revista Veja, em 1997, gostaria de me posicionar, enquanto estudante, a um assunto, diga-se de passagem, muito polêmico. Preconceito Linguístico. Tenho aprendido que a língua, enquanto sistema de possibilidades oferece um conjunto flexível no que diz respeito às regras de seleção, combinação, substituição, sem comprometer ou alterar a interação. Já nos dizia Machado de Assis que “Não há dúvida de que as línguas aumentam e alteram-se com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América do Sul não lhe inseriu riquezas novas. A esse respeito, a influência do povo é decisiva.” Dessa forma, posso inferir que a variação lingüística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da linguagem, dando-se em função do emissor e em função do receptor. Portanto, quando o Sr. diz que o carioca é o que se expressa melhor sob a ótica da norma culta e o paulista o pior, ressaltando assim, a supremacia de um, em relação ao outro, entendo como preconceituoso seu posicionamento, pois não leva em consideração que a língua não é usada de modo homogêneo, igual por todos os seus falantes. Que o uso da mesma varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Então, onde fica a pluralidade linguística que tanto contribui com a competência comunicativa enquanto usuários da língua?
Professor Pasquale, o que quero dizer, é que não existe melhor ou pior entre os usos variados da língua, assim como não há uso linguisticamente melhor que o outro. A situação efetiva de comunicação é que vai definir a escolha da variedade, pois podem ser encontrados usos diferentes em uma mesma comunidade linguística, não existindo um padrão de linguagem que possa ser considerado superior.
Convido a você, professor, para dialogarmos e assim, aprimorarmos nosso conhecimento e posicionamento a respeito desse assunto. Pois assim como Marcos Bagno, também acredito que “um professor de português quer formar bons usuários da língua escrita e falada, e não prováveis candidatos ao Prêmio Nobel de Literatura!”
Atenciosamente,
Jarlene Menezes
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